Diagnóstico e Classificação da Disfunção na ATM
A dor pode surgir de modo espontâneo e desconhecido, ou durante o sono comprimindo a face do lado da dor no travesseiro, ou após forte mastigação de alimentos. O estalo ou click pode ou não estar presente. A impossibilidade de abrir a boca amplamente pode estar sendo causada pela própria dor, ou por bloqueio da ATM, possivelmente em razão da patologia no disco interarticular, quer por perfuração, quer por calosidade, quer por movimento incorreto de translação em razão de espasmo do músculo pterigóideo externo.
Ao exame, existe dor à compressão digital sobre a articulação e/ou imediações. Ao abrir a boca, pode-se perceber ao tato a crepitação, quando existe. O desvio da boca para um dos lados significa bloqueio parcial ou total, do mesmo lado, que nem sempre é o lado da dor. O bloqueio força a articulação do lado oposto a maior translação e torsão (sobre seu próprio eixo) causando a sintomatologia. Portanto, a articulação que tem a patologia nem sempre é a dolorida. A mobilidade excessiva das ATMs não tem sido a causa principal da dor, pois 34% dos indivíduos normais têm esta condição.
A ausência de dentes molares ou a presença de próteses ou a má oclusão podem estar presentes e não ser a etiologia da afecção. Dentes gastos, principalmente os incisivos, demonstram que o paciente é tenso e range os dentes. O diagnóstico é eminentemente clínico. Radiografias nada demonstram. As variações radiológicas normais das ATMs são tão diversas que pouco ou nada ajudariam no diagnóstico(13).
A ressonância magnética (RM) dinâmica é de grande valia no diagnóstico porque permite a observação da movimentação do disco e do côndilo e o relacionamento entre eles. A RM não deve ser realizada na fase aguda porque certamente iria demonstrar alguma patologia. Os exames laboratoriais de sangue apenas teriam papel no diagnóstico em caso de reumatismo.
Classificação das Disfunções
São várias as causas da disfunção da ATM que causam a dor. Podemos reuni-las em 2 grandes grupos: disfunções intrínsecas, aquelas envolvidas diretamente com a articulação e sua cápsula, e extrínsecas, as que atuam a distância, extracapsulares, como o estado emocional e as distonias musculares. Como em tudo, do maior conhecimento do profissional sobre a fisiopatologia do sistema mastigatório e suas peculiaridades, maior a facilidade em reconhecer e apontar o caminho para o tratamento adequado(14).
Podemos dividir as disfunções da ATM em categorias:
1. Fatores Intrínsecos
a) Desordem do disco articular
- deslocamento ântero-lateral com redução
- perfuração do disco sem redução
b) Capsulites e Sinovites
c) Artrites
- traumática
- infecciosa
d) Artroses
e) Fibrose capsular
f) Anquilose óssea
g) Defeitos do desenvolvimento
h) Neoplasias
2. Fatores Extrínsecos
a) Desordens musculares
- espasmos e contraturas
- miosites
b) Fibrose e anquilose extracapsular
Cada ATM possui um disco entre o côndilo da mandíbula e a fossa articular. O disco amortece a carga enquanto possibilita à mandíbula abrir amplamente e realizar movimentos. Qualquer problema que impeça esse complexo sistema de músculos, ligamentos, discos e ossos de trabalhar em conjunto de maneira adequada pode resultar em um distúrbio doloroso da ATM.
O tratamento envolve uma série de passos que podem incluir exercícios de redução do estresse, relaxantes musculares ou uso de um protetor bucal para evitar o ranger dos dentes. Esses passos foram bem sucedidos para muitas pessoas e seu dentista pode recomendar aquele que seja melhor para você.