Caso clínico: Doença de Parkinson na Fisioterapia


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A Doença de Parkinson é um distúrbio degenerativo do sistema nervoso central que acomete, principalmente, o sistema motor. Sem causa conhecida, atinge mulheres e homens, geralmente a partir dos 50 anos de idade. É uma das condições neurológicas que mais acomete a população e, aparentemente, não está ligada a condições genéticas. É uma afecção crônica e progressiva, no entanto a evolução dos sintomas é usualmente lenta. Os sintomas característicos são: tremor, rigidez muscular, acinesia, bradicinesia e alterações posturais.

A doença primeiramente afeta a habilidade de iniciar e coordenar tarefas motoras complexas. À medida que a doença progride, os sintomas se tornam ainda mais evidentes. Como consequência, o indivíduo acometido se torna cada vez mais limitado a realizar atividades, considerando que a atuação motora fina, global e oral se encontra extremamente comprometida.

A rigidez se dá pelo aumento da tonicidade ou inflexibilidade dos músculos e estará sempre presente, e aumentará durante o movimento. Da mesma forma, o tremor, quando presente, pode apresentar se de modo acentuado em um dos lados do corpo, e quando afeta os membros, poderá atingir, também, cabeça, pescoço, face e mandíbula. Já a bradicinesia é caracterizada por um retardo em iniciar movimentos, causado pelo atraso no cérebro em transmitir as instruções necessárias para as outras partes do corpo. Quando as instruções são recebidas, o corpo responde lentamente, [3,5].

A Fisioterapia, através da reeducação e a manutenção da atividade física, é indispensável ao tratamento da Doença de Parkinson. Além de promover uma vez uma maior independência nas atividades diárias, com conseqüente a melhora da qualidade de vida, [1]. Portanto, o objetivo deste artigo é verificar a atuação da fisioterapia frente às alterações dessa patologia.

Material e Método

O caso em estudo foi analisado dentro de um contexto global, visando ressaltar os aspectos físicos e sociais. Os dados obtidos foram colhidos através da atuação prática e pesquisa bibliográfica.

O estudo foi realizo na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade da Amazônia – UNAMA, na cidade Belém – PA, com o paciente P.M.S, no período de 25 de março a 8 de junho de 2006. Este estudo é dirigido ao portador da Doença de Parkinson.

Após a avaliação iniciou-se o tratamento fisioterapêutico, onde foram realizadas 16 sessões (duas vezes por semana), durante dois meses e meio. No decorrer das terapias utilizou-se a bola suíça, para alongamento global e dissociação de quadril; cama elástica, para treino de equilíbrio; prancha e disco de equilíbrio foram utilizados para estimular a propriocepção e dissociação de quadril; escada e rampa foram utilizadas para treino de marcha, associadas a tapetes proprioceptivos. Para treino de apreensão, pinça e atividades da vida diárias, utilizamos pregadores de roupa, liga elástica, disco elástico, brinquedos de encaixe e a tábua de AVD’S. A coordenação foi trabalhada também com bola de futebol, objetivando acertar pontos estratégicos. Os exercícios com bastão serviram para ajudar nos exercícios de rotação de tronco.

O espaldar ajudou para dar sustentação ao paciente nos exercícios com cama elástica, disco e prancha de equilíbrio.

As atividades de equilíbrio, marcha, dissociação eram feitas em 3 séries de 10 repetições, as demais não tinham repetições estipuladas.


Resultados e Discussões

No inicio do tratamento o paciente, apresentava nitidamente os sintomas do mal de Parkinson como tremores na realização das atividades, fraqueza da musculatura do tronco, falta de equilíbrio, dificuldades de realizar movimentos finos e algumas das atividades da vida diária como: calçar os sapatos, abotoar a blusa, abrir torneiras, beber água e pegar talheres devido aos tremores apresentados.

O tratamento foi focalizado nas dificuldades apresentadas pelo paciente, sendo que com as presentes melhoras os exercícios eram modificados para níveis maiores de complexidade.

O paciente mostrou melhoras significativas como: melhora da auto estima, de convívio social, um aumento da segurança de caminhar sozinho e capacitação para realizar melhor as atividades de vida diária sem a interferência de muitos tremores.

O paciente relatou que já conseguia calçar os sapatos sem ajuda, pegar um copo de água, fechar os botões da camisa, abrir torneiras, manusear objetos pequenos, entre outros e apresentou uma melhora da postura cifótica.

O tratamento fisioterapêutico mostrou-se eficaz, visto as significativas melhoras e evoluções observadas no decorrer do tratamento.

Conclusão

A Doença de Parkinson é uma condição crônica e de evolução dos sintomas usualmente lenta. Sendo que os sintomas motores mais comuns são: tremor, rigidez muscular, acinesia e alterações posturais, [1].

Embora a terapia farmacológica seja base do tratamento, a fisioterapia também é muito importante. Ela envolve os pacientes em seu próprio atendimento, promove o exercício, mantém ativos os músculos e preserva a mobilidade, [4].

Portanto, pode-se concluir baseado no presente estudo, que é indiscutível e inquestionável a importância fisioterapêutica em portadores de Doença de Parkinson, [6].


Referências Bibliográficas

1.Associação Brasil Parkinson. Disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2004.

2.DELISA, J, AED.;GANS, B. Tratado de Medicina de Reabilitação; princípios e prática, 3º edição, 2002 .

3.NITRINI, R.; BACHESCHI, L. A. A neurologia que todo médico deve saber. São Paulo: Atheneu, 1991.

4.STOKES, M. Doença de Parkinson. In: ___. Cash: neurologia para fisioterapeutas. São Paulo: Premier, 2000.

5.THOMSON, A.; SKINNER, A.; PIERCY, J. Mal de Parkinson. In:___. Fisioterapia de Tidy. 12.ed. São Paulo: Santos, 2000.

6.VITORIANO, M. Doença de Parkinson: da fonação a articulação. Fono Atual.2001; v° 4: 35-39.
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