Reabilitação Pós-Cirúrgica: O Papel do Fisioterapeuta em Cirurgias Cardíacas

 


A reabilitação pós-cirúrgica é uma parte essencial do processo de recuperação para pacientes que passaram por cirurgias cardíacas. O fisioterapeuta desempenha um papel crucial na intervenção pós-operatória, ajudando a restaurar a função física, melhorar a capacidade respiratória e promover a recuperação geral. Este artigo explora as principais intervenções fisioterapêuticas no pós-operatório de cirurgias cardíacas e a importância dessas intervenções na recuperação dos pacientes.

Importância da Fisioterapia no Pós-Operatório de Cirurgias Cardíacas

  1. Prevenção de Complicações

    • Complicações Respiratórias: Prevenção de atelectasias, pneumonias e outras complicações pulmonares comuns no pós-operatório.
    • Trombose Venosa Profunda (TVP): Redução do risco de TVP e embolia pulmonar através de mobilização precoce e exercícios de prevenção.
  2. Recuperação Funcional

    • Mobilidade: Restabelecimento da mobilidade e independência funcional, facilitando o retorno às atividades diárias.
    • Força Muscular: Recuperação da força muscular, especialmente após períodos de imobilização.

Intervenções Fisioterapêuticas no Pós-Operatório

  1. Fase Aguda (Primeiros Dias Após a Cirurgia)

    • Avaliação Inicial

      • Avaliação da condição geral do paciente, sinais vitais, função respiratória e mobilidade.
      • Identificação de contraindicações e precauções específicas para cada paciente.
    • Terapias Respiratórias

      • Treinamento de Respiração Profunda: Instrução em técnicas de respiração profunda para promover a expansão pulmonar e prevenir atelectasias.
      • Espirometria de Incentivo: Uso de dispositivos de espirometria para incentivar respirações profundas e melhorar a ventilação pulmonar.
      • Drenagem Postural e Percussão: Técnicas de drenagem postural e percussão torácica para ajudar na mobilização e eliminação de secreções.
    • Mobilização Precoce

      • Exercícios de Movimentação de Membros: Exercícios passivos e ativos para os membros superiores e inferiores para melhorar a circulação e prevenir TVP.
      • Posicionamento no Leito: Mudança de posição frequente no leito para prevenir úlceras de pressão e melhorar a ventilação.
  2. Fase Subaguda (Segunda Semana Após a Cirurgia)

    • Exercícios de Fortalecimento

      • Exercícios de Resistência Leve: Introdução de exercícios de resistência leve para fortalecer os músculos dos membros superiores e inferiores.
      • Treinamento de Marcha: Treinamento de marcha assistida para melhorar a mobilidade e promover a independência.
    • Treinamento Funcional

      • Atividades de Vida Diária (AVDs): Exercícios que simulam atividades de vida diária, como subir escadas, levantar-se de uma cadeira e vestir-se.
      • Exercícios de Equilíbrio: Exercícios para melhorar o equilíbrio e a coordenação, reduzindo o risco de quedas.
  3. Fase de Manutenção (A Partir da Terceira Semana)

    • Exercícios Aeróbicos

      • Caminhada: Caminhadas supervisionadas, aumentando gradualmente a distância e a intensidade conforme a tolerância do paciente.
      • Bicicleta Ergométrica: Uso de bicicleta ergométrica para melhorar a capacidade cardiovascular e a resistência.
    • Reeducação Postural

      • Exercícios de Postura: Exercícios para corrigir a postura e prevenir dores nas costas e outros problemas relacionados à postura inadequada.
    • Educação em Saúde

      • Orientação sobre Estilo de Vida Saudável: Educação sobre a importância de uma dieta saudável, controle de peso, cessação do tabagismo e adesão ao programa de reabilitação.
      • Gerenciamento do Estresse: Técnicas de relaxamento e gerenciamento do estresse para melhorar o bem-estar emocional.

Benefícios da Fisioterapia na Reabilitação Pós-Cirúrgica

  1. Recuperação Acelerada

    • A fisioterapia contribui para uma recuperação mais rápida, reduzindo o tempo de hospitalização e promovendo o retorno às atividades diárias.
  2. Melhora da Função Pulmonar

    • Melhora significativa na função pulmonar, facilitando a respiração e reduzindo o risco de complicações respiratórias.
  3. Aumento da Mobilidade e Independência

    • Melhora da mobilidade e da capacidade funcional, permitindo maior independência e qualidade de vida.
  4. Prevenção de Complicações

    • Redução do risco de complicações pós-operatórias, como TVP, úlceras de pressão e infecções pulmonares.

A reabilitação pós-cirúrgica desempenha um papel fundamental na recuperação de pacientes que passaram por cirurgias cardíacas. Através de intervenções fisioterapêuticas bem estruturadas, é possível acelerar a recuperação, melhorar a função pulmonar, aumentar a mobilidade e prevenir complicações. O fisioterapeuta, com sua expertise, contribui significativamente para a recuperação e o bem-estar geral desses pacientes.

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