3 etapas obrigatórias na Avaliação do Pilates



A avaliação física é o primeiro contato que ajuda o instrutor a identificar suas necessidades e conhecer sua rotina antes de prescrever o treino mais adequado e eficiente para o seu perfil.

Mas há 3 etapas obrigatórias que é preciso ter para que uma avaliação seja be feita: anamnese, avaliação estática e avaliação dinâmica.

Anamnese

Coleta de dados pessoais e um breve resumo da vida e da queixa do paciente. Nessa fase analisamos rotina diária, profissão, prática de atividade física, uso de medicamentos, dores crônicas, se houve traumas ou cirurgias, a queixa principal e os objetivos do paciente. Esse momento é usado também para leitura dos exames médicos do paciente.

Queixa principal

Este item está relacionado aos relatos do aluno que o levaram a procurar o Método Pilates. Inclui seus objetivos e sintomas por ele relatados.

Historia da moléstia atual

Este tópico é uma ampliação da queixa principal, onde há uma ordem cronológica e detalhada dos sintomas relatados pelo aluno.

História da moléstia pregressa

Consiste em sintomas e fatos ocorridos no passado que possuam relação com a queixa principal apresentada. Este tópico é importante, pois pode nos mostrar de onde se originou o atual problema.

História profissional/ocupacional:

Relaciona-se com a ocupação profissional do individuo. Este item é de extrema importância para analisarmos se sua queixa não está relacionada com a atividade exercida pelo mesmo.

Antecedentes pessoais

Informações em relação à presença de hipertensão ou hipotenção, diabetes e outras patologia que podem se relacionar com a queixa principal e que seja de fundamental consentimento pelo instrutor para a prescrição de exercícios.

Lazer

É necessário que o aluno informe suas ocupações para que a partir daí possamos avaliar o sedentarismo. Saber se ele pratica alguma outra atividade, para que possamos traçar a conduta adequada de acordo com seu perfil.

Avaliação estática

Através de uma avaliação holística detalhada, apontamos desvios, rotações de coluna, básculas de quadril e dos ombros, retificações, posição dos joelhos entre outros elementos na posição estática.

O aluno deve ser analisado na vista anterior, posterior e lateral direta e esquerda.

Na vista anterior e posterior serão mais bem observados os desvios laterais. E na vista lateral é possível a visualização de desvios ântero-posteriores.

Podemos iniciar a avaliação no sentido cefalo-caudal, observando primeiramente as inclinações laterais, rotações e protrusão/retração da cabeça. É necessário que o aluno esteja à vontade, evitando assim possíveis auto correções.

Membros Superiores

Analisando os ombros, podemos ver se há depressão/elevação de um ombro em relação ao outro e/ou se os ombros estão protusos ou retraídos.

Seguindo no sentido cefalo-caudal, analisaremos se a linha Alba esta alinhada, assim como a cicatriz umbilical que poderá estar desviada ou alinhada.

Na visão ântero- posterior, avaliamos a angulação dos cotovelos podendo identificar se apresentam deformidades como varo ou valgo.

Além disso, observamos os famosos triângulos de Talles, que consiste no "triangulo" formado entre o tórax e o antebraço. Se este triângulo estiver maior em um dos lados, poderá indicar a presença de escoliose.

Na visão Posterior pode-se avaliar toda a coluna vertebral! Neste momento é importante a palpação para sentir os possíveis desvios que podem estar presentes, como por exemplo:

Cifose torácica;
Lordose lombar;
Escoliose;
Entre outros desvios posturais.

Além da coluna, as escápulas devem ser observadas podendo estar: elevadas, deprimidas, aduzidas, abduzidas.

Membros Inferiores

Descendo os olhos, chegamos à pelve, onde devemos observar as cristas ilíacas para identificar se há alguma assimetria do quadril, onde poderá estar presente inclinações e rotações. E ainda pode-se observar anteversão e retroversão da pelve.

Logo abaixo analisamos os joelhos! As principais deformidades encontradas nesta articulação são os joelhos varo ou valgo!

No Varo os joelhos estão afastados e os tornozelos próximos. No Valgo ocorre a situação inversa, onde os joelhos estão próximos e os tornozelos afastados.

Na visão lateral observamos se o joelho está fletido ou hiperestendido. Lembrando que temos uma hiperextensão fisiológica normal que pode ir até 10º.

Por último é hora de observar os tornozelos e pés. Neste momento avaliamos se os pés estão aduzidos, abduzidos, cavos ou caídos.

Ainda no tornozelo é possível observar o ângulo tíbio-társico (angulação formada pela tíbia e o pé), o qual é normal um ângulo de 90º.

Esta avaliação é necessária para identificarmos as principais alterações posturais que podem estar relacionadas à dor de nosso aluno, e é a partir dela que podemos organizar o plano de tratamento de forma correta traçando objetivos e condutas para poderem ser aplicadas ao aluno.

Avaliação dinâmica

Analisamos e avaliamos a qualidade dos movimentos principais realizados pela coluna (flexão, extensão, inclinação e rotação), descrevendo limitações, dores e outros sintomas.

Além da Avaliação Postural estática apresentada, é extremamente importante a realização de uma avaliação dinâmica.

Pois estamos em constante movimento durante o dia-a-dia e estes movimentos necessitam ser avaliados, pois muitas das vezes a dor pode ser originada por movimentos executados de forma inadequada.

Ou até mesmo porque um segmento pode estar simétrico de forma estática e apresentar assimetria no momento em que se movimenta.

A Avaliação Dinâmica consiste em avaliar a forma em que o corpo se comporta em movimento.

Posturas desequilibradas têm reações compensadoras e o objetivo desta avaliação é identificar estas compensações e poder corrigi-las.

Na Avaliação Dinâmica observamos aspectos como flexibilidade, mobilização, coordenação, estabilidade, equilíbrio, força muscular e simetria durante o movimento.

Como a avaliação é feita para iniciação do método Pilates, iremos avaliar o aluno com os próprios movimentos do Pilates.

Dessa forma, devemos escolher um repertório de exercícios que possam facilitar a visualização dos segmentos com a mobilidade, flexibilidade e força de cada um deles. Não se esqueça de observar se há compensações em outro segmento para ser possível a realização do movimento.

Conclusão

A avaliação é extremamente necessária e importante para traçar o tratamento do aluno. Sem ela, não é possível identificar as necessidades de cada aluno e assim os objetivos podem não ser alcançados.

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