Tratamento da estenose do canal vertebral


OPÇÕES DE TRATAMENTO 


Várias opções de tratamento estão disponíveis para a estenose do canal vertebral, e elas podem ser subdivididas em duas categorias:

 

  • Tratamento "conservador"
  • Tratamento cirúrgico


TRATAMENTO CONSERVADOR 


Este termo tem sido utilizado para definir todo tratamento que não envolve cirurgia. No início a maioria dos pacientes pode ser tratada de forma segura e eficaz modificando suas atividades cotidianas e utilizando alguma medicação para alívio da dor e diminuição da inflamação. Analgésicos: para o período inicial de tratamento, narcóticos leves e relaxantes musculares podem ser administrados; eles não devem ser utilizados por mais do que duas a três semanas, quando então antiinflamatórios não esteróides devem ser instituídos, a menos que tenham contra-indicações. Educação: postura correta, posições adequadas para dormir (deitar de lado com um travesseiro entre os joelhos, que devem estar semi-fletidos; uso de colchão firme), maneiras corretas de inclinar-se para frente, carregar pesos, pegar objetos no chão, etc. Uso de colar cervical ou colete lombo-sacral sempre sob supervisão do médico. Após o alívio dos sintomas recomenda-se o retorno progressivo às atividades habituais e início gradual de exercícios não vigorosos, como caminhadas e hidroginástica. 


Entretanto, estas orientações não são absolutas e só o seu neurocirurgião poderá fazer um julgamento sobre qual tratamento é mais apropriado para o seu caso e qual não é recomendável. 


Um programa de fisioterapia motora pode ser considerado. Recomenda-se a avaliação de um fisioterapeuta, pois sua participação é fundamental. A terapia inicial geralmente compreende: 


  • Exercícios e alongamentos para manter a movimentação e fortalecer a musculatura ajudando a estabilizar a coluna.
  • Terapia com calor profundo (também conhecido como "ultra-som").

 Aplicações de calor superficial e massagem leve podem proporcionar conforto para o paciente, mas não têm valor terapêutico real. Trações não são recomendadas. O uso de injeções de antiinflamatórios na região da coluna (bloqueio ou infiltração) é controverso, mas pode ser útil em certos pacientes com sintomas leves ou moderados. Estas injeções ajudam a reduzir a inflamação dos nervos espinhais e raízes nervosas contribuindo para controlar a dor. Geralmente não mais do que três injeções por ano são recomendadas. Entretanto, essas manobras são de alívio temporário e os sintomas podem retornar quando o efeito da medicação passar. Altas doses de vitaminas têm sido prescritas por alguns, mas faltam provas científicas do seu valor terapêutico. 


Os efeitos naturais do envelhecimento que resultam em diminuição da massa óssea e diminuição da força e elasticidade dos músculos e ligamentos, não podem ser evitados. Entretanto, eles podem ser retardados. No longo prazo, recomenda-se a manutenção do condicionamento físico. Deve-se evitar o sedentarismo, a obesidade e o tabagismo, pois estes fatores aumentam a chance de recorrência de problemas na coluna. Caso o tratamento conservador não ofereça alívio adequado seu médico pode recomendar o tratamento cirúrgico.  


OPÇÕES DE TRATAMENTO CIRÚRGICO 


Atualmente o tratamento cirúrgico é muito seguro. O neurocirurgião é o médico com treinamento adequado no diagnóstico e tratamento de patologias da coluna vertebral.Ele dispõe de materiais e equipamentos modernos que tornam o seu trabalho cada vez mais eficiente. Um exemplo é o microscópio cirúrgico. Possibilita as chamadas microcirurgias, que são operações extremamente precisas.Um resultado cirúrgico satisfatório ocorre quando se utiliza uma técnica cirúrgica mais fina e meticulosa. Infelizmente, sem tratamento, a estenose do canal vertebral tem tendência a ser progressiva, ou seja, geralmente piora gradativamente e dura a vida toda. Em alguns   casos fisioterapia, medicamentos para dor e outras medidas "não-cirúrgicas" podem proporcionar um alívio satisfatório dos sintomas. Mas, na maioria das vezes, este alívio é apenas temporário pois existe uma compressão mecânica sobre a medula e também sobre os nervos.   Quando os sintomas continuam a progredir ou a dor torna-se intolerável o paciente passa a ter a vida cotidiana muito comprometida. 

Os movimentos e a caminhada ficam limitados e restringem suas atividades. Nesta situação a cirurgia para alargar o canal espinhal pode ser a melhor opção (a chamada cirurgia descompressiva). Em estágios mais avançados da doença o paciente só melhora com a cirurgia. Então, quando houver uma indicação médica definida, não se deve adiar.     


PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS  


As operações utilizadas para tratar a estenose da coluna cervical podem ser feitas tanto pela frente do pescoço quanto por trás. Já as cirurgias tipicamente usadas para tratar a estenose lombar geralmente são realizadas por trás. Elas incluem a laminectomia clássica, laminotomia e foraminotomia. O objetivo da laminectomia é alargar o espaço do canal vertebral e remover a pressão sobre as estruturas nervosas aliviando a pressão sobre elas. A pressão é a causa da dor e dos outros efeitos debilitantes da estenose.    Na laminectomia o neurocirurgião retira a lâmina e o ligamento amarelo que estão comprimindo os nervos. A operação pode ser realizada usando técnicas cirúrgicas tradicionais ou microcirúrgicas. Também deve realizar uma foraminotomia que consiste em alargar o orifício por onde sai a raiz nervosa acometida reduzindo a pressão sobre ela e consequentemente aliviando a dor irradiada. A laminotomia é quando se retira apenas parte da lâmina e do ligamento amarelo.   Para uma pequena parcela dos pacientes estes procedimentos necessitam ser complementados com uma fusão das vértebras, através de placas e parafusos. Mas, felizmente, a grande maioria necessita apenas do procedimento mais simples.

A recuperação após a cirurgia depende muito do estado geral de saúde do paciente e da extensão e tempo de duração da doença na coluna. A cicatrização é um processo natural do corpo para restaurar os tecidos danificados, por isso o bom senso indica que quanto mais saudável o paciente mais rápida será sua recuperação. A cicatrização é mais rápida quando o paciente apresenta um bom estado de saúde prévia, tem uma alimentação nutritiva e cumpre o repouso recomendado. O cigarro leva ao enfraquecimento dos ossos e diminui o processo de cicatrização, então é altamente recomendável que o paciente fumante abandone o cigarro antes da cirurgia.Nas operações de rotina o paciente fica hospitalizado apenas um ou dois dias após a cirurgia. Em seguida vai para casa devendo ficar em repouso relativo, isto é, deve evitar esforços físicos por cerca de 10 a 15 dias. Os pontos então são retirados. Após a cirurgia o paciente é capaz de voltar ao trabalho em cerca de seis semanas.  O tempo de recuperação está intimamente relacionado ao tempo da doença, ou seja, quando a cirurgia é realizada no início o paciente se recupera mais rápido. Quando a cirurgia é adiada e só é realizada quando os nervos já têm um comprometimento significativo a recuperação costuma ser mais demorada. A fisioterapia tem um papel importante para acelerar e otimizar este processo. Entretanto, o objetivo de todo o tratamento é proporcionar alívio dos sintomas e bem estar ao paciente para que ele possa retornar às suas atividades cotidianas de maneira saudável e prazerosa.    


Retirado do site do Drº Alexandre Miranda

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