Fisioterapeuta do COB faz estágio no Cleveland Cavaliers

Henrique Jatobá realiza trabalho fisioterápico com o brasileiro Anderson Varejão no CT do Cleveland. Fisioterapeuta fez dez dias de estágio com a equipe da NBA - Crédito: Arquivo Pessoal


Fisioterapeuta do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) com participação em três Olimpíadas, Henrique Jatobá já conheceu diversos centros de treinamento pelo mundo. Mas, segundo ele, o estágio de dez dias no Cleveland Cavaliers, da NBA, em novembro de 2010, o colocou diante de um CT com estrutura rara no mundo esportivo.

– É claro que na NBA você espera algo de ponta, mas o que vi era de nível olímpico, considerado por muitos profissionais o mais moderno da liga. Só vi algo similar no Centro Olímpico de Camberra, construído para a Olimpíada de Sydney-2000 – afirmou Jatobá.

No Cleveland Clinic Courts, como foi batizado o CT da equipe do brasileiro Anderson Varejão, o fisioterapeuta do COB acompanhou todo o trabalho com os jogadores. Com a temporada em andamento, Jatobá participou da preparação para quatro jogos – um fora de casa e três na Quicken Loans Arena – e pôde usufruir de toda a estrutura do CT, inaugurado em 2007 ao custo de U$S 25 milhões (R$ 42 milhões).

– É tudo muito organizado, não há espaço para improvisos. Eu ia de manhã para o CT e ficava por lá durante o dia. Quando tinha jogo, ia direto para a partida – explicou Jatobá, que chegou em Cleveland no dia 9 e foi embora no dia 19.

No CT, o fisioterapeuta viu treinamentos que no Brasil só existem em sonhos: piscina com esteira para treinos de corrida com flutuação, sendo que a profundidade varia de acordo com a altura do atleta; câmeras para ver o posicionamento dos pés dentro da água; sala de musculação ampla, voltada para os movimentos do basquete; além de equipamentos de última geração e material para bandagens e botas.

No dia a dia, Jatobá esteve em contato com o técnico do Cleveland, Byron Scott. A aproximação foi maior quando o brasileiro, que já jogou basquete, escalou o Los Angeles Lakers da década de 80.

– Nessa época, a NBA não passava no Brasil e meus amigos traziam vídeos dos Estados Unidos. O Byron era um dos meus ídolos. Prestei atenção nos treinos, muito similares ao que fazemos no Brasil. Mas lá cada atleta tem sua série de treino. Minha ideia é realizar o mesmo com os nossos competidores.

Como surgiu o convite para o estágio no Cleveland?

Foi após a visita do Michael Mancias, um dos fisioterapeutas da equipe, em agosto de 2009. Ele veio ao Rio para o jogo beneficente do Leandrinho e do Anderson Varejão, no Maracanãzinho. O Mancias também deu uma palestra no COB. Mas só consegui ir mais de um ano depois por causa dos meus compromissos.

Como foi seu relacionamento com o Varejão?
Ele é um grande amigo. Quando cheguei em Cleveland fui para um hotel, mas ele fez questão que eu ficasse hospedado na casa dele. Íamos juntos para os treinos. O Varejão é um ídolo na cidade, está lá há sete anos e acho difícil ele sair de lá.

O CT do Cleveland

Quem pagou?
A construção do CT foi custeada pela Cleveland Clinic, considerado um dos quatro melhores hospitais dos EUA.

Estrutura
Com 50 mil metros quadrados, o CT tem duas quadras oficiais com seis aros; local para rápida edição de vídeos dos jogos; ampla sala de reuniões com computador e TV para exibição dos vídeos; vestiários para jogadores, equipes visitantes e funcionários; piscina; sala de hidroterapia e musculação; restaurante, entre outros.

Fonte: Lancenet

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