Especial Especialidades: Fisioterapia Pediatrica

Pediatria é o campo da medicina que atende os problemas da criança, ou seja, do ser humano em seu período de desenvolvimento – da fecundação à puberdade. A fisioterapia associa-se à pediatria tratando as alterações do crescimento e desenvolvimento. O trabalho do fisioterapeuta no campo da pediatria exige dele um conhecimento que lhe permite atender a criança em suas necessidades, desde as mais básicas até as mais específicas. A fisioterapia pediátrica utiliza uma abordagem com base em técnicas neurológicas e cardiorrespiratórias especializadas, buscando integrar os objetivos fisioterápicos com atividades lúdicas e sociais, levando a criança a uma maior integração com sua família e a sociedade.

Na década de 80, o fisioterapeuta no hospital pediátrico aparece como um profissional que, com suas técnicas específicas, pode dar à equipe que atende a criança importante contribuição para promover sua recuperação mais rápida.

Técnicas de fisioterapia respiratória pediátrica são muito utilizadas em unidades hospitalares, consultórios e em domicílio como tratamento coadjuvante de doenças pulmonares. Em unidades de terapia intensiva fazem parte do corpo clínico permanente e são profissionais altamente requisitados para a realização de alguns procedimentos como a aplicação da ventilação mecânica não invasiva - VMNI.

A fisioterapia pediátrica motora também é uma subespecialidade da fisioterapia pediátrica muito difundida e com resultados comprovados por vários trabalhos científicos. Ela utiliza de técnicas há muito aperfeiçoadas e consagradas por anos de bons resultados no tratamento de pacientes neonatais, lactentes e pediátricos. entre elas estão o baby bobath, o posicionamento no leito e o reequilíbrio tóraco - abdominal - RTA.

Assim como a ortopedia, a especialidade de fisioterapia pediátrica foi criada pela necessidade de atendimento fisioterápico especializado, proporcionando a comunidade um tratamento diferenciado dispondo de ambiente lúdico e inteiramente ajustado ao universo infanto-juvenil e que oferece os recursos fisioterapêuticos manuais, mecânicos e eletroterapêuticos direcionados ao atendimento de crianças e adolescentes.

A fisioterapia com enfoque escolar teve durante muito tempo uma atuação restrita quando observadas as possibilidades e necessidades que esta área apresenta. A fisioterapia preventiva escolar ainda representa um campo de atuação que precisa ser melhor explorado pelo fisioterapeuta, como principais focos de ação estão os aspectos relacionados à postura, problemas físicos e o estresse infantil. Segundo Bernardi, D. F, o fisioterapeuta então busca através de sua visão global e de seus conhecimentos a respeito do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), facilitar a aquisição / aprimoramento de certas habilidades e conceitos necessários, prévios ao processo de alfabetização. O fisioterapeuta agrega conhecimentos e capacidade de avaliação e planejamento de atividades que possam apoiar o professor no processo de alfabetização do aluno.

Toda criança além de crescer, ou seja, ganhar peso e altura necessita adquirir habilidades físicas e motoras. É muito importante observar permanentemente o desenvolvimento físico e a postura da criança. A falta de estímulos adequados, doenças, deficiências físicas, desnutrição, obesidade e o próprio meio ambiente, podem interferir de maneira negativa no desenvolvimento físico. Grande parte dos casos de desvios posturais em adultos tem origem na infância das pessoas afetadas, e no fato de que seus pais, professores e responsáveis não deram a devida importância ao modo como elas se sentavam, caminhavam, e, mesmo, à sua posição enquanto dormiam. A ação preventiva no ambiente escolar, ainda representa uma área de atuação pouco explorada, pois é nessa fase que ocorre uma alta velocidade no crescimento gerando inúmeros vícios de postura, prejudicando o desenvolvimento físico do aluno. Os professores devem trabalhar em parceria com os pais, alertando-os no caso de detectarem algum desvio postural na criança; quanto aos pais, estes devem procurar um profissional de saúde capaz de avaliar e de indicar o tratamento mais adequado para corrigir o problema de seus filhos. A Fisioterapia pode contribuir no caminho da inclusão escolar, principalmente no enfoque educacional, na orientação de pais, professores e monitores e na identificação e avaliação de alunos com dificuldades de aprendizagem.

As escolas exigem um comportamento que descartam a inseparabilidade existente entre a motricidade e a inteligência, já que é pelo movimento que o pensamento se estrutura, porém não há conscientização da escola, da sociedade e da família na importância dos movimentos e na experiência corporal da criança e adolescente na aprendizagem escolar. Uma postura corporal desconfortável pode ser responsável pela diminuição do interesse do estudante pelas atividades propostas em sala de aula. Na idade escolar a má postura é um dos principais intervenientes no rendimento escolar. O assento escolar é um fator ambiental importante.

Fonte: Fisioterapeutas Plugadas
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