Distrofia Simpático Reflexa (DSR) / Distrofia de Sudeck
A distrofia simpático-reflexa (DSR) é um distúrbio doloroso complexo, que se apresenta com uma dor intensa e persistente, em um dos braços. A dor é associada à queimação, disestesia, parestesia e hiperalgesia ao frio e sinais clínicos de disfunção do sistema nervoso autonômo (cianose, edema, frio e alteração de transpiração local).
Esta doença complexa vem recebendo diversas denominações, tais como, algodistrofia, causalgia, atrofia de Sudeck, síndrome ombro-mão, neuroalgodistrofia, distrofia simpática pós-traumática ou síndrome dolorosa regional complexa tipo 1.
Atualmente, há grande controvérsia a respeito da origem da DSR. Alguns autores acreditam que esta doença é decorrente de um mecanismo neuronal reflexo após um evento de trauma físico (batida, acidente etc), levando à percepção anormal da dor. Em mais de 60% dos casos, descritos em adultos, há história efetiva de um trauma. Mas a DSR ocorre também mais freqüentemente em adultos, que sofrem um trauma psicológico, mas já tinham uma instabilidade emocional, depressão, mania e insegurança. Esse quadro de DSR pode surgir em crianças que apresentam um perfil de perfeccionista e empreendedora, e o quadro pode ser precedido ou agravado por fatores estressantes, próprios da idade, como desavenças entre os pais ou morte de familiares, início na escola, etc.
O quadro de DSR pode não vir sozinho, mas, pode estar associado a outras dores com disfunção do sistema nervoso autônomo, tais como: enxaqueca, síncope, fibromialgia e dor abdominal. O envolvimento de membros inferiores se bem que mais raro, também pode ocorrer com as mesmas características dos membros superiores associado, porém, à incapacitação de deambulação. Também existe o trauma físico e o emocional e a presença de um inchaço que dificulta o diagnóstico vasomotor, que se manifestou como aumento de temperatura em dois membros acometidos, diminuição de temperatura em um, eritema fixo em dois, cianose e sudorese em um. Três pacientes apresentavam também dormência e parestesia no local afetado. Assim, como na maioria das síndromes dolorosas os exames laboratoriais geralmente são normais. O tratamento é feito com antiinflamatórios não-hormonais (AINH) (ácido acetilsalicílico, endometacina, ibuprofeno ou naproxeno) associados a sessões de fisioterapia. Quando necessário é recomendado o uso de anti-depressivo para aliviar a dor que é muito semelhante à fibromialgia.
I. Karacan e colaboradores, fisiatras, da Universidade de Istanbul, Turquia, estudaram 32 pacientes adultos, com a DSR, sendo que 20 pacientes (62,5%) tinham perda de massa óssea na mão afetada e 11 pacientes (34,4%) somente na mão afetada do lado da dor e 9 pacientes (28,1%) nos dois lados. Os autores observaram que no lado não afetado o grau de osteoporose é menor e a osteoporose nos ossos da bacia e da coluna desses pacientes tem perdas ósseas correspondentes ao tempo de queixas da dor da DSR.
Os autores chamam a DSR como síndrome de Sudeck ou como recomenda a Associação Internacional de Estudo da Dor de síndrome dolorosa regional complexa tipo 1.
Fonte: Revista de Atualização Médica