Tratamento fisioterapêutico do ombro doloroso de pacientes hemiplégicos por acidente vascular encefálico
Acidente Vascular Encefálico (AVE) é definido pela Organização Mundial de Saúde como uma síndrome de rápido desenvolvimento, com sinais clínicos de perturbação focal ou global da função cerebral, com mais de 24 horas de duração, podendo levar ao óbito e de suposta origem vascular.
As doenças cerebrovasculares têm grande impacto sobre a saúde da população, situando-se entre a primeira e terceira principal causa de mortalidade no Brasil. A incidência anual de AVE nos EUA é de aproximadamente 500 mil, com um total de mais de 3 milhões de sobreviventes na metade da década passada.
A recuperação de um paciente com hemiplegia constitui-se em um grande desafio, tanto pela complexidade das funções perdidas, quanto pela alta incidência de dor no ombro, resultando em impacto negativo no processo reabilitacional.
O início da hemiplegia pode comprometer os princípios biomecânicos normais e a estabilidade do complexo do ombro, devido a perda do controle motor e do desenvolvimento de padrões anormais de movimento; secundariamente, ocorrem alterações em tecidos moles e desalinhamento da articulação glenoumeral. A incidência de ombro doloroso prevalece entre 34 a 85% dos pacientes, independente de idade e sexo e ocorre na segunda semana após o acidente vascular.
O mecanismo de produção do ombro doloroso nas hemiplegias pode estar relacionado a vários fatores:
subluxação escápulo-umeral
capsulite do ombro
síndrome do impacto
síndrome complexa de dor regional
tendinite bicipital
neuropatia por tração do plexo braquial
espasticidade
mobilização do membro superior paralisado em torno da amplitude de movimento
limitação de ADM
lesões de partes moles
dor central
As modalidades fisioterapêuticas mais empregadas para lidar com essa condição clínica consistem em: estimulação elétrica funcional (FES), estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), bandagem, manuseio e posicionamento correto e tipóia.
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