Plataforma Vibratória x Osteoporose
O conceito científico da estimulação neuromuscular por vibração foi desenvolvido na década de 80, na antiga União Soviética, com o propósito de combater a perda de densidade óssea e massa muscular em astronautas durante a permanência deles em atmosfera sem ação de força gravitacional.
A osteoporose, na qual os ossos se tornam porosos e partem com facilmente, é uma das doenças mundiais mais comuns e debilitantes. O resultado: dores, perda de movimento, incapacidade de realizar tarefas diárias e, em alguns casos, morte. Em todo o mundo, uma em cada três mulheres com mais de 50 anos irá sofrer fraturas osteoporóticas e o mesmo acontecerá a um em cada cinco homens. A osteoporose pode, até certa medida, ser prevenida, caso seja facilmente diagnosticada e se os tratamentos efetivos sejam disponibilizados. No entanto, a osteoporose fica, muitas vezes, por diagnosticar ou por tratar, o que deixa as pessoas num risco desnecessário de fratura.
Não é novidade que os estímulos físicos são extremamente importantes para o osso e que qualquer tipo de exercício pode ser considerado estimulador da formação de massa óssea. Entre os métodos físicos de tratamento de doenças ósseas, a plataforma vibratória foi sem dúvida o mais estudado.
Chamada de terapia de movimento dinâmico, o tratamento prevê o uso de uma plataforma vibratória para tratar osteopenia e osteoporose. Seu princípio é simples: a máquina começa a vibrar sob o peso do paciente. Embora a trepidação seja levíssima, para conseguir se equilibrar a pessoa contrai instintivamente todos os músculos do corpo. É essa contração que detona o processo fisiológico que causa microlesões nos ossos. Para reparar o dano, o organismo, então, aumenta a produção de células de reconstrução óssea - e faz o esqueleto fortalecer-se contra possíveis novas agressões, entre elas a osteoporose. O segredo da nova tecnologia está na precisão das vibrações: não importa o peso da pessoa, a máquina está programada para fazer com que os músculos se contraiam 35 vezes por segundo, a intensidade mínima necessária para estimular a reconstrução óssea.
A plataforma vibratória estimula exatamente as fibras de ação rápida, além de incentivar a formação de massa óssea, o que faz com que a musculatura do idoso melhore, impedindo que ele sofra mais quedas. Com o estímulo da plataforma, esses indivíduos passam a ter mais força para fazer suas atividades diárias. As plataformas vibratórias são indicadas como tratamento coadjuvante da osteoporose. Um estudo realizado nos Estados Unidos com 70 mulheres na fase pós-menopausa mostrou que vibrações de baixa intensidade aplicadas durante 20 minutos diários podem inibir efetivamente a perda óssea na região da coluna e do fêmur. É importante ressaltar que, apesar de sua eficácia, as plataformas vibratórias não dispensam o tratamento farmacológico da doença, decisivo para a evolução do quadro clínico. Prevenir a osteoporose é mais fácil que tratar.