Pule carnaval sem esquecer da saúde
Não importa onde será sua folia: na praia, no interior ou na cidade, antes de vestir o abadá vale seguir algumas dicas para não estragar seu Carnaval.
Evite a desidratação
Nestes dias de muito calor e muita atividade física, é preciso atenção redobrada à hidratação. Beba muita água e bebidas como água de coco e sucos de frutas, para repor a perda de líquido. "Nessa época, até os isotônicos industrializados estão liberados", indica a nutricionista Mariana Del Bosco. É bom lembrar que, fora do Carnaval, essas bebidas esportivas não devem ser consumidas com frequência, já que o alto teor de sódio pode ocasionar aumento da pressão arterial.
Outra dica: evite os refrigerantes e outras opções gasosas. "Esse tipo de bebida aumenta a irritação no estômago", explica o clínico geral Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Prefira os sucos naturais", recomenda.
Atenção ao que você come
Evite longos períodos sem se alimentar. "Você corre o risco ter uma queda de pressão e passar mal", alerta a nutricionista Mariana Del Bosco. Nesta época, casos de hipoglicemia por falta de comida são bem comuns. "Tenha sempre algo por perto, como uma bolachinha, para conseguir repor os nutrientes perdidos no suor", diz ela.
Mas preste atenção na hora de escolher onde comer, tanto no tipo de alimento, quanto na limpeza do local. Em dias de festa, principalmente na praia e em cidades menores, é fácil encontrar várias barracas e quiosques que oferecem lanches e pratos rápidos e práticos. A falta de higiene pode causar intoxicação alimentar, que leva a diarreia e vômitos. Deixe de lado os ingredientes que estragam facilmente, como a maionese.
Se você não abre mão da comidinha caseira, cuidado com a quentinha também. "Há riscos de contaminação, já que os alimentos estarão fora da geladeira e não poderão ser armazenados corretamente", explica Mariana. Por isso, prefira barras de cereal, frutas, biscoitos integrais e frutas secas, como castanhas e nozes.
Outra opção é consumir picolés de fruta, que espantam o calor e hidratam o organismo.
Álcool, o velho vilão
Ninguém aqui vai proibir uma cervejinha. O problema, como sempre, é o abuso. Além de garantir uma bela ressaca, o excesso de álcool provoca desidratação. "Por isso é sempre bom tomar água entre uma bebida e outra", indica Paulo Olzon.
Quer tomar vários tipos de bebida? "Não há comprovação científica de que misturar diferentes bebidas faz mal à saúde. O que conta mesmo é a quantidade ingerida", frisa ele. Outra vez: evite o excesso.
Merecido descanso
A maior parte das pessoas dorme pouco, e mal, durante os dias de folia - e se esquece que isso é vital para manter o pique. "Respeite seus limites e descanse. Esse é o melhor remédio para curar a estafa e também a ressaca", ensina Paulo Olzon. Um repouso de 6 a 8 horas é suficiente para recuperar as energias gastas na folia.
E nada de abusar de estimulantes como café e o famoso pó de guaraná. "Muitas doses de bebidas estimulantes com cafeína podem ocasionar aceleração cardíaca", alerta Paulo Olzon.
Cuidado com a audição
No carnaval, a música é tocada a altos brados na avenida, em festas e principalmente nos trios elétricos. Apesar de divertido, o ambiente muito ruidoso pode ser prejudicial. Quanto expostos a uma intensidade muita alta de som, cerca de 110 a 120 decibéis, podemos perder audição em questão de minutos. "A pessoa não necessariamente vai ficar surda de uma vez, mas pode sim perder um pouco da audição devido ao som muito alto", alerta Ektor Onishi, otorrinolaringologista da Unifesp.
Segundo o especialista, o primeiro sinal de abuso é sentir um zumbido forte nos ouvidos. "Em geral, a lesão ocorrida é pequena, mas irreversível. O ideal é não se expor novamente, pois, ainda que não seja notada logo, essa perda de audição vai aparecer no futuro", diz.
A dica é evitar ficar perto das caixas de som e, se possível, tentar ir para longe do ambiente com ruído a cada meia hora. Isso também vale para quem é frequentador assíduo de baladas e festas. Já no carnaval, outra opção é usar protetores auriculares para proteger os ouvidos.
Sexo seguro
Todo mundo está careca de ouvir - mas tem gente que ainda esquece o velho conselho: use camisinha. Não à toa nesta época sempre crescem os casos de DSTs - as doenças sexualmente transmissíveis.
E aqui não se trata só de evitar a aids, a mais temida delas. "Muita gente se arrisca porque não sabe a gravidade de doenças como gonorreia, sífilis e HPV, além da aids, claro", lembra Paulo Olzon.