Técnicas de tratamento Frio x Calor na Fisioterapia


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Bolsas Frias

Michlovitz (1996) explica essa técnica de bolsas frias que podem ser compradas por preço baixo ou facilmente feitas. As marcas comerciais usualmente contêm gel de sílica e está disponível no mercado em diversos tamanhos e formatos para cobrir a área a ser tratada de forma mais adequada. As bolsas podem ser guardadas em uma unidade especial de refrigeração ou em freezer doméstico. A temperatura de armazenamento deve ser de aproximadamente -5ºC por pelo menos 2 horas antes de uso. Por razões de higiene, deve se colocar uma toalha entre a bolsa e a superfície da pele. O ar é um condutor térmico pobre, portanto, devemos molhar a toalha com água para que facilite a transferência de energia.

Bolsa térmica comercializada, para realização da crioterapia.

Algumas bolsas frias são ativadas quimicamente ao bater contra uma superfície dura. Esse tipo de bolsa é bastante utilizada em primeiros socorros e são descartáveis. A reação química dentro dessas bolsas ocorre em um PH alcalino e pode causar queimaduras na pele se forem abertas e seu conteúdo vazar sobre a pele.

Bolsa térmica instantânea ativada quimicamente.

As bolsas frias se mantém a uma temperatura baixa o suficiente por 15 a 20 min. Se um tratamento mais prolongado for necessário, devemos substituir por uma outra bolsa. 20

Compressa Fria ou Panqueca Fria

A panqueca fria é utilizada com freqüência por pessoas em suas casas. Para se preparar uma panqueca fria devemos molhar uma toalha em água fria e adicionar, dentro da toalha, gelo moído e dobramos em forma de uma panqueca.

Na compressa fria molhamos uma toalha em água fria e dobramos em forma de uma compressa.

A panqueca fria é mais eficiente do que a compressa fria, mas, mesmo assim, o seu efeito terapêutico, para reduzir a temperatura de um tecido, é muito limitado.

Pode ser indicada nos casos onde necessitamos de um resfriamento superficial. Esse método tem eficiência em torno de apenas 5 min, pois a partir desse momento a temperatura se eleva perdendo assim o objetivo do tratamento.

Massagem com Gelo

Segundo Rodrigues (1995) a massagem com gelo já é bastante conhecida e utilizada, mas seus efeitos fisiológicos ainda não foram discutidos e interpretados para que a mesma possa ser indicada.

A massagem com gelo é feita geralmente sobre uma área pequena, sobre um músculo, um tendão ou sobre pontos gatilhos. Essa técnica é simples e pode ser ensinada a pacientes confiáveis para aplicação doméstica.

A água é congelada em copo de papel para facilitar o manuseio do gelo pelo terapeuta. Outra alternativa seria colocar um palito no copo com água e teria assim o formato de um "pirulito" e seu manuseio seria através do palito para aplicação dessa técnica.

Uma área de 10 a 15 cm pode ser coberta em 5 a 10 min. O gelo é aplicado sobre a pele em movimentos circulatórios ou no sentido de "vai-e-vem". Durante a massagem com gelo o paciente experimentará provavelmente quatro sensações distintas incluindo frio intenso, queimadura, dor e então analgesia. Os estágios de queimadura e dor devem passar rapidamente dentro de 1 a 2 min. Uma fase mais prolongada de dor e queimação pode ocorrer se a área coberta for muito grande ou se uma resposta hipersensitiva for iminente. A temperatura da pele normalmente não cairá abaixo de 15ºC quando esta técnica for empregada e assim o risco de dano ao tecido é mínimo.

As respostas fisiológicas podem ser afetadas por dois fatores:

Aplicação é fásica: conforme a área é massageado, o gelo fica em contato com uma área específica e o tecido é exposto de novo a temperatura ambiente, tomando assim o resfriamento mais lento;

Ação da massagem com gelo estimula os receptores mecânicos: quando executada por movimentos curto e breve; facilita a inibição neural, quando executada por movimento lento e prolongado. Esta é uma boa técnica para a aplicação sobre áreas pequenas.

Uma outra forma de massagem com gelo é a técnica de Rood, que realiza movimentos de varredura rápido e diretamente sobre os músculos tentando melhorar a contração muscular.

Banho de Imersão

Essa técnica é utilizada para cobrir um seguimento corporal, utilizando água misturada com gelo. O tempo de aplicação é regulado por quanto se quer reduzir a temperatura do local a ser tratado. É importante destacar que essa técnica leva a uma diminuição da temperatura muito rápida, em comparação com as outras técnicas.

Quando o objetivo for resfriar as extremidades, é mais prático o banho de imersão, a menos que seja desejável uma elevação simultânea. Essa técnica assegura contato circunferencial do agente resfriador.

Podemos utilizar essa técnica em extremidades como: cotovelo, braço, mão e tornozelo, mas também pode ser utilizada em grandes áreas como a região lombar ou membro inferior.

É necessário um recipiente com tamanho suficiente para cobrir a área a ser tratada. Iremos dosar a quantidade de gelo em relação a água para obtermos a temperatura desejada para realizar a terapia.

Técnica de Imersão

A perda da temperatura dessa técnica pode ocorrer à medida que o gelo derrete. Para mantermos a temperatura, devemos repor o gelo constantemente e monitorarmos a temperatura com um termômetro dentro do recipiente. Outro fator importante é o aquecimento da película da água que circunda a região tratada após 5 min. iniciais da imersão, para que isso não interfira no tratamento devemos movimentar a água constantemente.

Por razões de higiene para cada terapia devemos trocar a água usada. Nunca devemos reutilizar a água mesmo sendo congelada novamente.

Turbilhão Frio

Esse aparelho tem as mesmas características do turbilhão convencional, isto é, um recipiente com um reservatório de água e um aparelho que proporciona um jato de água, porém, atua com uma temperatura entre 1ºC a 5ºC para tratamento de áreas pequenas e de 10ºC a 15ºC para trabalhar em áreas grandes. O jato de água tem o objetivo de massagear a área. Não foi encontrado mais detalhe dessa técnica. Rodrigues questiona em seu trabalho que "o banho frio tem o objetivo de reduzir o metabolismo e promover a vasoconstrição, mas quando nós fazemos hidromassagem nos tecidos, não estamos promovendo estilos para um maior efeito metabólico, muito embora em proporções bem menores do que ocorre no banho quente.

Pacote de Gelo

Essa técnica é a mais utilizada entre todas as outras, porém, muitos terapeutas encontram dificuldades para a modelagem da articulação ou das extremidades. Portanto, para facilitar a modelagem, devemos moer ou triturar o gelo e, após colocarmos dentro de sacos plásticos, devemos retirar o ar e fechar em seguida.

O pacote poderá ser fixado ao local da aplicação por faixas, ataduras de crepe ou um peso para estabilizar o pacote quando possível.

A temperatura do pacote está em torno de 1ºC a 3ºC aproximadamente.

Pacote de gelo

Gelo, Compressão e Elevação

Essa técnica é usada universalmente nos cuidados imediatos das lesões agudas nos esporte.

Foi a única técnica que encontramos com trabalho experimental, randomizado e provou sua eficácia no tratamento de pós-operatório em artroplastia total de joelho, como já foi dito anteriormente.

Além dos efeitos da crioterapia temos os efeitos da elevação e compressão. A compressão é feita por faixa elástica ou por aparelhos que possuem um recipiente de espuma com elástico e uma faixa com crepe, como o Polar Care.

A compressão atua aumentando a pressão externa da vasculatura. Dado que a pressão externa está no denominador da fórmula da pressão de filtração capilar, essa técnica pode ajudar no controle da formação do edema e, também, poderá ajudar a reduzir o inchaço, ao promover a reabsorção do fluído. A pressão externa é mais efetiva quando o edema começa a ocorrer e será efetiva enquanto houver edema.

Segundo Knight et alli, 1985 "a pressão hidrostática resulta do peso da água. Na medida em que mergulhamos, por exemplo, no mar, a pressão hidrostática capilar é menor quando o segmento corporal está em porção fluida do sangue. A pressão hidrostática capilar é maior quando o segmento corporal está em posição pendente do que quando elevado em função do maior peso da água. A elevação, assim, é benéfica durante os cuidados imediatos, por diminuir a pressão hidrostática capilar, o que faz baixar a pressão de filtração capilar. Embora a elevação também diminua a pressão hidrostática tecidual, seu valor normal é muito menor do que da pressão hidrostática capilar, de tal modo que a variação absoluta na pressão hidrostática tecidual devida a elevação será negligenciável".

Encontramos dois tipos de aparelho que fazem essas ações de crioterapia, elevação e compressão; um deles é o Polar Care e o outro é o Cryo Cuff.

Polar Care

Aplicação da crioterapia, com uso do Polar Care

Aplicação da crioterapia, com uso do Cryo Cuff

A aplicação imediata dessa técnica é a medida prioritária para lesões decorrentes no meio esportivo, visto que o gelo demorará 5 min ou mais para agir sobre o fluxo sangüíneo.

Spray de Vapor Frio

Historicamente, dois tipos de spray são usados,os de Flori -Metano que são os não inflamável e não tóxico e o Etil-Clorido que é um vapor refrigerante destinado a aplicação tópica para controlar a dor associada às condutas cirúrgicas menores, tais como lancetar furúnculos ou drenar pequenos abscessos, lesões de atletismo, injeções e para o tratamento de dor miofascial, movimento restrito e espasmo muscular.

Spray para o uso da crioterapia

Devemos evitar a inalação do Etil-Clondo, pois pode produzir efeitos narcóticos, anestésicos gerais e anestesia profunda ou coma fatal, com parada cardíaca ou respiratória. O Etil-Clorido é inflamável e nunca deve ser usado na presença de uma chama em aberto, ou equipamento elétrico de cauterização. Quando usado para produzir congelamento dos tecidos, as regiões adjacentes da pele devem ser protegidas com aplicação de petrolato. O processo de descongelamento pode ser doloroso e o congelamento pode reduzir a resistência local da infecção e predispor uma cicatrização demorada.

Banho de Contraste

Essa técnica consiste numa alternância entre o calor e o frio, onde os objetivos são vasomotores, isso é, alterações circulatórias que o agente frio e o calor promovem nos tecidos.

É realizado dois recipientes, um deles contendo uma mistura de gelo e águas, e o outro com água quente numa temperatura que varia de 40ºC a 45ºC.

A água quente deve ser iniciada com duração de 5 min. para promover uma vasodilatação alterando o fluxo sangüíneo de 1,6 lts para 1,71 lts. Em seguida deve ser usado o frio que provocará uma queda imediata da temperatura subcutânea e profunda.

Devemos terminar a técnica utilizando o frio com duração de 3 min. com o objetivo de resfriar os tecidos e reduzir as necessidades metabólicas dos mesmos.

Banho de contraste (frio)

Banho de contraste (mudança)

Banho de contraste (quente)

Foi encontrado na literatura um protocolo de banho de contraste elaborado pela CEFESPAR com duração total de 30 min., seguindo as informações já citadas anteriormente, em relação ao início e ao término da aplicação de cada principio físico, no caso frio e quente.

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