Saiba mais sobre a Vasculite



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Vasculites são um grupo de doenças com subtipos muito graves. Apesar de não serem muito frequentes isoladamente, devem ser lembradas em diagnóstico de doença sistêmica. As manifestações clínicas mal definidas retardam seu diagnóstico. Na verdade, possivelmente o próprio paciente retarda sua ida ao médico. Para se evitar supressão de informações que julgamos importantes, a linguagem não está dirigida idealmente para público leigo.

As vasculites compõem um grupo heterogêneo de doenças que têm em comum inflamação da parede do vaso sanguíneo. A inflamação ocorre devido ao depósito de anticorpos ou complexos-imunes. Como consequência do processo inflamatório há estreitamento do calibre vascular e isquemia (menos sangue) no território suprido pelo vaso. Artérias e veias são comprometidas de forma isolada ou concomitante, em qualquer localização e tamanho, incluindo aorta e seus ramos, grandes artérias musculares, artérias de médio e pequeno calibre, arteríolas, capilares, vênulas pós-capilares e veias.

Podem ser pouco agressivas, comprometendo principalmente pele e articulações, ou extremamente destrutivas, graves e mortais como ocorre na poliarterite nodosa e na granulomatose de Wegener se não forem tratadas adequadamente.

As vasculites de hipersensibilidade têm início agudo e outras vasculites podem ter evolução bastante arrastada, dificultando o diagnóstico, por exemplo: arterite temporal e vasculite de Takayasu.

Às vezes, identifica-se um agente etiológico que pode ser removido ou controlado, mas geralmente as vasculites não têm causa evidente. Somente em algumas doenças conseguiu-se identificar um antígeno, como ocorre em alguns pacientes com poliarterite nodosa nos quais o vírus da hepatite B é encontrado no soro, nos complexos imunes e também nos tecidos comprometidos.

Outros vírus podem estar associados à vasculite, incluindo hepatite A, HIV, HTLV-1, citomegalovírus e herpes zoster. Nas infecções por herpes zoster há uma vasculite granulomatosa secundária à invasão local pelo vírus. É provável que esta invasão direta também possa ocorrer com outros vírus.

Também não está esclarecido porque os complexos imunes ou anticorpos se depositam nos vasos. Certamente fatores distintos estão envolvidos, como predisposição genética descontrolando mecanismos imunes, a capacidade de limpeza dos complexos-imunes, o tamanho e cargas elétricas dos complexos-imunes, o calibre dos vasos, tortuosidades, bifurcações e mesmo lesões prévias.

É fundamental a caracterização diagnóstica de uma vasculite, pois com razoável precisão nos orienta quanto à tratamento, prognóstico e órgãos potencialmente comprometidos. Para isto, são indispensáveis: história com detalhamento cronológico, avaliação clínica completa e descrição completa das alterações dos vasos e vizinhanças vistas na biópsia.

CLASSIFICAÇÃO

A classificação apresentada é adaptada de Wolff S.M. (1992). Nela, o leitor poderá identificar a doença que está pesquisando.

CLASSIFICAÇÃO DAS VASCULITES

1. Grupo da poliarterite nodosa

Poliarterite nodosa clássica
Angeíte alérgica e granulomatosa (doença de Churg-Strauss)

2. Vasculites de hipersensibilidade senso estrito


Púrpura de Henoch-Schönlein
Doença do soro
Reação semelhante à doença do soro provocada por droga
Vasculite associada com doenças infecciosas

3. Vasculites leucocitoclásticas

Crioglobulinemia mista
Vasculite hipocomplementêmica
Vasculite associada com doenças do tecido conjuntivo
Vasculite associada com neoplasias
Vasculite associada com doenças inflamatórias
Púrpura hipergamaglobulinêmica
Hepatite crônica ativa
Colite ulcerativa
Cirrose biliar primária

4. Granulomatose de Wegener

5. Arterites de células gigantes


Arterite temporal/arterite cranial/polimialgia reumática
Arterite de Takayasu

6. Outras síndromes vasculares


Doença de Kawasaki
Doença de Behçet
Síndrome de Cogan
Vasculite isolada do sistema nervoso central
Tromboangeíte obliterante

Fonte: Regina Alcantara

Publicado em 25/08/10 e atualizado em 24/01/2017

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