Dentistas podem ter problemas na coluna, ombros e braços
Ergonomia
Ergonomia pode ser definida como o estudo de aspectos do trabalho e sua relação com o conforto e bem-estar do trabalhador. Ou ainda, o estudo da adaptação do trabalho ao homem.
Desgaste
Todo trabalho provoca um desgaste físico e psíquico àquele que o realiza.
Em relação ao trabalho numa clínica odontológica não é diferente.
A pratica odontológica proporciona um desgaste físico consideravelmente grande para o cirurgião-dentista e isso faz com que o mesmo fique bastante vulnerável a vários problemas músculoesqueléticos. Existem fatores que contribuem para essa existência e o aumento desses problemas como: estresse físico e mental, falta de intervalos entre atendimentos, falta de alongamentos e repousos, longa jornada de trabalho, a pressão sobre o profissional em seu ambiente de trabalho, falta de exercícios físicos e principalmente posturas inadequadas para a execução das tarefas.
Mas por que os dentistas podem ter problemas na coluna, ombros e braços?
O cirurgião-dentista posiciona-se de pé ao lado da cadeira, com o paciente sentado. Nessa posição há uma grande carga de pressão concentrada sobre os membros inferiores, há uma sobrecarga nos ligamentos, tendões, músculos e articulações, o retorno venoso fica dificultado e o sangue concentra-se nos pés e nas pernas; há um aumento do débito cardíaco, havendo sobrecarga do sistema circulatório. A posição do corpo é alterada com frequência e o apoio quase sempre realizado em único pé de cada vez. Isso tudo provoca esforços excessivos sobre a coluna, ombros e braços.
A ergonomia aplicada à odontologia não é diferente das outras áreas ou aplicações, pois procura obter meios e sistemas para diminuir o estresse físico e mental,
prevenir as doenças relacionadas à prática odontológica.
Forma de se sentar
Existe uma cadeira projetada especialmente para melhorar a ergonomia no ambiente de trabalho dos cirurgiões-dentistas, o assento do mocho, o qual obriga o cirurgião-dentista a sentar-se na parte mais posterior dos glúteos, sobre os ísquios. Isso faz com que a coluna vertebral fique automaticamente ereta. | Os ísquios anatomicamente situam-se na base dos glúteos - bumbum |
A fisioterapia deve participar com seu conteúdo para a reabilitação, manutenção e promoção da saúde, impedindo que lesões e patologias possam ocorrer.
Para tanto, utiliza a aplicação de recursos fisioterapêuticos, como por exemplo, prevenção do desconforto ou queixas músculo-esqueléticas nas atividades laborais; estudo ergonômico do trabalho, junto à equipe de saúde e segurança do trabalho. Outro recurso é a aplicação de técnicas de relaxamento, alongamentos e fortalecimento muscular que proporcionam ao cirurgião dentista a prevenção de patologias. O músculo alongado e resistente produz força com menor fadiga e transfere menor carga às junções miotendíneas e osteotendíneas (estruturas anatômicas dos músculos), prevenindo lesões.
Método Pilates
O método Pilates consiste no ensino cuidadoso dos movimentos que compõem os exercícios de alongamento, flexibilidade, tonificação e individualização das estruturas corporais, com ênfase no alinhamento postural. Concentra-se na atenção, controle, respiração e no recrutamento das fibras musculares, para construir o movimento preciso melhorando o padrão postural e a consciência corporal pelo constante estímulo da estrutura músculo-esquelética, na forma geral e específica, desencadeando a lubrificação e o fortalecimento das articulações e uma melhor qualidade de vida.
Através do Pilates o cirurgião-dentista pode prevenir lesões, manter seu corpo saudável e mais resistente.
A incorporação do método Pilates nos exercícios de solo, bola e aparelhos permitirá que o praticante desenvolva alongamento, força muscular e melhor postura utilizando-se de todos os grupos musculares.
O método não possui contraindicação e pode ser utilizado por pessoas de todas as idades e todos os níveis de condição física, desde o sedentário, até o atleta de alto nível.
O método Pilates foi criado em 1920 pelo alemão Joseph H. Pilates (1880 – 1967). Segundo ele, após as 10 primeiras aulas iniciam-se as primeiras modificações corporais; após 20 aulas, essas modificações se tornam mais visíveis e após 30, as mudanças podem ser notadas por nossos semelhantes.