Fisioterapia na Síndrome do Desfiladeiro torácico
Desfiladeiro torácico é o espaço estreito que os vasos sanguíneos e os nervos atravessam quando saem do tronco em direção aos membros superiores. Essa região fica entre a primeira costela e a clavícula e pode ser palpada em ambos os lados do pescoço.
Diversos fatores podem predispor o doente à síndrome do desfiladeiro torácico como a presença de anormalidades do escaleno médio, a presença do escaleno mínimo, tumores, anormalidades da primeira costela, processo transverso alongado de C7, bandas fibrosas e da costela cervical. A hipertrofia do escaleno anterior exerce forças de tração em direção superior na primeira costela, condicionando um maior ângulo de abertura desta. Assim, comprime as raízes inferiores do plexo braquial. Por outro lado, a hipertrofia deste músculo exerce também compressão transversal, tanto por forças posteriores como anteriores. As forças posteriores afetam a artéria subclávia e o plexo braquial, já as anteriores comprimem a veia subclávia.
O diagnóstico preciso da Síndrome do Desfiladeiro Torácico é controverso, sabe-se que a compressão do plexo braquial, da veia subclávia ou axilar, ou da artéria através de diversas fontes podem resultar nos sintomas que acometem a região do desfiladeiro torácico, mas o diagnóstico da patologia se baseia muito nas queixas subjetivas e na avaliação clínica.
Os sintomas principais do Síndrome do Desfiladeiro Torácico são as dores e parestesias, alteração de motricidade fina, fraqueza muscular, incapacidade para realizar atividades da vida diária, isquemia, palidez, cianose, sintomas vasomotores (fenômeno de Raynaud), sensação de peso, aumento da temperatura e edema, principalmente ao nível das mãos e dedos. Todos estes sinais e sintomas podem ocorrer de maneira espontânea ou serem provocados por movimentos que diminuam as dimensões dos espaços anatômicos.
O tratamento da compressão no desfiladeiro torácico tem o objetivo de aliviar os sintomas e prevenir complicações. O cirurgião vascular pode indicar:
- Medicamentos – são utilizados para aliviar os sintomas. Geralmente são utilizados analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares.
- Postura adequada – É necessário adaptar as atividades diárias a uma nova postura que diminua a compressão no desfiladeiro torácico. É fundamental adaptar as atividades de trabalho.
- Fisioterapia - Exercícios e outras medidas ajudam a corrigir a postura e reduzir a compressão no desfiladeiro torácico. Os resultados costumam surgir após três meses de tratamento.
- Cirurgia – O cirurgião vascular pode fazer uma cirurgia para remover a causa da compressão. Normalmente, é realizada a remoção da primeira costela, da costela extra, ou dos músculos que causam a compressão. Este procedimento pode ser feito com um corte no pescoço ou na axila, sempre com anestesia geral. A cirurgia deve ser considerada quando as outras formas de tratamento não funcionaram. Quando há compressão nos vasos sanguíneos, a cirurgia geralmente é a primeira opção.
- Alívio dos sintomas álgicos;
- Relaxamento das tensões e contraturas musculares;
- Diminuição da inflamação;
- Resolução do edema;
- Melhora da postura;
- Aumento de força muscular;
- Melhora das amplitudes de movimentos;
- Normalização da circulação;
- Reequilíbrio da musculatura que envolve a cintura escapular;
- Retorno às atividades de vida diária.
Os testes aplicados são:
- Teste de Ross- com movimentos rápidos de abertura e fechamento das mãos e o ombro elevado, rotado externamente e em 90° de abdução, com o cotovelo fletido em uma duração de 3 minutos;
- Teste de Adson- o paciente roda a cabeça para o lado sintomático, estirando a cervical e inspirando profundamente;
- Teste de Wright- mantém o ombro em abdução de 180° com o cotovelo fletido durante 1 minuto;
- Teste Costoclavicular ou Teste de Halsted- é provocada a diminuição do espaço costoclavicular posicionando os ombros em posição recuada e deprimida como uma postura militar.