Tendinite


1. Introdução

As mãos, os pés, o pescoço e todas as partes que se dobram, ou seja, praticamente o corpo inteiro está repleto de tendões.
As palavras terminadas com o sufixo "ite" indicam um processo inflamatório. Tendinite é, assim, a inflamação que acontece nos tendões. Essa inflamação pode ter duas causas. A primeira são esforços prolongados e repetitivos, além de sobrecarga. A segunda causa é a desidratação: quando os músculos e tendões não estão suficientemente drenados devido a uma alimentação incorreta e toxinas no organismo, pode ocorrer uma tendinite.
A tendinite se manifesta inicialmente com dores e muitas vezes com a incapacidade da pessoa em realizar certos movimentos. O paciente pode sentir dores ao subir ou descer escadas, caminhar, dobrar os joelhos, entre outras posturas ou movimentos. Inicialmente, a tendinite pode ser confundida com artrite reumatóide. Existe a necessidade de um bom médico para diagnosticar corretamente o problema.


2. O que é Tendinite?


Tendinite é um termo genérico que pode descrever muitas afecções patológicas de um tendão. Isto é, qualquer resposta inflamatória no interior do tendão, sem inflamação do paratendão. O termo paratendinite é a inflamação que ocorre apenas na camada externa do tendão e, geralmente, surge quando o tendão se atrita com alguma proeminência óssea. E tendinose refere-se a um tendão que sofreu alterações degenerativas sem sinais clínicos ou histológicos de resposta inflamatória. Na tendinite crônica há degenerações significativas do tendão, perda da estrutura normal de colágeno e parda da celularidade na área, mas não há resposta inflamatória celular no tendão.
Essa inflamação pode ter duas causas que são:
1) Mecânica – esforços prolongados e repetitivos, além de sobrecarga.
2) Química – a desidratação, quando os músculos e tendões não estão suficientemente drenados, a alimentação incorreta e toxinas no organismo podem conduzir a uma tendinite.
Na atividade muscular, um tendão deve mover-se ou deslizar sobre outras estruturas ao seu redor sempre que o músculo se contrai. Se um movimento é realizado repetidamente, o tendão fica irritado e inflamado. Essa inflamação é manifestada por dor ao movimento, edema, possivelmente certo aquecimento da região e, em geral, por crepitação. Crepitação é um estalido similar ao som produzido pelo atrito de cabelo e os dedos próximo à orelha. A crepitação é causada pela aderência do paratendão às estruturas circundantes enquanto desliza para frente e para trás. Tal aderência é causada principalmente pelos produtos químicos da inflamação que se acumulam no tendão irritado.
A tendinite mais comum é no tendão de Aquiles e na parte posterior da perna de corredores ou nos tendões do manguito rotador da articulação do ombro em nadadores ou arremessadores, embora possa surgir em qualquer tendão que realize movimentos excessivos e repetitivos.

3. Exames Necessários


Exame clínico e anamnese são os primeiros procedimentos, em que o paciente relata suas queixas e o médico começa a formular a hipótese diagnóstica.
Os métodos de diagnóstico através de imagem têm papel importante. Desde raio-x até ressonância magnética, cada um atua no diagnóstico de determinadas lesões, entre elas, uma das mais freqüentes é a tendinite. O médico explica que, para o seu diagnóstico, com freqüência se utiliza a ultrassonografia, quase sempre depois de feito um exame de radiografia normal. A ultrassonografia apresenta algumas vantagens tais como boa definição de partes moles, não utiliza radiação ionizante, é um método não invasivo, relativamente de baixo custo e rápido em comparação com outros métodos.
É necessária uma comunicação entre o médico que examina o paciente e o médico que fará os exames de ultrassonografia, muitas vezes realizados em local diferente daquele da consulta. É fundamental que o médico ultrassonografista tenha conhecimento da história clínica do paciente para poder identificar corretamente o local da lesão, estabelecer prováveis diagnósticos diferenciais e poder sugerir um diagnóstico final da lesão ao médico que solicitou o exame.


4. Formas de tratamento


Dependendo da natureza e do grau de severidade da lesão, as formas de tratamento vão desde a indicação de antiinflamatórios até a imobilização do membro afetado. O melhor tratamento para tendinite é o repouso. Se o movimento repetitivo que causa irritação no tendão for eliminado, é possível que o processo inflamatório permita que o tendão cicatrize. Os medicamentos antiinflamatórios e as modalidades terapêuticas são úteis para reduzir a resposta inflamatória. A aplicação local de corticóides é apenas indicada nos casos mais graves.
Após o repouso, a pessoa é aconselhada a fazer fisioterapia para acelerar o processo de cura. Uma das técnicas indicadas para a tendinite é a crioterapia, aplicação de bandagens a temperaturas muito baixas ou bolsas de gelo. Massagens também são indicadas como auxiliares no tratamento.
No caso de tendinite de origem química, os médicos indicam uma dieta alimentar especial, para prevenir a desidratação que pode resultar na pouca ou nenhuma lubrificação dos tendões e conseqüente no agravamento da doença. Essa dieta exige a retirada de alimentos ácidos e graxos, incluindo-se a manteiga e o chocolate e as frutas ácidas.


5. Seqüelas


Se a tendinite não for tratada em tempo ou da maneira adequada, ou mesmo se a fisioterapia não for feita durante o período necessário, pode haver seqüelas. A pessoa não tratada pode sofrer uma ruptura do tendão após um período de inflamação mal cuidado. Pode continuar com as dores e se tornar incapaz para o trabalho. Por isso, é importante seguir todos os passos indicados pelo médico para um pronto restabelecimento.


6. Prevenção


As atividades de risco para tendinite são fáceis de serem reconhecidas. Uma vez reconhecendo o tipo de atividade, é dever de uma empresa ou de um clube, por exemplo, não expor o funcionário ou o atleta a períodos ininterruptos de trabalho ou de exercício. Uma parada, uma pausa na rotina, por alguns minutos, pode significar não um prejuízo para a empresa, mas sim, um ganho em termos de continuidade em médio e longo prazo.
Alimentação balanceada é vital não só para o tratamento da tendinite, mas também para a sua prevenção.
Instruir o digitador, o atleta, o funcionário, o pianista, quem quer que esteja a seu serviço, sobre as causas e os efeitos da doença e como preveni-la é dever de todo empregador. Isso pode ser feito através de pequenos seminários, aulas e vídeos.
Tratamento adequado, consulta ao médico, atenção à fisioterapia e aos medicamentos são um direito e ao mesmo tempo um dever do paciente para a cura da tendinite.
Por último, vale lembrar que os casos mal curados podem acabar necessitando de cirurgia. E que a tendinite também é, como qualquer acidente de trabalho, passível de indenização. Vale a pena, portanto, a empresa se preocupar com a prevenção, onde os gastos (e o desgaste emocional de ambas as partes) são muito menores e mais proveitosos.

7. Conclusão


A eclosão da tendinite está ligada às diversas atividades profissionais e atléticas. A tendinite tem sido alvo de preocupação tanto da medicina do esporte quanto da medicina do trabalho.
Há uma variedade de tipos de atletismo e de ocupações que podem estar sujeitas ao problema, todas sempre relacionadas com esforços demasiados ou repetitivos (LER: Lesões por Esforço Repetitivo). Jogadores de futebol, handebol, vôlei, feirantes (que carregam pesadas caixas), estivadores e até mesmo dançarinos. Ultimamente, a área de informática tem mostrado esse problema, com o esforço repetido dos digitadores no teclado. Sem contar os pianistas, que por estudo sistemático de suas partituras musicais podem ser acometidos de tendinite.

8. Bibliografia


BRENTICE, W. el at. Técnicas em Reabilitação Músculo-Esquelético. Porto Alegre: Art Med, 2003.

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