Métodos de avaliação para Flexibilidade
Goniometria
Goniometria refere-se à medida, através de um instrumento chamado goniômetro, de ângulo criado nas articulações humanas pelos ossos do corpo (NORKIN; WHITE, 1997).
O goniômetro, que pode ser metálico ou plástico, também apresente diversidade de tamanhos e modelos. Alguns possuem corpos de meio círculo e outros de círculo total no centro do instrumento. O goniômetro se divide em braço estacionário ou fixo, braço móvel e o corpo de círculo. O braço móvel é ligado ao corpo e ao braço fixo através de um parafuso. O braço móvel se movimenta de acordo com o movimento da articulação enquanto o braço fixo encontra-se estacionário, sem acompanhar o movimento (NORKIN; WHITE, 1997).
É um método de avaliação importante na averiguação das condições músculo-esqueléticas, especificamente nas medidas de amplitude de movimento dos tecidos moles e articulações (NORKIN; WHITE, 1997).
O examinador, utilizando a técnica da goniometria, precisa ter conhecimentos e habilidades sobre:
- Posições recomendadas ao teste;
- Posicionamento alternativo;
- Estabilização necessária;
- Estrutura e função articulares;
- Sensação final normal;
- Limites ósseos anatômicos;
- Alinhamento do instrumento.
Além disso, o avaliador deve ter a capacidade de executar, em cada articulação e movimento, o seguinte:
- Posicionar e estabilizar corretamente;
- Movimentar uma parte do corpo de acordo com a amplitude adequada do movimento;
- Determinar o fim da amplitude de movimento (sensação final);
- Palpar os pontos anatômicos adequados;
- Alinhar o instrumento de medida com esses pontos;
- Ler o instrumento de medida;
- Registrar corretamente as medidas.
As posições recomendadas de teste são:
- Colocar a articulação em posição inicial de zero grau;
- Permitir uma amplitude de movimento completa;
- Proporcionar a estabilização do segmento articular proximal.
O alinhamento do goniômetro refere-se ao alinhamento dos braços do goniômetro com os segmentos proximais e distais da articulação que está sendo avaliada. O instrumento deve ser posicionado de acordo com os pontos anatômicos referentes a pontos das articulações avaliadas, para uma precisão na visualização dos segmentos articulares (NORKIN; WHITE, 1997).
Antes de iniciar uma avaliação goniométrica, o examinador deve:
- Determinar as articulações e os movimentos que devem ser testados;
- Organizar as seqüências de testes por posição corporal;
- Reunir o equipamento necessário, como goniômetros, rolos de toalha e formulários de registros;
- Preparar uma explicação do procedimento para o sujeito.
A explicação para o sujeito pode seguir os seguintes passos:
- Introdução e explicação do objetivo;
- Explicação e apresentação do goniômetro;
- Explicação e demonstração dos pontos anatômicos;
- Explicação e demonstração das posições recomendadas de teste;
- Explicação e demonstração dos papéis dos examinadores e do sujeito;
- Confirmação da compreensão pelo sujeito.
Com o surgimento de novas tecnologias, os meios de avaliação, diagnósticos e investigação científica também avançaram. No campo da Fisioterapia surgiu a fotogrametria, que pode auxiliar e facilitar os métodos avaliativos dos padrões de movimentos humanos (BARAÚNA et al., 2006; IUNES et al., 2005; RICIERI, 2008).
A fotogrametria computadorizada ou biofotogrametria é uma análise através de fotos onde o objeto de estudo é o movimento do corpo humano (RICIERI, 2008).
Conforme Ricieri (2008), a fotogrametria computadorizada é pode ser considerada a arte, ciência e tecnologia de informação confiável sobre objetos físicos e o meio ambiente através de processos de gravação, medição e interpretação de imagens fotográficas.
Essa técnica é um instrumento de avaliação muito utilizado por quantificar as alterações posturais por meio da aplicação dos princípios fotogramétricos às imagens fotográficas obtidas em movimentos corporais, complementando a avaliação para o diagnóstico fisioterapêutico em diferentes áreas (BARAÚNA et al., 2006; IUNES et al., 2005; RICIERI, 2008).
De acordo com Ricieri (2008) e Sato (2003), esse recurso vem sendo bastante difundido entre a prática fisioterapêutica como uma ferramenta de análise clínica considerada próxima da precisão, dando ao profissional a oportunidade de avaliar com exatidão, confiabilidade e reprodutibilidade.
Ricieri (2008) reporta que é necessário serem seguidas algumas regras para que todo o processo de análise angular ocorra de forma precisa. A primeira regra seria que o eixo óptico da câmera devesse ficar alinhado ao eixo de movimento ou perpendicular ao plano de movimento analisado. A segunda regra seria referente ao enquadramento do objeto para a construção da imagem, que devendo ser feito sempre pela variação da distância focal da câmera e nunca pelo ajuste das lentes ou zoom. A terceira regra trata do objeto analisado, qual deve estar posicionado na região central da imagem para evitar o efeito de distorção periférica causado pela diferença de diâmetros entre o centro e a periferia da lente da câmera. A quarta e última regra diz respeito ao posicionamento e reposicionamento dos marcadores de superfície, pois são determinantes no sucesso ou insucesso da análise angular, assim o treinamento e conhecimento de anatomia palpatória por parte do profissional que deseja realizar esse tipo de análise.