Terapia manual nas desordens da articulação temporomandibular
As desordens da articulação tempo romandibular (DTM) são uma patologia clínica caracterizada por uma série de sinais e sintomas que afetam 86% da população , cujos principais sinais clínicos são considerados a dor orofacial e a restrição de mobilidade articular da boca e da coluna cervical.
A DTM é considerada uma subclassificação das dis funções musculoesqueléticas e comumente apresenta-se de forma recorrente ou crônica, com uma substancial flutuação de sinais e sintomas ao longo do tempo , sen do mais frequente no sexo feminino e em indivíduos entre 20 e 40 anos.
A tentativa de isolar uma causa nítida e universal da DTM não tem sido bem-sucedida. Para o tratamento inicial é recomendada a utilização de terapias não invasivas e reversíveis, a fim de amenizar cargas adversas, que perpetuam o problema, controlar a dor, recuperar a função do aparelho mastigatório e ree ducar o paciente.
Para isso, o tratamen to requer, muitas vezes, a participação de diversos profissionais da área da saúde, tais como cirur gião-dentista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psi cólogo, neurologista, reumatologista e cirurgião buco-maxilo-facial. É importante lembrar que a dor muscular é a principal queixa relatada por pa cientes com DTM e ocorre associada à sensação de fa diga e tensão muscular, variando de um leve incômodo ao desconforto extremo, que piora com o uso da mus culatura envolvida.
Falando da fisioterapia em si, as técnicas utilizadas nos quadros de DTM constituem um modelo importante de terapia coadjuvante dentro de um arsenal terapêutico orienta do a solucionar diretamente os problemas. O tratamento fisioterapêutico é direcionado para o alívio da dor da musculatura envolvida, a reeducação do sistema neuromuscular, o restabelecimento da posição de repouso mandibular, a recuperação da coordenação muscular , a resolução dos sintomas, o reequilíbrio muscular e a restauração da função comprometida, obtendo resultados mais duradouros.
Entre os recursos mais empregados na fisioterapia para o manuseio das DTM estão a termoterapia (calor e frio), os agentes eletromagnéticos (diatermia por ondas curtas e laser de baixa intensidade), o ultrassom tera pêutico (UST), a estimulação eletroneural transcutânea (TENS), a terapia manual (massagem, mobilização ma nual, manipulação e exercícios) e a mecanoterapia.
A terapia manual é um recurso fisioterapêutico importante para o tratamento de pacientes com DTM, e a associação de técnicas manuais com outros recursos terapêuticos constitui um modelo importante de intervenção no tratamento dessas desordens. A terapia manual tem como objetivos, por meio de técnicas de manipulação e de mobilização e de exercícios específicos, estimular a propriocepção e o líquido sinovial, produzir elasticidade a fibras aderidas e reduzir a dor.