Exercícios são aliados para rejuvenescimento facial
Se você é do tipo que se cuida e se preocupa com a aparência, provavelmente pratica exercícios regulares para o corpo e tem uma alimentação balanceada, certo? Mas você já parou para pensar que quando vai à academia o seu rosto não faz parte das partes do corpo que você costuma exercitar?
As atividades físicas são o principal recurso para manter a forma e a saúde do corpo. Para cuidar da pele, a dica de pesquisadores americanos é também praticar exercícios. Mas os faciais. Em um experimento com mulheres na meia-idade, eles descobriram que, após 20 semanas, a prática deixou o rosto das voluntárias com uma aparência mais jovial. Detalhes do experimento foram publicados na revista Jama Dermatology e podem, segundo os autores, resultar na criação de uma técnica antienvelhecimento não invasiva.
De acordo com a equipe, os exercícios faciais têm sido bastante explorados, mas ainda não haviam sido avaliados cientificamente. "Nós lemos sobre exercícios para tratar o envelhecimento facial, ouvimos que alguns pacientes fazem e que notam benefícios. Estávamos curiosos em saber se essas práticas realmente funcionam, e descobrimos que não havia estudos formais para testar a utilidade delas", conta ao Correio Murad Alam, vice-presidente e professor de dermatologia da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos.
Alam e colegas recrutaram 27 mulheres na meia-idade — com 40 a 65 anos — que participaram de duas aulas, de 90 minutos cada uma, com um instrutor de exercícios faciais. Em casa, as voluntárias deram continuidade à prática dos exercícios durante 20 semanas. Nas primeiras oito semanas, elas fizeram as atividades faciais diárias durante 30 minutos e, no período restante, realizaram as mesmas práticas a cada dois dias.
O roteiro incluía 32 exercícios faciais, cada um com duração de cerca de um minuto. Os movimentos eram simples, como abrir a boca e posicionar o lábio superior sobre os dentes e sorrir sem mostrar os dentes, entre outros. Do grupo inicial, 16 mulheres fizeram todos os exercícios até o fim do estudo. Para verificar o efeito, os pesquisadores compararam fotografias tiradas antes do experimento, fotos feitas na oitava semana da pesquisa e registros feitos após a maratona de exercícios.
As imagens foram avaliadas por dois dermatologistas que não sabiam dos testes. Os especialistas usaram uma escala padronizada de envelhecimento facial e examinaram separadamente 19 características do rosto. Descobriram que a bochecha das voluntárias sofreu melhoras significativas. Os pesquisadores acreditam que os exercícios ajudaram a fortalecer os músculos do rosto. "À medida que os músculos crescem, o rosto fica mais cheio. Com o envelhecimento, a pele facial se torna menos elástica e afunila", diz Alam.
O autor do estudo explica que, debaixo da pele, existem camadas de bolsos gordurosos, chamadas almofadas de gordura, que se conectam como um quebra-cabeça e dão forma ao rosto. Com a idade, porém, elas se tornam magras e "caem". "Sob as camadas de gordura estão os músculos. Os exercícios faciais parecem ampliar os músculos, corrigindo, assim, a perda de volume causada por desgaste de gordura e queda da pele. O resultado é um rosto mais completo e firme, que parece mais novo."
Os pesquisadores também avaliaram a média da idade aparente das voluntárias ao longo do estudo. "Começou em 50,8 anos e caiu para 49,6 anos na oitava semana. Depois, para 48,1 anos. Isso é quase uma diminuição de três anos na aparência da idade durante um período de 20 semanas", ressalta Alam. As participantes relataram estar altamente satisfeitas com os resultados e notaram melhorias em quase todas as áreas faciais.
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