Reabilitação Cardíaca



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A esperança de vida da população aumentou, fruto da melhoria das condições de vida das comunidades. Por outro lado, estamos a comer mais e de uma forma menos saudável, para não falar do fato de o carro, a televisão e o computador nos terem afastado do exercício físico. Como consequência assistimos a um aumento assinalável do número de obesos e da prevalência da doença cardiovascular.

A Reabilitação cardíaca (RC) tem mostrado ser uma valiosa arma terapêutica em indivíduos com doença cardiovascular, nomeadamente no que se refere à capacidade funcional, controlo dos fatores de risco global, lentificação do processo aterosclerótico, aumento do limiar de isquemia com melhoria dos sintomas de angina, e mesmo efeitos sobre a mortalidade e novos eventos cardiovasculares. No entanto, continua a ser subutilizada em Portugal, com taxas de referencial de doentes muito inferiores à média europeia.

O que é a RC?

É todo o processo de desenvolvimento e de manutenção de um nível desejado de atividade física, social e psicológica, após a doença se ter desencadeado. Estudos de metanálises demonstram que os programas de RC baseados no exercício reduzem a mortalidade total em 27% e mortalidade cardíaca em 31%. Actua, ainda, beneficamente ajudando ao controlo dos factores de risco tradicionais, tais como a resistência à insulina, diabetes mellitus, obesidade, dislipidemia e hipertensão. Promove a redução de comportamentos de risco, nomeadamente a cessação tabágica, alimentação saudável e gestão de estresse.

Qual o objetivo de um programa de reabilitação cardíaca (PRC)?

O principal objetivo do PRC é aumentar a qualidade de vida, manter e otimizar a capacidade funcional do paciente, reduzir o risco de doenças cardiovasculares através do exercício físico, educação e aconselhamento. Mas para que os benefícios sejam duradouros, os pacientes têm de ser responsáveis por um estilo de vida saudável e reduzir os fatores de risco.

A quem se destina?

Existe uma crença errada de que, após um evento cardíaco, a pessoa deve limitar a sua atividade física, de forma a evitar a recidiva. Os profissionais de saúde devem aconselhar os seus doentes de uma forma simples e pragmática acerca do estado de saúde. Os PRC, inicialmente desenvolvidos nos anos 60, destinavam-se a doentes com infarte do miocárdio não-complicado. Mais recentemente, o leque de candidatos alargou-se, incluindo, atualmente, doentes submetidos a revascularização coronária, com angina estável, doença arterial periférica, doença valvular, insuficiência cardíaca, portadores de pacemakers ou CDI, ou transplante de coração.

E o médico de família?

O médico de família deve saber que o programa de RC é uma resposta global às necessidades de Saúde do seu doente. Deve envolver os seus familiares mais próximos, para que o doente devidamente enquadrado tenha mais capacidade de fazer escolhas corretas e mantê-las em relação ao estilo de vida, alimentação e observância da terapêutica farmacológica. No capítulo da atividade física o médico de família deverá incentivar os seus doentes, numa fase de estabilidade clínica, a serem activos e realizarem pelo menos 30 minutos de atividade aeróbia na totalidade ou na maior parte dos dias da semana, combinando com treino de força e flexibilidade. De facto, a combinação de exercício com intervenção psicológica e educacional constitui a metodologia mais eficaz de reabilitação cardíaca. Há maior tendência para se frequentar um PRC quando se é referenciado pelo médico assistente.r.
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