Como o Fisioterapeuta deve atuar na Esclerose Lateral Amiotrófica
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA),também chamada de doença doneuônio motor, doença de Charcot (nome do grande neurologista francês)ou de Lou Gehring (jogador de beisebol americano, portador da doença)é uma doença degenerativa que atinge os neurônios da ponta anterior da medula e os feixes piramidais, acometendo com isso os neurôniosmotores superior e inferior, que são responsáveis pelo controle dos movimentos voluntários, levando-os gradualmente a diminuir sua função.
O envolvimento dos neurônios motores superiores leva a espasticidade, clônus e hiperreflexia, enquanto a alteração dos neurônios motoresinferiores resulta em fasciculação, atrofia, fraqueza e hiporreflexia.
Somando a isso, podem-se presenciar sinais bulbares, incluindo disartria, disfagia, elabilidade emocional.
O tratamento destes pacientes exige uma atenção multidisciplinar com múltiplas orientações a fim de contribuir na melhora da qualidade de vida. Otratamento fisioterápico é essencial para o portador de ELA, e a abordagem permeará durante toda a evolução da doença. A conduta ébaseada na prevenção e no quadro clínico atual do paciente.
E, apesar do tratamento ser específico e individualizado, é possível estabelecer diretrizes gerais para a reabilitação.
O fisioterapeuta busca avaliar e prescrever exercícios para a manutenção da amplitude de movimento, para otimizar a função muscular ainda existente e para prevenir as complicações decorrentes do desuso e da lesão, para a manutenção do tônus muscular, e prevenção de possíveis quadros álgicos
e edemas.
Geralmente, temos propostas duas a três sessões semanais com duração aproximada de 45 minutos realizadas por um profissional, em conjunto com um programa de exercícios diários realizados pelos cuidadores.
São indicados exercícios de moderada para baixa resistência onde a prescrição é feita de acordo com o quadro apresentado pelo paciente determinando intensidade, duração e repetições apropriada para cada situação, buscando evitar quadros de fadiga e dor, mobilização passivadas articulações, técnicas neuromusculares proprioceptivas de facilitação e de relaxamento muscular, exercícios de equilíbrio
postural e dinâmico, alongamentos e massagem.
É papel também do fisioterapeuta monitorar as habilidades funcionais dos pacientes, determinar modos eficientes e efetivos para realizar suas atividades de vida diárias, explicar a mecânica corporal com o intuito de facilitar as trocas posturais, ensinar as técnicas de transferências para o paciente e cuidadores, avaliar o domicílio e solicitar mudanças no ambiente com intuito de proporcionar ao paciente maior liberdade de movimentos seguros.
Independente do momento que se encontra o tratamento abrir um diálogosincero e objetivo com o paciente e familiares,aliar-se a eles parapoder proporcionar o melhor atendimento, ensinar e esclarecer dúvidas são atos que,além de trazer benefícios reais ao tratamento, aumentam a confiança eo respeito da família pelo fisioterapeuta, pois demonstram não só oprofissionalismo mas também humanidade e solidariedade para com eles.