A CIPA e a Fisioterapia do Trabalho
As Comissões Internas de Prevenção de Acidente, que obviamente não surgiram com esse nome, foram apenas algumas das demonstrações de defesa dos trabalhadores. Com a expansão do industrialismo e dos meios de produção, os processos foram ficando cada vez mais profissionais, o que não quer dizer que já tenhamos encontrado a "perfeição".
A presença de um fisioterapeuta pode contribuir com a saúde física e funcional dos trabalhadores, identificando quais são os problemas relacionados à ergonomia através de uma avaliação detalhada do ambiente de trabalho. Se, por exemplo, o computador estiver em uma posição inadequada, pode ocasionar lesões na coluna, punhos e braços. A maneira como uma carga é alçada pode causar danos na coluna. A forma de sentar na cadeira também. Tudo isso é detectado por um bom fisioterapeuta do trabalho.
Além disso, esse profissional também pode realizar uma série de pequenos exercícios diários com os funcionários da empresa, com curta duração (de 5 a 15 minutos) e de fácil execução. A ideia é promover melhorias funcionais nos principais sistemas afetados pelo trabalho e, claro, criar momentos de descontração em meio à rotina.
Mas apesar dessa importância, não há uma legislação específica que obrigue as empresas a manter um fisioterapeuta em seu quadro de funcionários. Se elas o fazem, é por entender a importância deste profissional e o quanto ele pode contribuir com a saúde do trabalho. As grandes empresas, principalmente as multinacionais, já perceberam isso e têm profissionais voltados para prevenir doenças como a síndrome compressiva do túnel cárpico, caracterizada pela dor na região do punho e da mão, além de problemas de coluna, tendinites e surdez induzida pelo ruído.
A Norma Regulamentadora 5, criada no ano de 1978 pelo Ministério do Trabalho, oficializa a criação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (apesar dela já existir anteriormente no País, com a chegada de indústrias e empresas de fora) para empresas de praticamente todos os portes, com determinações específicas de acordo com as áreas de atuação e quantidade de funcionários.
Uma equipe de funcionários da própria empresa fica responsável pela fiscalização, garantindo que todos os trabalhadores atuem de acordo com as normas de segurança, lançando materiais e recados constantes sobre todos os assuntos que devem ser tratados, do anúncio de treinamentos à dicas de saúde física e psicológica.