Fisioterapia na Hemodialise
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma síndrome complexa consequente à perda, geralmente lenta e progressiva, da capacidade excretória renal, que acarreta em elevações das concentrações plasmáticas de todos os catabólitos, resultando em múltiplos sinais e sintomas decorrentes da incapacidade do rim em manter a homeostasia interna.
Quando existir a queda do ritmo de Filtração Glomerular (RFG) atingindo valores muito baixos, geralmente inferiores a 15 mL/min, estabelece-se o que denominamos Falência Renal Funcional (FRF), ou seja, o estágio mais avançado da perda funcional progressiva observado na Doença Renal Crônica (DRC), estando assim indicado o início de alguma modalidade de diálise.
A perda das funções dos rins na insuficiência renal desencadeia múltiplos sinais e sintomas para o paciente, tais como aumento da pressão arterial, anemia severa, edema de extremidades, fraqueza muscular, hálito urêmico, náuseas e vômitos.
O processo de hemodiálise é feito, em média, por quatro horas e três vezes por semana. As complicações mais comuns durante a hemodiálise são, em ordem decrescente de freqüência, hipotensão (20-30% das diálises), cãibras (5-20%), náuseas e vômitos (5-15%), cefaléia (5%), dor torácica (2-5%), dor lombar (2-5%), prurido (5%) e febre e calafrios (<1%).
Com o progresso do setor de diálise, no que se refere à terapêutica continuada, a expectativa de vida dos pacientes com insuficiência renal crônica aumentou nos últimos anos, porém existem muitos fatores envolvidos com a qualidade de vida desses pacientes. Assim, com o avanço da patologia renal aparecem problemas nos diversos sistemas que compõem o corpo humano, dentre eles estão as alterações músculo-esqueléticas e comportamentais que prevalecem naqueles com tratamento dialítico de longa duração.
Pacientes dialisados apresentam alterações físicas e psicológicas importantes e, dadas as restrições impostas pela doença, tais alterações acarretam descondicionamento físico e prejuízo na qualidade de vida.
A fisioterapia através de técnicas de relaxamento e do trabalho em grupo pode proporcionar uma melhora do bem estar geral desta população, através do acolhimento aos mesmos.
Associado a todas as manifestações e complicações dos pacientes que realizam hemodiálise, os mesmo geralmente são sedentários, favorecendo a perda da funcionalidade devido a inatividade física. Com isso, a fisioterapia para pacientes renais irá atuar nas complicações do tratamento dialítico através das condutas da cinesioterapia e massoterapia. Além do papel preventivo e educativo através da realização de orientações aos pacientes para minimizar as complicações secundárias.
Enquanto profissionais de saúde podemos prestar uma assistência humanizada de acolhimento a estes pacientes, fazendo uso das nossas condutas, direcionando ao bem estar dos mesmos e da sua reintegração física e psicossocial.
Aprática de atividade física, identificada como um importante determinante na melhora da QV, entre os pacientes em HD, pode melhorar, entre tantas outras condições, o desempenho físico nas atividades de vida diária (AVD). A fisioterapia contribui de forma significativa na prevenção, no retardo da evolução e na melhoria de várias complicações apresentadas pelo paciente renal.