A CIPA e a Fisioterapia do Trabalho




Não tem como falar em saúde dentro de uma empresa e não falar da CIPA. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é parte fundamental na manutenção de um ambiente de trabalho saudável.

As Comissões Internas de Prevenção de Acidente, que obviamente não surgiram com esse nome, foram apenas algumas das demonstrações de defesa dos trabalhadores. Com a expansão do industrialismo e dos meios de produção, os processos foram ficando cada vez mais profissionais, o que não quer dizer que já tenhamos encontrado a "perfeição".

Olhando para a visão da Fisioterapia, sentir dores pelo corpo é um dos males que mais acomete os trabalhadores das empresas brasileiras. Um estudo realizado pela Advance Medical Brasil, consultoria especializada em gestão de saúde, apontou os gastos com ortopedia como os maiores dentro do mundo corporativo. Além disso, de acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, 2,4% dos mais de 145 milhões de entrevistados apontaram um diagnóstico médico para Doença Osteomioarticular Relacionada ao Trabalho (DORT).

A presença de um fisioterapeuta pode contribuir com a saúde física e funcional dos trabalhadores, identificando quais são os problemas relacionados à ergonomia através de uma avaliação detalhada do ambiente de trabalho. Se, por exemplo, o computador estiver em uma posição inadequada, pode ocasionar lesões na coluna, punhos e braços. A maneira como uma carga é alçada pode causar danos na coluna. A forma de sentar na cadeira também. Tudo isso é detectado por um bom fisioterapeuta do trabalho.

Além disso, esse profissional também pode realizar uma série de pequenos exercícios diários com os funcionários da empresa, com curta duração (de 5 a 15 minutos) e de fácil execução. A ideia é promover melhorias funcionais nos principais sistemas afetados pelo trabalho e, claro, criar momentos de descontração em meio à rotina.

Mas apesar dessa importância, não há uma legislação específica que obrigue as empresas a manter um fisioterapeuta em seu quadro de funcionários. Se elas o fazem, é por entender a importância deste profissional e o quanto ele pode contribuir com a saúde do trabalho. As grandes empresas, principalmente as multinacionais, já perceberam isso e têm profissionais voltados para prevenir doenças como a síndrome compressiva do túnel cárpico, caracterizada pela dor na região do punho e da mão, além de problemas de coluna, tendinites e surdez induzida pelo ruído.

A Norma Regulamentadora 5, criada no ano de 1978 pelo Ministério do Trabalho, oficializa a criação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (apesar dela já existir anteriormente no País, com a chegada de indústrias e empresas de fora) para empresas de praticamente todos os portes, com determinações específicas de acordo com as áreas de atuação e quantidade de funcionários.

Uma equipe de funcionários da própria empresa fica responsável pela fiscalização, garantindo que todos os trabalhadores atuem de acordo com as normas de segurança, lançando materiais e recados constantes sobre todos os assuntos que devem ser tratados, do anúncio de treinamentos à dicas de saúde física e psicológica.

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