Menina cria aplicativo para se comunicar com avó que sofre de Alzheimer
Quando Emma Yang começou a procurar profissionais de Nova York especialistas em Alzheimer para falar sobre sua ideia de criar um aplicativo para vítimas do doença, ninguém a respondia.
"Creio que sequer acreditaram que fosse algo sério, alguém de 11 anos tentando comunicar-se com ele" afirma a mãe da menina, Alyssa Tam.
Mas Emma, que já completou 12 anos, acreditou no projeto e quebrou a dureza da selva de pedra de Manhatam com criatividade e perseverança.
O interesse de desenvolver o aplicativo móvel, no entanto, não tem nenhum interesse comercial. A ideia dela é baseada em uma questão pessoal: a avó vive em Hong Kong, do outro lado do mundo, e sofre de Alzheimer.
Foi essa avó paterna que ajudou a criá-la. Agora, quando ambas falam por telefone, Emma nota a distância que a doença provocou na avó já octagenária.
A ideia é que a menina possa, por meio do aplicativo, comunicar-se com a avó e ajudá-la a lembrar das pessoas de seu convívio e também de quem está longe.
Emma adquiriu seus conhecimentos de programação precocemente, aos oito anos, graças a ajuda do pai, que é engenheiro de software.
O aplicativo, que deverá se chamar Timeless, deverá ter uma função chave de reconhecimento facial em que a foto de alguém aparece e é identificada pelo app.
O app também poderia reconhecer fotos recebidas ou tiradas pelos próprios usuários do aplicativo. Outra função seria a de chamar contatos (e talvez avisar se o usuário chamou a mesma pessoa há alguns instantes e se esqueceu).
Por enquanto, Melissa Kramps, da equipe de Alzheimer do centro médico Weill Cornell Presbiteriano de Nova York, mostrou interesse no projeto. Na avaliação dela, no entanto, ele poderia ser mais bem usado na medida em que as pessoas passem a envelhecer, já que as novas gerações são mais acostumadas com tecnologia e pessoas que já têm Alzheimer têm mais dificuldade em aprender coisas novas.