Equoterapia promove reabilitação física, psicológica e reduz o estresse
Sigma Six Comunicação
Há vários tratamentos que complementam a medicina tradicional e são conhecidos como terapias alternativas. Entre eles está a equoterapia, tratamento com cavalos que proporciona mais qualidade de vida, bem-estar e outros benefícios aos praticantes. "Na equoterapia o cavalo é utilizado como instrumento terapêutico junto a uma equipe interdisciplinar composta por profissionais na área da saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento global do praticante. O paciente necessita de um atestado médico para fazer a terapia e depois passará por uma avaliação da equipe de equoterapia, quando serão traçados os objetivos do tratamento", explica Luciane Padovani, terapeuta ocupacional do Centro de Equoterapia Camaster.
"Todo o tratamento de equoterapia se baseia no relacionamento entre o cavalo e o paciente. Durante o deslocamento do animal, a pessoa que está realizando o exercício recebe de 1800 a 2200 estímulos cerebrais e ajustes tônicos, que são movimentos automáticos de adaptação do praticante ao movimento do cavalo. Eles percorrem a coluna por meio da medula espinhal, chegando ao sistema nervoso central (SNC). No SNC, os neurônios se unem, gerando novas células nervosas, que servirão como ponte na realização de uma determinada atividade motora dificultada por uma lesão cerebral, problema genético ou psicológico", afirma Letícia Junqueira, fisioterapeuta do Espaço Letícia Junqueira.
A equoterapia traz diversos benefícios aos praticantes. "A inter-relação pessoa e animal propicia uma interação dos aspectos cognitivos, o que facilita a reação a partir da participação, fortalecendo a autoestima. Envolve também a área motora, com estímulo ao equilíbrio, postura, melhora no tônus muscular, provoca relaxamento do corpo, além de diminuir a ansiedade, estresse, fobia e melhora do contato social", garante Luciane. "A equoterapia oferece em menos tempo e potencializa os resultados que a terapia realizada no solo daria, trazendo melhoras na parte motora, psicológica e social do praticante", comenta Letícia.
Além de auxiliar no tratamento de problemas de saúde, a equoterapia pode ser indicada para pessoas que estão estressadas, deprimidas ou que procuram um tratamento alternativo para estas patologias. "O ambiente tranquilo e ao ar livre onde a equoterapia é realizada e o contato com o animal auxiliam na recuperação de pessoas com estes problemas. Também ocorre o aumento da autoestima, pois o praticante é desafiado a lidar com um animal maior que ele, e o fato de dominá-lo faz a pessoa se sentir motivada e com a autoestima elevada. A rotina da seção de equoterapia, desde o comprimento feito ao cavalo, a colocação da sela, o montar e fazer a alimentação do animal, além do aumento do nível de serotonina que ocorre no metabolismo do praticante, permitem que ele se sinta mais feliz e menos estressado", avisa a fisioterapeuta Letícia
Pessoas de várias idades e diferentes problemas de saúde podem praticar a equoterapia. "O tratamento é indicado para melhorar o desenvolvimento físico, psicológico e social de indivíduos com necessidades especiais. A equoterapia traz excelentes resultados para pacientes com lesões cerebrais, síndrome de down, esclerose múltipla, traumatismo cranioencefálico, entre outros casos. A terapia pode ser feita a partir dos dois anos de idade", explica Letícia Junqueira
"A equoterapia também é indicada em casos de patologias ligadas ao sistema nervoso central, tais como deficiências causadas por lesão neuromotora cerebral ou medular, paralisia cerebral, acidente vascular cerebral, entre outras. Deficiências sensoriais (áudio, fono, visual), patologias ortopédicas congênitas ou acidentais, autismo, mal de Parkinson e outras síndromes também podem ser tratadas através da equoterapia. É indicada para crianças e adultos, até mesmo para indivíduos da terceira idade", comenta Luciane Padovani.
O tratamento da equoterapia está dividido em três fases. Uma delas é a hipoterapia, quando o praticante ainda não consegue montar sozinho no dorso do animal e precisa de um terapeuta montado ou ao lado para ajudar nas atividades. A próxima fase é a educação/ reeducação, onde o paciente já consegue praticar exercícios sozinho e até conduz o cavalo, necessitando às vezes do condutor na lateral. A última fase é a pré-esportiva. Neste momento, o praticante já consegue realizar alguns exercícios sozinho.
Os resultados da equoterapia são muito favoráveis. "A equoterapia promove um maior contato com a natureza, em um lugar aconchegante e acolhedor junto a uma equipe interdisciplinar habilitada para atender o praticante, além de utilizar o cavalo como mediador, um animal que promove carinho e afetividade. Nesta terapia, a equipe atua de forma a trabalhar a dificuldade do praticante e desenvolver a sua autonomia motora e psicológica através do cavalo", afirma Luciane. "Os resultados variam de paciente para paciente, mas a partir do sexto mês já é possível ter melhoras significativas. O objetivo final é que o paciente consiga atingir o melhor nível de recuperação possível, respeitando sua idade, patologia e momento terapêutico", esclarece Letícia
Por Loreta Fagionato - Equipe BBel