15 dicas para lidar melhor com a epilepsia
A epilepsia é um dos transtornos crônicos mais importantes da infância, bem como uma das causas mais comuns de distúrbio neurológico nesta faixa etária, onde cerca de 50% das crianças apresentam essa esse problema antes dos cinco anos e 75%, antes dos vinte. A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento cerebral que ocorre quando uma parte do cérebro passa a emitir sinais incorretos durante alguns segundos ou minutos, sem ter sido causado por febre, drogas ou outras doenças.
São muitos os tipos de crise, bem como os sintomas, que podem variar de acordo com o local atingido no sistema nervoso central. Se a alteração ficar restrita a um hemisfério, a crise será chamada de crise parcial e se a lesão afetar os dois hemisférios cerebrais teremos o que chamamos de crise generalizada. Geralmente a causa é desconhecida, mas pode ocorrer por ferimentos na cabeça, trauma de parto, uso abusivo de álcool e ou drogas e outras doenças.
A epilepsia é uma doença neurológica crônica, comum, e tem tratamento bastante eficaz na grande maioria das vezes. A maior parte das pessoas que tem o problema leva a vida normalmente e com sucesso em todas as áreas. O diagnóstico correto deve ser implementado o quanto antes para que o tratamento adequado seja logo realizado. Recomendações importantes são as de não ingerir bebidas alcoólicas, não passar noites em claro, ter uma dieta balanceada e evitar o stress excessivo.
A divulgação da doença é muito importante, principalmente porque grande parte da população ignora o problema ou porque têm crenças distorcidas e não verdadeiras sobre a questão. Assim, não raro ouvimos pessoas dizerem que a epilepsia é uma doença contagiosa e que seus portadores, além de não são normais nunca serão bem sucedidos na vida, o que não é verdade.
A epilepsia é a causa mais comum de distúrbio neurológico na infância.Cerca de 50% das crianças apresentam essa esse problema antes dos cinco anos
Infelizmente, o impacto social e psicológico da epilepsia ainda é grande, chegando ao ponto de ser, muitas vezes, mais limitante do que a própria doença. Isso porque a epilepsia rompe a sensação de controle e competência, essenciais para o desenvolvimento saudável da personalidade da pessoa, em decorrência da característica paroxística, imprevisível e de completa subjugação do indivíduo pelo evento epiléptico. Basta apenas um único episódio para que a família viva um estado angustiante, à espera de uma nova crise.
Trabalhos assistenciais de atenção, apoio e acolhimento aos cuidadores principais de crianças e adolescentes com epilepsia é de toda importância, uma vez que existe uma relação "de mão-dupla", no dia-a-dia dos pais de uma criança com epilepsia. Vários estudos, inclusive no Brasil, mostram o aument o da incidência de problemas emocionais e psiquiátricos, especialmente nas mães de crianças com epilepsia. A reorganização de papéis dentro da dinâmica familiar é de toda importância para o manejo saudável do problema.
Portanto, conscientizar a população nesse sentido é essencial para a redução do impacto negativo de atitudes discriminatórias sobre a epilepsia e seus mitos. Promover maior participação social e laboral através da divulgação de informações corretas e cientificamente comprovadas junto às entidades competentes e para a população, são objetivos primordiais a serem alcançados, para que essa parte da sociedade tenha uma vida com mais qualildade.
15 dicas para você entender e lidar melhor com a epilepsia.
1. A epilepsia não é uma doença mágica e nem sagrada e muito menos demoníaca. Ela é uma doença neurológica comum.
2. A epilepsia não é uma doença contagiosa. Ela é apenas o produto de descargas anormais de células nervosas no nosso cérebro.
3. A epilepsia é universal. Ela acomete pessoas de qualquer faixa etária e de todos os países.
4. Sua prevalência pode variar conforme as regiões do mundo. Ocorre com maior freqüência nos países em desenvolvimento,como é o caso do nosso país (2%), devido à desnutrição, pouco conhecimento, enfermidades infecciosas e à insuficiente atenção médica. Nos países mais desenvolvidos a incidência é de aproximadamente 1%.
5. A epilepsia é vista como uma catástrofe. Vai morrer? É nossa culpa? vai ficar retardado? Nada disso! A epilepsia é uma condição que tem tratamento e que na maior parte das vezes é benigna.
6. Pessoas com epilepsia nunca vão vencer na vida: mentira! Muitos são bem sucedidos na vida.
7. Os pais costumam ver a epilepsia com vergonha, frustração, desesperança. Errado! Os pais precisam tratar a criança corretamente e incentivá-la a viver como uma criança normal, que se trata de uma enfermidade que possui, como qualquer um de nós.
8. Pessoas com epilepsia nunca vão vencer na vida. Mentira! Muitos são os portadores sucedidos na vida.
9. Os pais costumam ver a epilepsia com vergonha, frustração, desesperança. Errado! Os pais precisam tratar a criança corretamente e incentivá-la a viver como uma criança normal, que se trata de uma enfermidade que possui.
10. Muitas vezes a epilepsia começa a ser estigmatizada dentro de casa! Muitas vezes, a criança vê a sua condição como estigmatizante como resultado da influência dos pais.
11. A pessoa com epilepsia é uma pessoa normal. Ela precisa seguir as instruções do médico, como qualquer um de nós.
12. A epilepsia não gera desadaptação social por si só. a superproteção dos pais em relação à criança pode levar a alterações de comportamento e personalidade, tornando a criança, frequentemente, socialmente isolada, dependente e insegura.
13. Na grande maioria dos casos bem conduzidos, a epilepsia não leva a problemas escolares. Com diagnóstico e tratamento adequados, aproximadamente 80-90% de crianças terão suas crises controladas com um mínimo de efeitos indesejados. Isso lhe permitirá acesso a uma vida normal.
14. Vários esportes são permitidos, como por ex.: jogar vôlei, futebol, fazer ginástica, corrida, tênis, etc. A natação, somente com supervisão cuidadosa.
15. Importante: seguir o tratamento regularmente, não deixar de tomar a medicação porque tem festa e quer beber álcool, não misturar medicação, evitar soluções mágicas como a substituição do tratamento por práticas religiosas.