Fratura do osso escafóide



Na maioria das fraturas, a consolidação se processa conforme a expectativa, a função das partes lesadas é gradualmente refeita e pouca ou nenhuma incapacidade permanece. Todavia nem todas as fraturas evoluem tão bem. As complicações muitas vezes são inevitáveis


Anatomia regional:

O osso escafóide está localizado na primeira fileira dos ossos da mão. Na primeira fileira(proximal) da região lateral para a região medial temos: escafóide, semi-lunar, piramidal e pisiforme. Na segunda fileira(distal) da região medial para a região lateral temos: trapézio, trapezóide, captato e hamato.

Na região do punho o escafóide também se articula com o rádio


Complicações Negativas:

As fraturas do escafóide são potencialmente problemáticas e a incidência de complicações é alta . As complicações mais importantes são:

A) Necrose do pólo proximal: ocorre por problemas circulatórios: O suprimento sangüíneo do pólo proximal é feito por vasos intra-ósseos que penetram no dorso do pólo distal. Havendo uma fratura proximal à entrada da ultima artéria nutridora, haverá prejuízo circulatório para o fragmento proximal;

B) Consolidação viciosa: o osso perde sua forma original, e a relação com os ossos vizinhos leva à osteoartrose, predispondo às instabilidades do carpo; e

C) Pseudo-artroses: geralmente ocorrem por falha no diagnóstico da fratura, por pouco tempo de imobilização ou tratamento inicial tardio. O tratamento cirúrgico é realizado com a finalidade de restaurar as dimensões originais do osso e obter a consolidação. Nossa preferência é pela técnica de Matti-Russe, em que se aborda o osso por via ventral, expondo os fragmentos que soa escavados e preenchidos com enxerto ósseo esponjoso.

Apesar de na maioria das fraturas do escafóide haver consolidação (embora às vezes lentamente), há uma maior tendência à não consolidação que na maioria dos outros ossos (com exceção do colo do fêmur). Em alguns casos a pseudo-artrose pode ser atribuída à imobilização imperfeita , ou possivelmente ,desde que a fratura seja intra-articular, à ação do líquido sinovial, na dificuldade de formação de uma ponte fibrosa entre os fragmentos. Em outros casos a pseudo-artrose pode ser dividida à diminuição do suprimento sangüíneo para um dos fragmentos, havendo uma seqüela comum ,mas não inevitável, de necrose avascular do fragmento proximal..

Quando está presente por longo tempo a pseudo-atrose, as superfícies da fratura tornam-se arredondadas ,como se uma articulação estivesse se formando entre eles. Há também alterações císticas em um ou ambos fragmentos .Ainda mais tardiamente, as radiografias podem mostrar uma osteoartrose em fase inicial.

D) Retardo da consolidação: em grandes números de casos as fraturas do escafóide consolidam lentamente e ,apesar da imobilização em gesso ,pode demorar ,quatro ,cinco ou mesmo seis meses após a lesão Não está bem definido se o retardamento da consolidação e causado por uma imobilização imperfeita ou pela diminuição do suprimento sangüíneo em um dos fragmentos.


Fratura da tuberosidade do osso escafóide

As fraturas da tuberosidade são raras em comparação com aquela com aquela do corpo do escafóide, mais elas são relativamente comuns em meninos adolescentes. Elas não são de grande importância porque geralmente consolidam prontamente e causam pouco problema.

Tipos de fraturas

Fraturas do osso escafóide

Ocorrem com maior freqüência em adultos, jovens após queda com o punho em hiperextensão. Em geral ,com poucos sinais clínicos ,são tratados como simples contusão ou entorse. Cerca de 4/5 do osso está coberto por cartilagem ,restando apenas uma pequena área para penetração dos vasos que vão nutri-lo .Estes geralmente penetram em sua porção distal e dorsal, o que explica a alta incidência de necrose do fragmento proximal após a fratura.

Classificação

Pode-se classificar as fraturas do escafóide pelo nível anatômico em fraturas do terço proximal ,médio e distal .Podem também ser classificadas pelo traço de fraturas em relação ao eixo longitudinal do escafóide em fraturas transversas, horizontal e oblíqua e horizontal transversa. As fraturas do terço proximal em relação de problemas circulatórios e as fraturas obliquas verticais-que tendem a ser menos estáveis são de pior prognóstico.

Fisiopatologia

ESCAFOIDITE. Lesão inflamatória do escafóide carpiano. Observa-se na infância e no inicio da adolescência e caracteriza-se pela dor à palpação e durante a marcha, com inchação e alteração radiológica do escafóide. A natureza da afecção é mal conhecida. mas aproxima-se da osteocondrite do quadril. A escafoidite cura-se espontaneamente em alguns meses com a imobilização no gesso e os analgésicos / antiinflamatórios, que serão suficientes como tratamento.

Ocorre fratura de escafóide durante queda sobre mão espalmada com o punho em dorsiflexão e desvio radial. Em 95 à 100 graus de extensão do punho, o pólo proximal do escafóide permanece fixo, enquanto que o pólo distal movimenta-se dorsalmente, levando à fratura ao nível do corpo.

Reabilitação

Estes exercícios são para aparelhos de gesso, redução aberta e fixação externa.

Imediatos até uma semana.

- Trate o edema gravitacional com elevação do ombro.

- Exercícios de amplitude movimentos ativos e passivos para os dedos, exceto para o polegar, que esta imobilizado.

- Exercícios de amplitude de movimento ativos e ativos com ajuda para o ombro.

- Exercícios isométricos para o bíceps, tríceps e deltóide.

- Exercícios de amplitude de movimentos ativos e passivos para os dedos, exceto para o polegar, que esta imobilizado.

- Exercícios de amplitude de movimentos ativos e passivos com ajuda para cotovelo e ombro.

- Exercícios isométricos para bíceps, tríceps e deltóide.
Limite, supinação e pronação.

De 4 a 6 semanas

- Continue os exercícios de amplitude de movimento ativos e passivos para os dedos, exceto para o polegar, que ainda esta imobilizado.

- Exercício de amplitude de movimentos ativos e ativos com ajuda para ombro e cotovelo.

- Limite, supinação e pronação.

- De prosseguimento a terapia com exercícios leves de amplitude de movimentos ativos para o punho, e com exercícios ativos (igualmente leves) de oposição e flexão/ extensão para o polegar.

- Não instituir exercícios passivos.

- Continue o exercício de amplitude de movimentos ativo e ativos com ajuda para o cotovelo e ombro.

De 12 a 16 semanas

- Estável

- O paciente deve estar curado. Considere estimulação elétrica/campo eletromagnético pulsado ou cirurgia, se não ocorreu progressão até a união.

- Exercícios de amplitude de movimentos para todos os dedos, punho, cotovelo e ombro. Alem dos exercícios de amplitude de movimentos ativos e ativos com ajuda receite exercícios passivos para conseguir completa mobilidade.

- Fortalecimento da preensão com aperto de bola de borracha ou massa de modelar.

- Exercícios contra resistência progressivos para o punho e polegar.

- Use pesos de 1 quilo e aumente, para fortalecimento do bíceps e cintura escapular.

- Fluidoterapia ou hidroterapia reduz o desconforto.

- O paciente deve estar curado. Considere estimulação elétrica/campo eletromagnético pulsado ou cirurgia, se não tiver ocorrido progressão até a união.


Conclusão

Podemos chegar a conclusão que as fraturas dos escafóides são raras, dificultando em seu diagnóstico, sendo necessária repetidas chapas de raio X. Após a lesão a fratura do escafóide pode ser quase invisível, necessita-se que o paciente tire mais chapas duas a três semanas após da lesão quando a fratura pode ser vista claramente.

As fraturas podem permanecer desconfortáveis por muitas semanas após a lesão. Neste caso uma tala não é de grande auxílio , uma bandagem de crepe por um alguns dias será de maior conforto para o paciente, mas a atividade a ser estimulada.


Referências Bibliográficas:

Szinie Herbert e Renato Xavier
Arlindo G. Pardini Jr.
Tarcísio E.P. de Barros Filho e colaboradores
Ortopedia e Traumatologia
Princípios e práticas
2º edição Editora Artmed
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