Pontos-gatilho na origem de sintomas e limitações de cervicalgia mecânica
Os resultados de algumas investigações levadas a cabo por uma equipa espanhola especializada em dor miofascial, na qual se incluem alguns dos formadores da área da MASTER, sugerem que pode existir uma relação entre o segmento cervical e o complexo sensório-motor.
Com o intuito de investigar a presença de pontos-gatilho miofasciais activos em mais músculos do que investigações anteriores já haviam estudado e qual a sua relação com a intensidade de dor, a incapacidade e a qualidade do sono na dor mecânica cervical, uma equipa especialista em dor miofascial da Universidade Rei Juan Carlos (Espanha) reuniu 15 pacientes com dor associada a cervicalgia de origem mecânica e comparou os pontos-gatilho do trapézio superior, esternocleidomastóideo, esplénio, semiespinhoso e os músculos escalenos com 12 participantes de controlo,num estudo duplo cego.
Considerados apenas os pontos-gatilho referidos como sintoma familiar, medida a dor e a qualidade de sono através de escalas internacionalmente reconhecidas, constataram que os pacientes com dor por cervicalgia mecânica apresentaram maior número de pontos-gatilho activos, maior incapacidade e pior qualidade de sono do que os indivíduos do grupo de controlo. A equipa concluiu que a dor associada aos pontos-gatilho activos nos músculos do pescoço e ombros contribui para os sintomas de cervicalgia mecânica.
A mesma equipa de investigação, estudou ainda os pontos-gatilho nos músculos mastigadores (masséter e temporal), em 20 pacientes com cervicalgia mecânica e concluiu que quanto mais pontos-gatilho nesses músculos, menor a capacidade de abertura da mandíbula.
Estes resultados podem sugerir uma correlação do segmento cervical para o complexo nuclear trigeminal (complexo sensório-motor).