A Fisioterapia e os sobreviventes do incêndio da Boate Kiss


Fisioterapia ajuda na recuperação dos sobreviventes da tragédia Jean Pimentel/Agencia RBS

Em 22 de fevereiro, pouco antes do primeiro mês da tragédia na boate Kiss, o Ministério da Saúde, as secretarias Estadual e Municipal de Saúde e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) assinaram um termo por meio do qual se comprometem a realizar procedimentos técnicos e operacionais para cuidar da saúde das vítimas da tragédia por, pelo menos, cinco anos.

Desde então, serviços ambulatoriais são prestados – apesar de algumas pessoas não terem procurado atendimentos. Ou desistido.

A preocupação com quem ainda não foi atendido é constante no ambulatório de fisioterapia do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). A chefe do setor, Ana Lucia Cervi Prado, destaca a importância do acompanhamento profissional.

Ainda não se sabe quais consequências podem sofrer as vítimas que inalaram cianeto e monóxido de carbono. Por isso, a prevenção é o melhor caminho. O ambulatório de fisioterapia atende às vítimas com lesões internas – nas vias respiratórias – e externas, como queimaduras.

O tempo, neste caso, é valioso para os tratamentos. A equipe do Husm alerta que quem ainda não procurou o Centro de Atendimento a Vítimas de Acidente (Ciava) no hospital precisa fazê-lo. A fisioterapeuta Isabella Albuquerque explica que quem não tratar corretamente ou demorar para procurar atendimentos pode ter sequelas, já que existe uma janela para a fisioterapia neste caso (um ano e meio). Após este período, as chances de recuperação são praticamente nulas.

Para dedicar-se exclusivamente à fisioterapia, Delvani Brondani Rosso, 20 anos, que teve parte das costas e braços queimados, deixou Manoel Viana e se mudou para Santa Maria.

– Dá bem para notar a diferença – recorda o jovem, que teve alta em 15 de março e iniciou a fisioterapia um mês depois.

FOCO NA REABILITAÇÃO

O que é feito no Centro de Atendimento a Vítimas de Acidente

— Tratar os pacientes com sintomas de intoxicação exógena (inalação de fumaça), assim como os que sofreram traumas físicos (contusões, luxações) e queimaduras.

— Estima-se que mais de mil pessoas tenham sido afetadas, direta ou indiretamente.

— O ambulatório de fisioterapia do Husm trata 63 pessoas.

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