Saiba mais sobre o 'dedo em gatilho'

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Outro dia apareceu um caso clássico de 'dedo em gatilho' no consultório? Mas por que clássico? Por que os dedos estavam flexionados justamente como uma garra e havia o travamento no movimento de dedos.
A mão é formada por ossos que formam o punho (ossos do carpo), a palma da mão (metacarpos) e dedos (falanges)
Para que os movimentos aconteçam precisamos dos músculos, que se fixam aos ossos pelos tendões. No caso das mãos, temos músculos curtos e bem próximos aos ossos e também músculos com tendões longos que formam alavancas para mover os dedos das mãos.
Para que o movimentos desses músculos com tendões longos seja mais "suave"  eles são envolvidos em "capas" chamadas bainhas sinoviais. E algumas "polias" agrupam os tendões para favorecer a força e direção dos movimentos. Estas polias são chamadas de túneis.
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Uma vez inflamado, o tendão pode tornar a passagem por baixo da bainha mais apertada, ficando "preso" nesse ponto e "engatilhando" (travando) o dedo nessa posição. Desta forma, o túnel que anteriormente continha tendão e bainha sinovial de tamanhos normais, fica apertado (ou estenosado). Daí o nome científico para esta lesão ser tenossinovite estenosante.
Principais sintomas do "dedo em gatilho"

– Aumento de volume do dedo afetado (edema);
– Dor na base dos dedos ou também na palma da mão;
– Redução ou paralisação de movimentos do dedo acometido;
– Endurecimento do dedo;
– "Estalido" doloroso parecido com um gatilho ao tentar esticar o dedo.

Classificação da síndrome de acordo com a gravidade do bloco
O dedo em gatilho é um distúrbio que pode ser de diferentes entidades e pode variar de muito leve a casos muito graves. A este respeito, Green fez uma classificação da gravidade do dedo em gatilho que é extremamente útil na abordagem terapêutica e divide a magnitude da perturbação em quatro classes:

Classe 1: O paciente se queixa de dor, existe um edema, um inchaço causado pelo acúmulo de líquido que é capaz de executar movimentos muito irregulares e os movimentos de flexão e extensão dos dedos da mão são muito difíceis. Ainda não está presente o bloqueio e o tratamento é conservador, se baseia em terapia física e terapia medicamentosa.

Classe 2: O bloco está presente, mas pode ser corrigido através da flexão ativa do paciente, ou seja, com o "clique" o paciente consegue colocar o dedo em sua posição. Nesta fase o clique ocorre especialmente nas primeiras horas da manhã. Também neste caso o médico escolhe um tratamento conservador.

Classe 3: Nesta fase, o bloqueio está presente mas é apenas corrigível passivamente. Isto significa que ocorreu o estalo o paciente é incapaz de mover o dedo na sua posição original sem a ajuda da outra mão. Neste caso, a abordagem terapêutica é principalmente do tipo cirúrgico.
Classe 4: O bloqueio presente nesta fase não é corrigível ativamente nem passivamente e o dedo permanece preso na fase extensa. Ainda, nesta fase, o médico geralmente considera adequado intervir cirurgicamente.
O dedo em gatilho está geralmente associado como movimentos repetidos, impacto ou vibração, decorrentes de atividades manuais, profissionais ou esportivas. Algumas outras doenças tembém podem predispor o problema como a artrite reumatóide ou diabetes.
A fisioterapia é bastante indicada é o recursos mais utilzado é o Ultrassom, para melhora da inflamação e redução do espessamento do tendão.
A orientação de posicionamento adequado das mãos, bem como o alongamento e massageamento dos músculos da palma da mão (especialmente ao redor dos tendões envolvidos) já podem ser realizados mesmo na fase aguda.
À medida que a inflamação melhora e a dor diminui, o paciente tende a abandonar o tratamento fisioterapêutico. No entanto, esta fase final é fundamental para que sejam identificados os movimentos que levaram à inflamação, assim como instabilidades articulares ou fraqueza muscular.

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