Conceito Mulligan e técnicas para tratamento da Coluna
A coluna vertebral, com o passar dos anos, está sujeita a sofrer e passar por vários processos, diminuindo sua resistência e ocasionando dor, o que pode ser a causa da ocorrência de doenças e limitações funcionais que levam à diminuição da autonomia e da qualidade de vida. O surgimento e a intensidade das dores na coluna vertebral variam de pessoa para pessoa, dependendo da exposição e da sobrecarga ao longo da vida. Este artigo pretende enfatizar, por meio de uma revisão de literatura, descrevendo as estruturas envolvidas neste processo e o seu tratamento com a Fisioterapia utilizando a Terapia Manual como um recurso enfocando no Conceito Mulligan, com o propósito de evitar consequências negativas para a saúde das pessoas que venham ser atingidas por tal problema.
O conceito Mulligan poderá ser aplicado nas restrições do movimento segmentar da coluna vertebral, porém com um diferencial das maiores das técnicas de mobilização, sua aplicabilidade ocorre com o paciente na posição sentada ou em pé com carga, sendo de muita importância haja visto que, na aplicação das técnicas sem carga, os efeitos positivos do tratamento desaparecem com o retorno do paciente na posição ortostática.
O conceito Mulligan é um método eficiente, prático e objetivo podendo obter-se resultados precisos e imediatos do tratamento de diversas disfunções do sistema músculo-esqueletico, assim podendo estimular o profissional a está realizando a aplicação em sua prática clinica diária, não que venha também dispensar outros métodos e filosofias da terapia manual.
A técnica consiste da aplicação de movimentos acessórios na coluna vertebral, livres de dor. Quando os movimentos acessórios são associados a movimentos ativos livres são denominados de SNAGS (traduzido como deslizamentos apofisários naturais mantidos). Quando são apenas movimentos acessórios são denominados NAGS (traduzido como deslizamentos apofisários naturais). Espera-se que imediatamente após a aplicação da técnica a função seja aumentada e a dor diminuída. Tanto o SNAGS, quanto o NAGS são aplicados somente à coluna.
NAGS é a designação para as mobilizações oscilatórias aplicáveis às articulações facetarias desde as vertebras cervicais C2 até C7. É uma técnica cujo nome adveio do acrônimo da língua inglesa Natural Apophyseal Glides e que significa "Deslizamento Apofisários Naturais". NAGS são mobilizações nas articulações facetárias, cuja graduação vai desde a metade até o final da amplitude de movimento, as quais são aplicadas no sentindo ântero–cranial ao longo dos planos de tratamento das articulações selecionadas. Sua aplicação é feita de forma gradual, de acordo com a tolerância do paciente, e nunca deverá causar dor, ou, quando muito, um ligeiro desconforto. O posicionamento do paciente é sempre sentado, a posição inicial conveniente é mais aceitável que a posição de decúbito ventral, especialmente para os pacientes cifóticos. Os NAGS, que podem ser aplicados conjuntamente com uma pequena tração manual – é o que os torna mais confortáveis, são indicados para aumentar a amplitude de movimento da coluna e diminuir a dor associada e, se aplicados cuidadosamente, são extremamente benéficos nos idosos. No paciente com rigorosa restrição de movimento da coluna cervical, os efeitos da aplicação são como uma graça concedida por Deus, presumindo-se que a perda de movimento não seja decorrente de lesão estrutural grave ou outra patologia contra- indicada.
SNAGS no idioma inglês, o acrônimo significa "Deslizamento Apofisários Naturais Mantidos". Como técnica, a aplicação é notavelmente benéfica nos sintomas nas partes cervical, torácica e lombar da coluna vertebral. SNAGS é uma técnica que combina movimento com deslizamentos facetários mantidos. A princípio foi descrito como somente um movimento vertebral, porém quando as facetas são reposicionadas, é possível combinar essa mobilização com movimentos até mesmo das extremidades
O Conceito Mulligan, é uma terapia manual que baseia-se na restauração do alinhamento normal de uma articulação resultando em aumento da flexibilidade e função da mesma. Aplicações repetidas do correto procedimento deverão restaurar a memória do movimento e manter a correção das falhas posicionais.
É importante sempre lembrar que para todos os tipos de restrições de movimento existe uma forma de intervenção, o Fisioterapeuta quando chega ao domínio da técnica possibilita saber qual é a mais apropriada no caso clinico que o paciente avaliado apresenta.