Método Mckenzie e a coluna lombar


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Costumamos chamar de síndrome todo o  conjunto de sinais e sintomas que caracterizam coletivamente uma doença em particular ou uma condição anormal. O termo “síndrome”, muitas vezes, é usado para indicar uma alteração para a qual não foi indicada nenhuma causa patológica específica. Neste caso, ele geralmente oferece a um grupo específico de sinais e sintomas coexistentes que reagem favoravelmente e com alto grau de recuperação a um tratamento que segue determinada orientação.

A “síndrome da dor lombar” tem uma vasta aplicação. O campo da dor lombar talvez seja mais rico do que qualquer outro que ele descreva como fenômeno da síndrome. Vários pesquisadores tentam (tentaram) descrevê-la assim como a formas de tratamentos. Dentre eles, McKenzie, que deu origem ao método McKenzie,

McKenzie desenvolveu a seguinte filosofia: se, durante o curso do tratamento, um paciente se liberta da dor, é impossível determinar até que ponto certo tratamento acelerou a recuperação ou para ela contribuiu. Há boa possibilidade de que haveria melhora da alteração de qualquer forma, com ou sem tratamento, e até mesmo apesar dele. Portanto, o sucesso da terapia na coluna não pode ser medido pela extensão do período necessário para o alívio de um episódio de dor lombar: pode apenas ser ajuizado pela redução da recorrência da dor lombar.

Geralmente, os objetivos dos tratamentos para a dor lombar são conseguir alívio para a dor no episódio presente o mais rápido possível. Assim que o paciente estiver livre da dor, será dispensado e, muitas vezes, a aplicação de um único empuxo manipulativo pode bastar. O alívio da dor episódica, por qualquer tipo de terapia, torna o paciente dependente dessa terapia: sempre que seus sintomas retornam, ele precisa consultar seu terapeuta, seja ele um médico, um terapeuta manipulador, um quiroprático ou um osteopata. Como um grande número de pessoas com dor lombar mecânica não-complicada é capaz de tratar-se com sucesso, é indesejável a dependência de outras pessoas para o tratamento, devendo isto ser evitado a qualquer custo.

A grande maioria das incapacidades da coluna lombar é de origem mecânica e, portanto, deve ser tratada de forma mecânica. Dentre todos os pacientes com lesões vertebrais mecânicas diagnosticadas, a um número substancialmente grande (cerca de 70%) pode-se ensinar satisfatoriamente como mitigar a dor lombar presente e – o que é mais importante – como prevenir futuros problemas lombares; essas pessoas provavelmente serão autoconfiantes e, independentes do terapeuta. Os restantes 30% dos pacientes demandam a aplicação de técnicas especiais de tratamento e sempre necessitarão da assistência do terapeuta.

McKenzie acredita que agora é possível determinar que pacientes se beneficiarão da manipulação e quais não. Ficou provado, mais uma vez (Jayson e outros, 1981 e Hoeler e outros, 1981), que os benefícios que podem derivar da manipulação vertebral são limitados e apenas de curta duração. É essencial explorar completamente o potencial dos movimentos do paciente como mecanismo livre no tratamento das lesões espinhais mecânicas.

O conceito do auto-tratamento implica basicamente que se ensine ao paciente como acabar com a dor lombar através de seus próprios esforços e sem interferência de terceiros. Isso só pode ser feito com sucesso quando a dor está presente: a dor oferece o melhor mecanismo de feedback e é necessária a presença de pelo menos alguma dor para convencer os pacientes de que podem libertar-se dela através do auto-tratamento. Por essa razão, o auto-tratamento deve ser implementado no começo de um episódio de dor lombar. Mesmo num ataque menos intenso, com sintomas pouco intensos, que provavelmente se resolveria sem terapia, o tratamento bem cedo justifica-se exclusivamente por seu valor educacional que derivará dessa abordagem. Além disso, é necessário que pelo menos no estágio inicial de tratamento, se evite o uso de técnicas terapêuticas. Dessa forma o paciente atribuirá qualquer melhora em seu problema ao auto-tratamento.

Freqüentemente, as pessoas referem-se a McKenzie como “o homem da extensão”, pois ele, para todas as dores lombares mecânicas, advoga o uso da extensão com exclusão de qualquer outro princípio de tratamento. É um conceito errado. De acordo com McKenzie, há um momento que a coluna lombar deve ser estendida e um momento que ela deve ser flexionada.

Em todas as circunstâncias de dor espinhal mecânica, é imperativo um exame perfeito para chegar ao diagnóstico correto, expondo a síndrome causadora dos sintomas. O tratamento a ser aplicado depende totalmente da síndrome a ser tratada.

McKenzie dá ênfase na importância da repetição dos movimentos na avaliação e no tratamento, ele é original e único. Durante o exame, a simples execução de cada movimento de teste não exporá adequadamente a síndrome. É a avaliação do comportamento da dor durante e após os movimentos repetidos que tem o valor diagnóstico mais importante.

Esse texto foi elaborado com ajuda daqui.


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