Epicondilite de cotovelo e seu tratamento
A epicondilite lateral do cotovelo, também conhecida como cotovelo do tenista ("tennis elbow") é definida como uma lesão crônica de repetição nos tendões, podendo causar alterações internas de sua estrutura com degeneração da matriz, impedindo a regeneração e maturação em tendão normal. Essa alteração da estrutura tendínea é definida como tendinose.
A causa da moléstia são os esforços intensos e repetitivos nos músculos do antebraço e do cotovelo, que favorecem a formação de microtraumatismos e a conseqüente degeneração. Pesquisadores criaram para o quadro a expressão "infarto do cotovelo", pois, à semelhança do infarto do miocárdio, o músculo cardíaco, o surgimento da degeneração no cotovelo em geral é precedido de uma diminuição na quantidade de sangue no local, o que deixa os tecidos mal-irrigados e, portanto, mal-oxigenados.
A epicondilite, na maioria dos casos, tem evolução satisfatória com o tratamento conservador, basicamente o controle da dor e da inflamação por meio do repouso, crioterapia, analgésicos, antiinflamatórios não-hormonais e reabilitação. Além do controle da dor, o tratamento conservador tem por objetivo a preservação da flexibilidade, da mobilidade e da força do cotovelo.
Existem casos que, mesmo com um adequado tratamento conservador, esses objetivos não são atingidos, restando a cirurgia como opção. O objetivo do tratamento cirúrgico é a ressecção do tecido angiofibroblástico, melhora das condições circulatórias da região epicondiliana, permitindo a produção de tecido colágeno normal e a reparação tendínea.
O passo inicial é o afastamento do paciente de suas atividades. Mas isso, infelizmente, nem sempre é possível, pois as pessoas têm medo de perder o emprego e os atletas não querem parar seu esporte. Também é importante corrigir o posicionamento do corpo no que se refere à cadeira, mesa de trabalho e, em especial, do braço em relação ao teclado do computador. Já a dor, sobretudo se intensa, é combatida com analgésicos e mesmo infiltração de corticóide. Esse último procedimento em geral controla rapidamente a dor. Mas, para que ela não retorne, é fundamental que a pessoa faça também fisioterapia e exercícios de reforço muscular e de alongamento, eficazes a longo prazo. Na fase de tratamento o paciente pode usar imobilizadores, pois ajudam a manter a mão e o punho na posição correta, evitando que force em excesso os músculos do braço.