Os trigger points e o seu tratamento pela fisioterapia
A primeira vez que eu ouvi falar dos trigger points, ainda na faculdade, achei uma coisa surreal. Ainda não acreditando na capacidade que o corpo humano de tem de acumular tensão, fui estudar pra entender como eles se formavam.
Nosso organismo é formado por mais ou menos 60% de massa muscular. Junto com os ligamentos são responsáveis por manter estruturas ósseas em funcionamento harmônico. Eles são responsáveis por praticamente todos os movimentos do corpo e por serem exigidos o tempo todo, encontram-se sujeitos a desgastes, fadigas e lesões.
Executam movimentos voluntários e involuntários. Alguns músculos do corpo, encontram-se em constante contração (mínima contração, na realidade) para que possam responder de imediato quando solicitados, como é o caso de alguns músculos da mastigação. Quando nos movemos também estamos realizando uma contração voluntária. Quando o músculo contrae-se involuntariamente é porque ele entrou em estado de espasmo.
Ë importante estar atento a este padrão de dor para não confundir com dor neuropática. Se estiver em uma área onde esteja comprimindo um plexo nervoso, como o plexo braquial, pode provocar dor nas costas, ombros, braços e mãos.
"O padrão de dor referida é que o distingue de outras dores musculares".
Existe uma condição dolorosa que assemelha-se a ele que são os pontos sensíveis.
Qual a diferença?
A diferença é que os pontos sensíveis não provocam dor referida. Pelo contrário. Quando executa-se a digitopressão em um ponto sensível, o indivíduo responde com um sinal típico de pulo e afastamento da pressão conhecido na língua inglesa como "jump sign".
Fisiopatologia (o que causa o) trigger point
A principal etiologia são microtraumas repetitivos. Duas teorias foram propostas para determinar a etiologia do T.P. Uma fala sobre o aumento do cálcio que promoveria e perpetuaria contrações voluntárias. A outra fala sobre a ação das catecolaminas.
O grande problema do ponto de gatilho é que, além de restringir o movimento ele promove uma diminuição da circulação sanguínea local, consequentemente menos aporte de oxigênio chega ao local, mais ácido láctico é produzido, consequentemente ocorre uma retroalimentação da contração e inflamação local e consequentemente restrição de movimento.
Como tratar?
Uma pergunta frequente que me fazem é: já que ocorre uma contração muscular intensa, então porque os medicamentos relaxantes musculares não resolvem o problema? Uma boa resposta é que a medicação deveria ser forte o suficiente para parar todas as contraçoes involuntárias dos músculos. Consequentemente o coraçao não suportaria. Então executa-se pressão digital no trigger point (em média 4kg) para descomprimir a musculatura e interromper o ciclo de dor.
Outras formas de tratá-lo incluem: ultrasom, eletroestimulação, spray e infiltração anestésica.