Recursos para a Osteogenese imperfeita
A reabilitação física dos portadores de OI deve ser determinada de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, pois estas necessidades diferem de pessoa para pessoa. Uma equipe multidisciplinar deve estar envolvida no processo de reabilitação visando sempre à melhora progressiva das atividades funcionais desses pacientes com o objetivo comum de promover a integração física e social dessas pessoas. (ABRAM, 2007)
A intervenção da fisioterapia deve-se começar logo ao nascimento da criança, pois o fisioterapeuta deve ensinar os principais manuseios aos pais para que assim as fraturas possam ser evitadas.
A equipe de fisioterapia tem como objetivo no tratamento dos pacientes portadores de OI identificar déficits no desenvolvimento e estimular o mesmo, desenvolver o cognitivo, promover a movimentação ativa reduzindo o grau de inatividade e melhorar as condições músculos esqueléticas, incentivar o fortalecimento muscular, promover e manter as AVD's, incentivar e orientar o contato dos pais com as crianças, promover deambulação, tratar e prevenir contraturas posicionais e deformidades. (DIAS et al., 2009)
Os principais atrasos na criança com OI são ortostatismo e a marcha nas suas etapas e evoluções. Devido a sua hipotonia pelo gerada pelo desuso muscular há um comprometimento das habilidades motoras grossas e motoras finas. As diferenças do desenvolvimento normal com a OI tipo I não é tão grande quando comparadas, já a OI tipo III apresenta um grande atraso, essas diferenças ocorrem não só pela doença, mas também pelo medo dos pais e da própria criança em realizar as atividades. O papel da fisioterapia visa à facilitação do desenvolvimento motor em adquirir etapas estáticas e dinâmicas. (ABRAM, 2007)
HIDROTERAPIA
Um dos principais recursos terapêuticos utilizados no tratamento da OI é a hidroterapia e a natação, que tem como objetivo favorecer a movimentação ativa permitindo uma maior amplitude de movimento. Na hidroterapia ocorre à manutenção do sistema cardiorrespiratório, relaxamento corporal, exercícios que propiciam livres movimentos dos ossos; exercícios ativos que ao mesmo tempo relaxam e fortalecem os músculos gradativamente e movimentos contra a resistência da água, com bolas, flutuadores, brinquedos e pranchas. (ABRAM, 2007)
Esse recurso pode ser iniciado aos 6 meses de idade, se a criança não apresentar problemas cardiorrespiratórios. Inicialmente a criança poderá ser segurada pelas costas contra o peito da sua mãe ou do terapeuta e será permitido mover os membros. (CASTELLS, 1973)
A piscina é um excelente lugar para iniciar as atividades de marcha, porque a água apóia a criança na posição ereta, onde o impacto será menor e não haverá riscos de fraturas. (BINDER et al., 1984)
ALONGAMENTOS
Os alongamentos realizados no tratamento dos portadores de OI visam uma obtenção de coordenação motora, de qualidade dos movimentos e intervenção de retrações.
Os exercícios de alongamento devem ser feitos de forma suave e ativa, nunca passivamente. Tais exercícios que requerem alcance com os pés e mãos, rotação, inclinação do tronco promovem um alongamento e uma noção espacial. Alongamentos suaves dos músculos da cintura escapular e os exercícios para facilitação dos músculos abdominais e diafragmáticos devem ser aplicados com o objetivo de melhorar a biomecânica respiratória. (KISNER, 1998)
FORTALECIMENTO MUSCULAR
É realizado através de exercícios excêntricos, e de baixa resistência sem a presença de carga, são realizadas atividades na posição sentada que auxiliam no fortalecimento das musculaturas abdominais e dos extensores do tronco. No caso do tipo leve e moderado a resistência aplicada sobre o paciente pode ser oferecida pelo peso dos brinquedos, aumentando de acordo com a evolução da criança. (KISNER, 1998)
EXERCÍCIOS FÍSICOS
Os exercícios físicos atuam na oxigenação, no condicionamento, melhora a ADM, estas finalidades também servem para crianças com OI, e com elas ainda tem o benefício dá segurança, estabilidade e qualidade dos movimentos. O programa de exercícios deve ser individualizado para cada paciente, sendo assim não existe um protocolo.
Deixar a criança imóvel não reduz o risco de fraturas, pode ate aumentá-las devido à osteoporose e a fraqueza muscular que se ganha. A melhor forma de exercício é usar os movimentos ativos livres dentro da amplitude máxima do paciente. Exercícios aeróbicos também são indicados, pois melhoram a capacidade muscular e cardiorrespiratória, o menor esforço físico que é realizado fadiga rapidamente. Mesmo no caso mais grave é indicado o exercício em menor intensidade e nos casos mais leves pode ser mais intensa. (ABRAM, 2007)
ÓRTESES E ADAPTAÇÕES
Quando o portador de OI desenvolve certas habilidades tais como sentar independentemente, equilíbrio e quando estão no processo para se manter na posição ortostática, é recomendada a utilização das órteses.
As órteses mais utilizadas para treinar a permanência da posição ortostática e a locomoção são parapodium, que tem como objetivo adaptar a criança à postura ortostática, sendo utilizada várias vezes ao dia, e a tutor longo (HKAFO) com apoio isquiático para descarga de peso e travas em anel no quadril permitindo a liberação do movimento na liberação da marcha. (WEINSTEIN, 2000)
Quando o grau de comprometimento for mais leve a escolha de andadores e muletas como auxiliares na marcha irá depender do grau de independência do paciente. (DIAS et al., 2009)
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Autoras: FERNANDA DE SANTANA, GRACIELE TELES, IRIS ALEXANDRINA, JÉSSICA GOIS, KAMILLA JULIÃO, KEURY SANTANA, MICHELE ALMEIDA e WANESSA FREIRE
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