Importância da força para a capacidade funcional

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A perda de massa muscular e consequentemente da força muscular é a principal responsável pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo. A perda da massa e força musculares estão associadas à diminuição da força muscular e óssea, alteração da potência aeróbia máxima, intolerância à glicose, resistência à insulina, menor taxa metabólica de repouso e de requisição energética, disfunção imunológica, desordens do equilíbrio e do andar, fraturas por osteoporose, velocidade lenta de andar e dependência funcional em idosos (Fiatarone-Singh, 1998).

A força muscular é um importante componente da aptidão física relacionada à saúde, além de exercer papel relevante para o desempenho físico em inúmeras atividades de vida diária e/ou esportivas (Cardoso et al., 2011). Os idosos que se exercitam com pesos recuperam boa parte da força perdida, capacitando-os para um melhor desenvolvimento de atividades habituais diárias (Nieman, 1999).

    Fleck e Kraemer (2006), afirmam que a força é um fator importante para as capacidades funcionais e que deve ser mantida durante o envelhecimento, pois ela é vital para a saúde, capacidade funcional e a vida independente. Os mesmos autores relatam que um programa bem elaborado de musculação proporciona diversos benefícios à saúde como o aumento da força, aumento da massa magra, diminuição da gordura corporal e melhoria do desempenho físico em atividades esportivas e da vida diária.

Força máxima

    Para Spring et al. (1995), força máxima é a maior força que podemos exercer voluntariamente contra uma resistência, sob forma dinâmica ou estática. Segundo Monteiro (2004), corresponde à tensão exercida contra resistências limites. De acordo com Bossi (2011), força é o produto de ações musculares e do sistema nervoso, e temos como ideal estimular ao máximo os músculos agonistas e ativar os músculos sinergistas e antagonistas.

    Essa manifestação de força é muito trabalhada e requerida em atividades que envolvem uma única repetição, como, por exemplo, o powerlifting ou levantamentos básicos (Coutinho, 2011).

    Nas atividades da vida diária, a força máxima não parece ser muito requerida. No entanto, a força máxima está intimamente relacionada com a resistência de força e com a força rápida. Zatsiorsky e Kraemer (2008) afirmam que o aumento da força máxima pode, até certo ponto, aumentar a resistência de força e a força rápida, capacidades utilizadas com freqüência nas atividades cotidianas e esportivas.

    Em estudo realizado com um grupo de idosos de um asilo (72 a 98 anos), um programa de treinamento resistido de 10 semanas associado à suplementação alimentar aumentou a força máxima média em 113% no grupo exercitado. Associado ao aumento da força, ocorreram melhorias associadas, como o aumento de 11,8% na velocidade da caminhada e na de 18,4% na capacidade de subir escadas (Simão, 2004).

Força de resistência

    De acordo com Garber (2011), força de resistência é a capacidade de um músculo manter um percentual específico da contração voluntária máxima por um período de tempo prolongado. Trata-se de uma manifestação de força muito requerida em atividades diárias, principalmente para os indivíduos que têm em sua atividade profissional, a repetição sistemática de movimentos (Monteiro, 2004).

    Glaner (2003) corrobora com essa afirmação, citando que a força de resistência é importante na relação aptidão física/saúde, pois é requerida em várias atividades diárias, tais como carregar compras, transportar objetos, manter a postura, entre outras. Outra aplicação dessa manifestação de força seria nas atividades desportivas que têm por objetivo manter esforços contínuos durante períodos de tempo prolongados, por exemplo, corrida de rua (Evangelista, 2011).

Força rápida

    Força rápida corresponde à relação entre a força produzida e o tempo necessário para produzi-la (relação expressa numa curva força-tempo) (Guedes Jr. et al., 2008). Presente em todas as manifestações de força, representada quando o sistema neuromuscular desenvolve uma alta velocidade de ação ou para criar uma forte aceleração na expressão de força (Magalhães, 2011)

    É uma manifestação de força bastante utilizada no cotidiano, principalmente, em atividades como levantar-se de uma cadeira, correr para travessar uma rua, saltar obstáculos, entre outras (Campos e Coraucci Neto, 2004). Além das atividades cotidianas, as ações esportivas exigem, em sua grande maioria, o emprego da força rápida: sprints, saltos, mudanças de direção, socos, arremessos, chutes, etc. (Monteiro, 2004).

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