Saiba mais sobre a Reabilitação Vestibular



O equilíbrio corporal depende da integridade do sistema vestibular (labirinto, nervo vestibulococlear, núcleos, vias e inter-relações no sistema nervoso central), do sistema somatossensorial (receptores sensoriais localizados em tendões, músculos e articulações) e da visão. O labirinto é responsável pelo equilíbrio e posição do corpo no espaço. Tonturas e/ou desequilíbrio surgem quando algo interfere no funcionamento normal do sistema de equilíbrio corporal, podendo ser de origem periférica e/ou central.

O envelhecimento compromete a funcionalidade do sistema nervoso central em realizar o processamento dos sinais vestibulares, visuais e proprioceptivos, responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal, bem como diminui a capacidade de modificação dos reflexos adaptativos.

Uma das alternativas terapêuticas para o tratamento do idoso vertiginoso é a reabilitação vestibular. Esta ferramenta tem se mostrado importante no tratamento do paciente com desordens do equilíbrio, melhorando a competência e o bem estar na realização de atividades cotidianas e, por conseguinte, sua qualidade de vida3,8.

Os exercícios de reabilitação vestibular / fisioterapia têm a atuação centrada em mecanismos centrais de neuroplasticidade, que é a capacidade das células nervosas estabelecerem novas conexões sinápticas ampliando sua rede neural5.

Dentre seus principais objetivos destacam-se a promoção da estabilização visual, o aumento da interação vestíbulo-visual durante a movimentação da cabeça, a melhora da estabilidade estática e dinâmica nas situações de conflito sensorial, e diminuição da sensibilidade durante a movimentação da cabeça.

Uma avaliação minuciosa é que vai estabelecer exatamente quais os aspectos qualitativos e quantitativos do distúrbio cinético-funcional do sistema vestibular, que pode estar alterado de formas diferentes em indivíduos que apresentam os mesmos sintomas.

Depois de estabelecida a causa exata, uma conduta individualizada deverá ser traçada selecionando os exercícios mais indicados de acordo com a necessidade de cada paciente.

A série de exercícios deverá ser sempre individualizada e adaptada de acordo com a condição do paciente apresentada no momento da avaliação.

A fisioterapia vale-se de aspectos neurossensoriais, a partir do trabalho das aderências, sendo favorecida pela plasticidade neuronal. Ela se baseia em exercícios físicos específicos e repetitivos que visam ativar os mecanismos de plasticidade neural do sistema nervoso central, buscando a compensação vestibular, para que o indivíduo possa realizar mais perfeitamente possível as atividades do dia a dia, que estava acostumado a fazer antes da tontura.

A reabilitação vestibular facilita a adaptação para substituir ou alterar a função vestibular, melhora a estabilidade da marcha (incluindo controle cinético em resposta a perturbações mal antecipadas), melhora dos sintomas desencadeantes pelo movimento, corrige dependências exageradas (seleção sensorial inapropriada) do sistema visual e somatossensorial, facilita o retorno normal das atividades de vida diária e melhora ou restaura a condição neuromuscular.

A reabilitação vestibular, através da cinesioterapia, tem sido evidenciada por agir fisiologicamente sobre o sistema vestibular, sendo um recurso terapêutico pela sua proposta de atuação baseada em mecanismos centrais de neuroplasticidade conhecidos como adaptação, habituação e substituição para obtenção da compensação vestibular.

A cinesioterapia vestibular visa diminuir a tontura e a instabilidade corporal e tem se mostrado importante e efetiva estratégia no tratamento do paciente com desordens do equilíbrio corporal, melhorando a competência e o bem-estar na realização de atividades do dia a dia e proporcionando uma acentuada melhora na qualidade de vida.

Os exercícios de reabilitação vestibular (RV) visam melhorar a interação vestibulovisual durante a movimentação cefálica, ampliar a estabilidade postural estática e dinâmica nas condições, que produzem informações sensoriais conflitantes e diminuir a sensibilidade individual à movimentação cefálica.

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