Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica exacerbada
Os objetivos imediatos são garantir oxigenação adequada e pH sanguíneo próximo do normal, reverter a obstrução das vias respiratórias e tratar qualquer causa.
Em geral, a causa é desconhecida, embora algumas exacerbações agudas resultem de infecções bacterianas ou virais. Tabagismo, exposição à inalação de substâncias irritativas e níveis elevados de poluição aérea também contribuem.
Com frequência, as exacerbações leves podem ser tratadas em regime ambulatorial, desde que os pacientes tenham suporte domiciliar adequado. Pacientes idosos e fragilizados, bem como pacientes com comorbidades, história de insuficiência respiratória ou alterações agudas na gasometria arterial, devem ser submetidos à internação hospitalar para observação e tratamento. Os pacientes com exacerbações que colocam a vida em risco, manifestadas por hipoxemia sem correção, acidose respiratória aguda, novas arritmias ou deterioração da função respiratória, apesar do tratamento em regime hospitalar, e aqueles que necessitam de sedação para o tratamento devem ser internados na unidade de tratamento intensivo para o monitoramento frequente do estado respiratório.
A ventilação não invasiva com pressão positiva (p. ex., ventilação com pressão de suporte ou ventilação com pressão positiva nas vias respiratórias em dois níveis pressóricos por máscara facial) é uma alternativa para a ventilação mecânica completa. A ventilação não invasiva parece diminuir a necessidade de intubação, reduzir a permanência hospitalar e diminuir a mortalidade de pacientes com exacerbações graves (definidas como aquelas com pH < 7,30 em pacientes estáveis do ponto de vista hemodinâmico e sem risco imediato de parada respiratória).
A ventilação não invasiva parece não ter qualquer efeito para os pacientes com exacerbações menos graves. Entretanto, pode ser indicada para pacientes desse grupo, que evoluam com piora dos parâmetros da gasometria arterial (GSA), apesar da terapia medicamentosa inicial ou oxigenioterapia, ou para aqueles que parecem ser candidatos iminentes à ventilação mecânica completa, mas que não necessitam de intubação para o controle da via respiratória ou de sedação para a agitação. Pacientes com dispneia intensa, hiperinsuflação e uso de músculos acessórios da respiração também podem obter alívio com uma pressão positiva das vias respiratórias. A deterioração na vigência de ventilação não invasiva deve induzir a conversão para a ventilação mecânica invasiva.