Saiba mais sobre Lesões no Quadril
A articulação do quadril é uma das articulações mais importantes no corpo humano. Ele nos permite caminhar, correr e pular. Suporta o peso do nosso corpo através da conexão com nossas pernas. A articulação do quadril é também uma das nossas articulações mais flexíveis e permite maior amplitude de movimento do que todas as outras articulações do corpo, exceto o ombro.
Devido sua localização, seu desenho e a sua função, a articulação do quadril transmite cargas verdadeiramente altas, com propriedades elásticas e compressivas.
Elas podem atingir até oito vezes o peso do corpo, o que foi demonstrado nesta articulação durante uma corrida, com cargas bem maiores durante uma competição atlética. Felizmente, sob condições normais, as estruturas anatômicas do quadril envolvidas neste exemplo são totalmente adaptadas para dissipar estas forças.
Breve Anatomia
O quadril é uma articulação sinovial de “esfera e soquete” formada entre a coxa e o fêmur. Uma estrutura redonda, em forma de xícara no coaxial conhecido como acetábulo, forma o soquete para a articulação do quadril. A cabeça arredondada do fêmur forma a bola da articulação.
Cartilagem hialina alinha o acetábulo e a cabeça do fêmur, proporcionando uma superfície lisa para os ossos em movimento deslizarem um com o outro. A cartilagem hialina também atua como um amortecedor de choque para evitar a colisão dos ossos durante o movimento. Entre as camadas de cartilagem hialina, membranas sinoviais secretam fluido sinovial aquoso para lubrificar a cápsula articular.
Em torno da articulação do quadril existem muitos ligamentos que impedem o deslocamento seu deslocamento. Os fortes músculos da região também ajudam a manter a tudo junto e evitar o deslocamento.
Mobilidade
Além de fornecer estabilidade, esta articulação permite um grau muito elevado de mobilidade. Desta maneira, atividades que envolvam o quadril, deverão estabelecer um equilíbrio fino, entre a mobilidade e a estabilidade. Qualquer desequilíbrio entre estas duas variáveis poderá deixar a articulação e os tecidos periarticulares, propensos a lesões, bem como ocorrer síndromes impactantes ou disfunções articulares.
Visto que a articulação do quadril também é uma fonte comum de sintomas referidos de outras regiões, seu exame não deverá ser realizado de forma isolada; pois, além disso, sempre estará envolvida uma avaliação complementar da coluna lombar, da pelve e do joelho.
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Principais Problemas do Quadril
Os Problemas do Quadril geralmente são causados por condições de desenvolvimento, lesões, condições crônicas ou infecções. Conheça abaixo algumas das patologias mais comuns.
→ Osteoartrite
A osteoartrite é a forma mais comum de artrite, afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ocorre quando as cartilagens que recobrem e protegem as extremidades ósseas, nos seus contatos articulares, sofrem desgaste, perdem o polimento com o passar do tempo e terminam por comprometer os movimentos que devem ser livres e sem dor.
→ Artrites Crônicas
A artrite reumatoide, A.R. é o mais comum dos distúrbios inflamatórios crônicos que podem afetar mais do que apenas as articulações. Em algumas pessoas, a condição também pode danificar uma ampla variedade de sistemas do corpo, incluindo a pele, olhos, pulmões, coração e vasos sanguíneos.
→ Bursas do quadril
A bursite é uma afecção dolorosa que afeta as pequenas bolsas virtuais - chamadas bursas – existem para amortecer as pressões sobre os ossos, tendões e músculos próximos às articulações. A bursite ocorre quando as bursas ficam inflamadas.
→ Artrite Séptica
A artrite séptica é a infecção em uma articulação. A infecção pode vir de germes que viajam através da corrente sanguínea de outra parte do seu corpo. Artrite séptica também pode ocorrer quando uma lesão penetrante carrega germes diretamente para o interior da articulação.
→ Necrose Avascular
A necrose avascular é a morte do tecido ósseo devido à falta de suprimento sanguíneo. Também chamado de osteonecrose, pode levar à pequenas quebras na estrutura trabecular e eventual colapso do osso.
→ Ruptura de “Labrum”
O (labrum) é uma estrutura em forma de anel de cartilagem que segue a borda externa do acetábulo, se projetando sobre a cabeça do fêmur, ajustando e auxiliando na estabilidade do encaixe da articulação do quadril. Atletas que participam de esportes com movimentos e solicitações fortes e repetitivas, correm um risco maior de desenvolver uma lesão labral do quadril.
→ Impacto Femoroacetabular
O impacto femoroacetabular (IFA) é uma condição na qual ocorre um crescimento do osso extra ao longo do colo do fêmur e/ou no rebordo acetabular, criando uma forma irregular, comprometendo o perfeito encaixe e criando um atrito entre as superfícies ósseas durante o movimento. Com o tempo, esse atrito pode danificar a articulação, causando dor e limitando a atividade.
No Esporte
As lesões no quadril, pelve e região inguinal são muito frequentes no esporte, acredita-se que a incidência dessas lesões seja superior à relatada na literatura. O diagnóstico é difícil, pois os sinais e sintomas clínicos não são usuais, além disto, requerer um grande conhecimento da anatomia local e de suas patologias.
As lesões esportivas mais comuns nessa região são as contusões, lesões musculotendinosas (principalmente de adutores e iliopsoas), lesões na articulação sacro-ilíaca, lesões osteocondrais e osteíte púbica (pubalgia). Outras lesões que podem ocorrer no atleta, porém menos comuns, são lesões do lábio acetabular (quadril) e fraturas por estresse ou por avulsão.
As disfunções na articulação sacro-ílíaca merecem destaque, por serem comuns aos ciclistas e atletas corredores e saltadores, são muitas vezes a causa das dores lombares que acometem esses atletas. Essas disfunções ocorrem devido a alterações biomecânicas (má posturas), traumas repetitivos indiretos ou trauma direto (como cair em pé sobre uma perna só).
Muitas vezes, a lesão da sacro-ilíaca pode estar relacionada com algumas destas patologias citadas acima, pois a pelve, o quadril e a coluna lombar são interligados e não podem ser vistas como estruturas separadas, e sim como partes de um todo.
As dores decorrentes desta disfunção podem ser bem localizadas (bem acima dos glúteos, afastada da coluna cerca de 2 a 3 dedos) ou na região lombar. Irradiam-se tipicamente, para a região posterior da coxa (podendo ser confundida com a dor isquiática), para a região do quadril e da virilha.
É comumente confundida também com hérnia ou protrusão discal, distensão muscular, tendinites e bursites.
Segue algumas situações em que podemos exemplificar a dor do atleta: durante a atividade, principalmente durante o impacto do pé no chão; dor e dificuldade de cruzar as pernas, ao colocar o tênis; ele pode relatar ter a sensação de ter uma perna mais curta que a outra; queixa de dor e\ou estalido ao entrar e sair do carro, ou quando senta e levanta da cadeira.
O diagnóstico é difícil de ser fechado, muitas vezes o atleta já passou por vários médicos, e obteve vários diagnósticos diferentes, sem de fato descobrir a origem de sua dor, que pode vir até ser incapacitante.
Tratamento
No tratamento conservador do quadril, que compete a Fisioterapia, usaremos algumas maneiras para aliviar a dor, diminuir a inflamação e também fortalecer musculaturas relacionadas ao quadril. Sempre, em qualquer reabilitação, você começará pelo alívio da dor.
O motivo é simples: dor é a preocupação primária do seu paciente. Ele quer dormir a noite inteira sem acordar com o quadril latejando, andar normalmente, voltar a praticar corrida, brincar com os filhos sem precisar se preocupar com o incômodo. Ela também deve ser a preocupação do profissional do movimento porque ela limita o movimento.
Quando uma pessoa sofre algum tipo de patologia, é normal que se perca a mobilidade do local afetado e até mesmo das regiões que participam diretamente ou indiretamente do lugar afetado.
É normal também que a dor force o indivíduo a limitar seus movimentos, fazendo com que o quadril perca sua principal necessidade. Por isso, a mobilidade é um fator importante no momento de realizar o tratamento de patologias do quadril através da fisioterapia.
O glúteo é uma musculatura essencial para realizar os movimentos com o quadril. Então profissional algum pode esquecer de incluir trabalhos com essa musculatura.
Já em casos no qual o paciente opte junto ao médico por realizar a cirurgia, a Fisioterapia pode ser utilizada tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório. Em ambas as fases, os movimentos buscam melhorar a força, mobilidade e amplitude do movimento, restabelecendo sua funcionalidade.
Como a fisioterapia não oferece riscos à articulação, é possível iniciar os movimentos e exercícios precocemente, o que acelera o processo de recuperação do paciente, nos casos de tratamento pós-operatório. Desta forma, Pode-se perceber que a Fisioterapia oferece benefícios na recuperação das patologias do quadril independente da desordem de quadril apresentada.
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Publicada em 22/07/15
Revisado em 29/04/19