Fisioterapia no Derrame Pleural
O derrame pleural é o acúmulo de líquido no espaço pleural. Ele pode ocorrer tanto em crianças, quanto em adolescentes, porém a incidência maior está relacionada com adultos.
Esse derrame é uma manifestação comum de comprometimento pleural, tanto primário, quanto secundário. Normalmente, a superfície pleural é lubrificada entre 10 a 15 ml de líquido claro e seroso aumentando a pressão hidrostática, como ocorre na insuficiência cardíaca congestiva; aumento da permeabilidade vascular, como na pneumonia; redução da pressão oncótica, como na síndrome nefrótica; aumento da pressão negativa intrapleural, na atelectasia; diminuição da drenagem linfática, e carcinomatose mediastinal, esse líquido tem uma baixa concentração de proteína.
As causas mais relacionadas são a insuficiência cardíaca, embolia pulmonar, tuberculose, dor localizada, tosse em geral seca, esporádica e pouco intensa, causada pelo estímulo inflamatório na pleura parietal e dispneia. Existe também, o empiema que é a extensão dos tecidos moles, causando infecção da parede torácica e drenagem externa.
Dentre estes sintomas, temos a dor súbita e intensa no lado afetado, e é o primeiro sintoma em 80% dos casos. Em geral, a dor é unilateral e aguda, podendo irradiar para o ombro, pescoço ou abdômen.
O derrame pleural parapneumônico é um exsudato que se forma a partir do extravasamento de proteínas para o espaço pleural. Isso ocorrer devido aoo aumento da permeabilidade capilar dos vasos pulmonares por lesão endotelial secundária à ação de substâncias produzidas pelo agente infeccioso ou pela interação deste com o sistema imune do paciente.
A fisioterapia respiratória tem como objetivo a remoção de secreções das vias aéreas, reduzindo a obstrução brônquica, facilitando as trocas gasosas e reduzindo o trabalho respiratório utilizando as principais técnicas como, manobras de higiene brônquica vibrocompressão, tosse induzida e aspiração, quando necessário.
Manobras de expansão pulmonar, estimulação diafragmática, padrão respiratório associado com exercícios de membros superiores e tronco, incentivadores respiratórios – voldyne e respiron e mudanças de decúbito, consistem também, nas principais manobras do tratamento fisioterapêutico do derrame pleural.
Os objetivos das técnicas são mobilizar a secreção pulmonar viscosa, facilitando sua condução para uma região superior da árvore brônquica, impulsionando a eliminação, e assim, melhorar a troca gasosa e a ventilação/perfusão.
Ocorre uma diminuição do espaço morto e, consequentemente do volume residual (VR); aumento do volume corrente (VC) que por sua vez, oxigenará melhor o sangue. O fisioterapeuta, em seu tratamento, objetivará o aumento da drenagem do líquido (paciente com dreno), melhorar mobilidade torácica, remover secreção pulmonar, melhorar a função diafragmática, evitar posturas antálgicas, realizar orientações posturais, observar drenagem torácica, evitar intubação orotraqueal e ter cuidados com o dreno.
Sendo assim, é importante que o fisioterapeuta avalie cada paciente e realize técnicas expansivas adequadas para a patologia apresentada, aplicando-as no momento certo e de forma correta, evitando o agravamento das complicações e o prolongamento da permanência hospitalar.