Avaliação Fisioterapêutica da Celulite (fibro edema gelóide - FEG)
A celulite é a responsável pelo aparecimento de "furinhos" na pele, em várias partes do corpo, afetando principalmente as pernas e região glútea. Ela é causada pelo acúmulo de gordura e também pelo acúmulo de líquidos nestas regiões.
As causas da FEG são variadas. Não existe fórmula fechada ou ingredientes certeiros para este tipo de problema. É preciso uma avaliação séria e competente para poder tratar com resultados eficazes.
- O sedentarismo é um dos fatores que agrava e muito o quadro de FEG. Para tratar a celulite, o ideal é a cliente focar em exercícios tanto aeróbicos, quanto a musculação.
- Ficar sentada por muito tempo ou usar roupas muito justas interferem no quadro, pois causa prejuízo ao retorno venoso e linfático.
- O tabagismo causa redução do fluxo da microcirculação.
- Alimentação rica em gordura e doces contribui para o aumento da reserva do adipócito, além de promover a glicação das células. O excesso de sal atrai mais água para o meio intersticial, aumentando a retenção de líquido.
- Estresse, ansiedade e frustações também alteram os níveis das catecolaminas, estimulando os alfarreceptores, que são lipogênicos, aumentando ainda mais os adipócitos.
- Uso de pílulas anticoncepcionais podem piorar o quadro.
Avaliando a FEG
No primeiro momento, é importante colher algumas informações relacionadas à anamnese, o que nos leva ao diagnóstico mais claro e específico. Informações que levam as causas do fibro edema gelóide, como:
a) Hereditariedade;
b) Alterações hormonais presentes, como hiperestrogenismo e possíveis alterações do ciclo menstrual;
c) Insuficiência venosa, principalmente em MMII;
d) Hábito alimentar inadequado;
e) Sedentarismo;
f) Fatores compressivos, como: gravidez e vestuário;
g) Alterações posturais;
h) Stresse;
i) Hábitos de vida diversos, como: horas de sono e funcionamento intestinal principalmente.
Exame Físico
A avaliação física é o aspecto mais importante para poder tratar de forma correta a FEG.
- Na inspeção física, é preciso observar o biotipo da cliente, se ginóides (forma de pêra) ou androides (forma de maçã), avaliar a postura (se há alteração de coluna, joelhos, quadril); nesta fase da avaliação é olhar para a cliente.
- Olho clínico: essa é uma característica que apenas vamos desenvolvendo com o tempo de trabalho, com o conhecimento, com as trocas de experiências com outros profissionais da área e quando passamos a utilizar com mais frequência.
- Palpação: esse passo da avaliação é essencial, porém o profissional deverá ter a mão treinada para identificar a flacidez muscular, tissular o lipoedema e a verdadeira celulite.
- Teste de Digito Pressão: importante fazê-lo para detectar alterações circulatórias. Pressionar a área a ser tratada por 3 segundos. Observar o tempo de retorno do tecido, se for maior que 3 segundos, há alteração, o que significa que há presença de edema.
- O registro fotográfico será seu melhor instrumento para mostrar o resultado do tratamento.
As cinco variáveis analisadas são (as 4 primeiras estão na foto acima e a ultima está na foto abaixo):
número de depressões evidentes;
profundidade das depressões visíveis;
aparência morfológica das alterações de superfície da pele;
grau de flacidez ou frouxidão cutânea;
classificação de escala de Nürenberger e Müller.
Para cada uma dessas variáveis seria possível atribuir pontos de 0 a 3. Ao final, a celulite é classificada nos graus leve (1-5 pontos), moderado (6-10 pontos) ou grave (11-15 pontos).
Entendendo o quadro clínico e identificando as causas e manifestações clínicas do FEG, facilmente você saberá qual recurso será o mais adequado para qualquer caso, uma vez que este entendimento será fundamental para definir a terapêutica e alcançar um excelente resultado.