Bototerapia leva alegria e qualidade de vida para crianças
Uma nova terapia complementar de tratamento de saúde está melhorando a vida de muitas crianças portadoras de necessidades especiais ou com doenças graves da região de Manaus, no Amazonas. Desenvolvida há três anos pelo fisioterapeuta mineiro - e apaixonado por golfinhos, Igor Simões, a técnica da bototerapia é aplicada em um flutuante localizado a 35 km de Manaus, nas proximidades do lago do Ariaú, no Rio Negro. Ao todo cerca 45 crianças de entidades filantrópicas da região fazem uso da Bototerapia.
A técnica da Bototerapia, ou Terapia Assistida por Golfinhos de Rio, como também pode ser chamada, é uma terapia complementar na área da saúde que utiliza o potencial terapêutico dos botos-vermelhos ou botos-cor-de-rosa, que se destacam pela característica de serem alegres, em atividades com crianças portadoras necessidades especiais, que se encontram ou não em tratamento fisioterapêutico.
Semelhante à técnica da bototerapia, a delfinoterapia, existe desde a década de 70 nos Estados Unidos, mas é realizada com golfinhos que ficam em cativeiro e que são domesticados. O trabalho desenvolvido em Manaus é diferente, pois os botos vermelhos, naturais da Amazônia, ficam livres em seu habitat natural e interagem com as crianças de forma bem mais alegre.
Como parte do tratamento, Igor que além de fisioterapeuta é especialista em Rolfing (técnica manual terapêutica), realiza antes do contato com os animais uma sessão da massagem. Segundo o fisioterapeuta, o toque estimula os tecidos do corpo para receber as ondas ultra-sonoras que são passadas por meio do contato com os animais.
Atraídos pela brincadeira com bolas e alimentos, os botos-vermelhos chegam ao flutuante, cedido pelo hotel de selva Ariaú Amazon Towers, que apóia o projeto desde o início. O fisioterapeuta explica ainda que os animais possuem uma região, conhecida como "melão", com uma lente acústica por onde as ondas ultra-sonoras são emitidas. Essas ondas refletem sobre os corpos sólidos e retornam como eco, informando o boto sobre a distância, forma, consistência e outras características dos objetos, em águas negras ou barrentas, com reduzida ou até nenhuma visibilidade.
A terapia faz parte do Projeto Anahata, que busca a integração à natureza e o desenvolvimento humano, desenvolvido também pelo fisioterapeuta Igor Simões. A proposta é realizar cinco sessões de interação com os golfinhos associada à técnica Rolfing e fisioterapia manipulativa antes, durante e depois da interação.
As sessões são iniciadas com uma palestra, depois é feita uma aproximação, um contato, a aceitação e, por último, um aprofundamento. Todo o tratamento (cinco sessões de rolfing + interação lúdica com os botos vermelhos) dura entre dois a três meses, em média, por criança.
A equipe que realiza o projeto é composta de cinco profissionais: além do fisioterapeuta Igor, uma bióloga e professora de Ioga, uma psicóloga, um educador físico e mais um fisioterapeuta. Os três últimos são voluntários.
Além de crianças portadoras de deficiências, a bototerapia é estendida a pessoas que sofrem de estresse, depressão, ou àquelas que tenham afinidade com os animais e que não queiram apenas alimentá-los e sim interagir com eles. O trabalho é de graça para as crianças das instituições filantrópicas, mas para as outras pessoas interessadas, o valor do tratamento é combinado com o fisioterapeuta e doado ao Instituto Anahata, do qual faz parte a bototerapia.
"Os benefícios da bototerapia alcançados pelas crianças que realizaram o tratamento são muitos, pois houve uma melhora significativa na auto-estima, no humor, na imunidade, na alegria, na psicomotricidade, na estimulação e na integração sensorial que gera neuroplasticidade", explica Igor.
Segundo Igor, o projeto realiza agora a seleção de uma equipe médica para fazer o tratamento com a bototerapia. Para saber mais, basta entrar em contato com o fisioterapeuta pelo telefone (92) 9142 67 64 ou pelo e-mail vermelhoigor@gmail.com.
Notícias da Amazônia (por Camila Fiorese)