Como fazer a avaliação do desenvolvimento infantil

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O desenvolvimento é um processo em constante evolução, que depende essencialmente do crescimento e diferenciação do sistema nervoso central e no qual há uma interacção contínua da criança com o mundo que a rodeia. Apesar das grandes variações individuais, que tornam difícil a definição exacta dos padrões de normalidade, as aquisições processam-se sempre de uma forma uniforme e sequencial nas diversas áreas (por exemplo, primeiro segura a cabeça, depois senta-se), portanto, de uma forma previsível.

Como características gerais do desenvolvimento, podemos dizer que, para além de ser um processo contínuo, em que se utilizam "etapas" como pontos de referência para facilitar a sua descrição, ele é global, com as suas diferentes áreas relacionadas e dependentes de influências comuns e, muito importante, cada criança é única.

Embora o esquema de desenvolvimento seja comum a todas as crianças, as diferenças de carácter, de potencialidades físicas e do meio ambiente explicam por que razão crianças da mesma idade, totalmente normais, podem desenvolver-se a ritmos diferentes; o bebé que, por exemplo, anda aos 11 meses não está mais perto da normalidade do que aquele que o faz aos 16 ou 18 meses.  Geralmente, uma criança que inicialmente progrediu muito depressa, vai diminuir o ritmo das suas aquisições e "ser apanhada" por outra que parecia atrasada alguns meses. Assim, é preciso ter uma visão global da criança e das condições que a rodeiam para se poder avaliar correctamente cada situação.

Desde o nascimento que a criança faz aquisições, utilizando-se determinados pontos de referência que ajudam a avaliar o seu desenvolvimento; contudo, como já vimos, estes não são marcos obrigatórios a cumprir numa idade exacta, sendo necessária uma apreciação integrada e global. De seguida, são enumeradas algumas das aquisições feitas ao longo dos primeiros anos de vida e alguns dos chamados "sinais de alarme" que, quando presentes, sugerem problemas do desenvolvimento.

Os parâmetros de avaliação do desenvolvimento de uma criança estão organizados em quatro áreas fundamentais:

1. a postura e a motricidade global

2. a visão e a motricidade fina

3. a audição e a linguagem

4. o comportamento e a adaptação social.

Depois, cada uma destas áreas tem várias vertentes. Assim, por exemplo, na avaliação do comportamento social, é preciso saber não só se a criança é autónoma (a vestir-se, a comer, na sua higiene) mas também como se relaciona com os outros. Todas as áreas são importantes para que a criança atinja uma autonomia total, mas nem todas têm o mesmo valor relativamente à capacidade futura do seu desempenho.

A motricidade global depende principalmente da maturação do sistema nervoso central e pouco dos estímulos do meio ambiente e é a que tem menor correlação com a inteligência futura. Para o desenvolvimento da motricidade fina é necessária a integridade da visão, da coordenação óculo-manual e da integração destas a nível cognitivo, podendo um problema nesta área resultar de um défice em qualquer daqueles níveis.

A linguagem é a área que mais se correlaciona com o nível cognitivo futuro e a sua avaliação não se deve iniciar com as primeiras palavras, considerando-se actualmente os comportamentos pré-linguísticos (a atenção, o sorriso social, o palreio) como os primeiros indicadores do desenvolvimento da linguagem e, mais tarde, do desenvolvimento intelectual.

Finalmente, o comportamento e a adaptação social dependem muito de factores ambientais, nomeadamente do meio cultural em que a criança está inserida.

 

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