A Fisioterapia em Queimados
A reabilitação do paciente queimado começa no momento em que o paciente chega ao hospital, sendo um processo sempre mutável, que é modificado diariamente. Com um trabalho duro e dedicação ao programa de reabilitação, o paciente queimado pode, certamente, retornar a uma vida produtiva. Para a maioria dos pacientes, a fase mais difícil de reabilitação ocorre após o processo de cicatrização das feridas.
Após a avaliação inicial o fisioterapeuta dará início à avaliação da capacidade do paciente em movimentar-se, e medirá a amplitude de movimentos disponível do paciente.
Durante cada uma das sessões de hidroterapia, é apropriado e necessário utilizar a flutuabilidade da água para ajudar na manutenção da amplitude de movimentos em cada membro e articulação. A água serve para manter a pele úmida que está em processo de cicatrização.
Enquanto o fisioterapeuta trabalha com o paciente, ele precisa monitorar continuamente os sinais clínicos do paciente, para que sejam avaliadas as respostas cardiovasculares e respiratórias ao tratamento.
A avaliação da resistência cardiovascular normalmente não ocorrerá, até que as feridas tenham cicatrizado. Quando isso ocorrer e o paciente for capaz de andar ou se exercitar sozinho em uma bicicleta ergométrica, pode ser efetuada uma avaliação por modificados, por meio de uma bateria de testes monitorada. As cargas devem ser aumentadas por não mais de um MET de incremento a cada vez, e o período de exercício por carga de trabalho deve Ter l a 2 minutos de duração.
A área da mão também requer muita avaliação, em pacientes que sofrerem queimaduras neste órgão. Mãos e dedos perderam os movimentos e as funções rapidamente, precisam, pois, ser diariamente avaliados para que sejam impedidas outras perdas de movimentos.
As metas para o tratamento reabilitativo fisioterápico são contingentes com o prognóstico e potencial do paciente. O fisioterapeuta tem como metas: obter uma limpa ferida por queimadura, para o desenvolvimento da cicatrização e aplicação de enxerto; manter a amplitude de movimento; impedir complicações ou reduzir as contraturas cicatriciais; impedir complicações pulmonares; promover total dependência na deambulação e a independência das atividades do dia a dia; melhorar a resistência cardiovascular.
O exercício ativo é encorajado em todas as áreas queimadas. O exercício ativo tem início no primeiro dia. Outras formas de exercício só devem ser utilizadas apenas se a confusão, dor ou outras complicações impedem o exercício ativo. Todas as articulações mesmo das regiões não queimadas, devem passar por exercícios ativos de amplitude integral. Geralmente, a amplitude de movimentos ativos são feitas pelo menos três vezes ao dia. Os dispositivos resistidos podem ser usados nas áreas que não foram queimadas para a manutenção da força muscular. Os períodos durante os exercícios na piscina são os melhores momentos para as sessões mais agressivas, por os curativos são retirados e a pele está úmida. Se o paciente acabou de receber enxerto de pele os exercícios ativos e passivos serão suspensos por sete a dez dias.
O paciente de queimadura precisará de toda uma vida de exercícios para impedir contrataras e perdas de movimentos.
O paciente queimado perde grande quantidade de massa corporal. O exercício pode lançar mão de dispositivos de treinamento de exercícios e do incremento da força, mas eles podem depender de modificações, com base no estágio do paciente e no estágio de cicatrização das feridas.
O paciente deve ser encorajado a iniciar exercícios ativos que enfatizarão o sistema cardiovascular, como andar desde a unidade de queimadura até a unidade de fisioterapia, andar na bicicleta ergométrica, entre outros. Estes exercícios não só atuarão no sistema cardiovascular como irão aumentar a amplitude de movimento das extremidades.