Fisioterapia na lesão do Ligamento Cruzado Posterior
O ligamento cruzado posterior (LCP) é um importante estabilizador do joelho, e está localizado no interior da articulação. Dispõe-se em diagonal desde a parte posterior e lateral da superfície articular da tíbia até à parte anterior e medial do sulco inter-condiliano do fémur. O LCP controla os movimentos de deslizamento posterior da tíbia sobre o fémur.
As lesões no ligamento cruzado posterior são raras e requerem a aplicação de uma força considerável. Acontece sobretudo quando o joelho dobrado bate contra o painel do carro num acidente de viação, ou bate contra o chão quando um atleta cai para a frente sobre o joelho. Devido ao seu mecanismo lesivo, as rupturas do LCP são mais frequentes em jovens que praticam desportos de contato, como futebol, handebol ou basquetebol.
Estas rupturas podem ser classificadas segundo a sua gravidade em:
Grau I (leve). Também chamada de distensão. É um estiramento que causa apenas lesões microscópicas nos ligamentos.
Grau II (moderada). Um estiramento mais severo, que causa uma ruptura parcial do ligamento.
Grau III (grave). O ligamento é completamente rasgado por um estiramento brusco, geralmente durante um acto desportivo ou num acidente.
Uma boa avaliação do fisioterapeita, incluindo uma história clínica e exame atento do joelho são geralmente suficientes para diagnosticar a ruptura do LCP. Uma ecografia ou RM podem ser pedidas para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade da lesão.
O tratamento em fisioterapia, nas primeiras 48 a 72 horas após a lesão e enquanto o diagnóstico não está confirmado, consiste e controlar os sinais inflamatórios, através de:
Descanso: Evite caminhar ou estar muito tempo de pé. Se tiver de o fazer utilize canadianas. Andar a pé pode significar um agravamento da sua lesão.
Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.
Compressão: um joelho elástico pode ser usado para controlar o inchaço.
Elevação: A perna deve ser elevada um pouco acima do nível do seu coração para reduzir o inchaço.
Analgésicos e anti-inflamatórios não-esteróides poderão ser receitados pelo médico para controlar o processo inflamatório e aliviar as dores.
Deve-se levar em conta que todas as atividades aplicadas pelo fisioterapeuta serão determinadas pelo mesmo, assim como o início de cada uma e o tempo de duração, sempre respeitando a evolução do quadro do paciente.
O profissional:
- Faz uma proteção na tíbia (osso da canela);
- Imobiliza todo o joelho;
- Aplica alongamentos;
- Aplica exercícios isométricos de quadril e tornozelo com imobilizador, sem carga e com aplicação de gelo;
- Auxilia no ganho de amplitude de movimento;
- Aplica exercícios isotônicos de quadril e tornozelo com imobilizador e com carga;
- Marcha com descarga total de peso;
- Retira o imobilizador após um tempo;
- Trote, corrida e fortalecimento muscular global;