Lúpus Eritematoso Sistêmico e a Fisioterapia
A fisioterapia tem um papel importante na manutenção das habilidades para atividades funcionais, o que é dependente da capacidade física do indivíduo, suscetível a muitas variáveis, como, a força muscular, flexibilidade e função cardiorrespiratória.
O diagnóstico do Lúpus Eritematoso Sistêmico também pode ser estabelecido utilizando-se os critérios que são propostos pelo American College of Rheumatology (ACR). Os critérios se baseiam na presença de pelo menos quatro critérios de onze, que são:
Lesão eritematosa fixa em região malar, plana ou em relevo;
Lesão discóide que se apresenta como lesão eritematosa, infiltrada, com escamas queratóticas aderidas e tampões foliculares, podendo evoluir para cicatriz atrófica e discromia;
fotossensibilidade, como uma reação não usual à exposição à luz solar conforme o histórico do paciente;
Úlceras orais ou nasofaríngeas, geralmente indolores;
Artrite não erosiva em duas ou mais articulações periféricas, relacionadas com edema, dor ou derrame articular;
Derrame pleural, dor pleurítica ou pericardite;
Comprometimento renal;
Alterações neurológicas como convulsão ou psicose;
Alterações hematológicas como leucopenia, anemia hemolítica, linfopenia ou plaquetopenia;
Alterações imunológicas;
Anticorpos antinucleares.
O uso de estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) sendo utilizado no controle da dor crônica estimulando as fibras nervosas que transmitem sinais ao encéfalo podem ser utilizados devido a rigidez matinal, que é acompanhada de dor e de comprometimento nos quadris e tornozelos.
Os exercícios ativos vão proporcionar uma melhora na potência muscular e aumento de amplitude de movimento. A fadiga pode ser tratada através da cinesioterapia aeróbica e com técnicas de relaxamento.
O profissional deve sempre educar o paciente em relação às técnicas adequadas para a conservação de energia e quais são as melhores formas de proteger as articulações que são sensíveis a danos.
É indicado o laser de pulso ou de argônio para a melhora do eritema crônico nas telangectasias e lesões cutâneas.
O programa de exercícios para o LES deve priorizar a resistência e força, através de exercícios aeróbicos de baixo impacto. Devem ser inclusos fortalecimento muscular isotônico e isométrico incluindo também exercícios para manutenção da amplitude de movimento. Caso existir necrose avascular, somente exercícios isométricos devem ser indicados.
O exercício físico supervisionado é benéfico e pode melhorar a função endotelial e a capacidade aeróbica, sem piorar a atividade da doença em indivíduos com LES e insuficiência renal leve, além de contribuir para redução da morbidade e mortalidade desses indivíduos. Para isso, todos os profissionais da saúde devem estimular e incentivar os indivíduos para a prática regular de atividade física
O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune, multissistêmica, com um amplo espectro de manifestações clínicas e imunológicas. Possui uma etiologia ainda não elucidada comprometendo de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes, inclusive podendo levar a óbito.
Normalmente observa-se que os indivíduos que são submetidos a tratamento fisioterapêutico em associação com o tratamento medicamentoso e apoio psicológico, acabam apresentando um quadro com mais estabilidade da patologia, minimizando dessa forma os sintomas, diminuindo os riscos de crises e procurando manter as funções corporais normais, assim como uma boa qualidade de vida.