Fisioterapia na UTI

A fisioterapia está cada vez mais atuante em unidades de terapia intensiva, sendo realizada por meio de diversificadas técnicas. Por ser uma terapia criteriosa, deve ser cuidadosamente aplicada, para que se obtenha um resultado satisfatório.

Na maioria dos hospitais dos países desenvolvidos, a fisioterapia é parte integral do manejo dos pacientes internados em UTI. Dentre as várias técnicas usadas pelos fisioterapeutas na UTI, as mais comuns são: drenagem postural, mobilização, vibração, percussão, hiperinsuflação manual, ASP e vários exercícios respiratórios, sendo rotineiramente utilizada a combinação dessas técnicas, buscando observar a condição fisiopatológica subjacente do paciente, com a intenção de impedir complicações pulmonares. A fisioterapia respiratória em UTI envolve um grande número de técnicas associadas às modalidades de Ventilação Mecânica. Em particular as manobras de higiene brônquica correspondem a um conjunto de técnicas para garantir a viabilidade das vias aéreas, promovendo condições para uma adequada ventilação e prevenção de infecções respiratórias.

As sessões de fisioterapia reduzem em até 40% o tempo de permanência do paciente internado em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), quando aplicadas sem interrupções nas 24 horas do dia. A redução de complicações com a melhora do paciente deve-se ao tratamento noturno. O procedimento garante a limpeza contínua dos pulmões, permite a extubação (retirada do tubo traqueal) no período noturno, reduz a agressão mecânica e propicia recuperação pulmonar mais rápida. A expansão dos serviços reduz o sofrimento do paciente, permite a liberação mais rápida e segura dos leitos, com o conseqüente aumento do número de vagas disponíveis, diminui os riscos de infecção hospitalar e propicia economia de recursos financeiros.

A fisioterapia respiratória pode atuar tanto na prevenção quanto no tratamento das doenças respiratórias utilizando-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos tanto em nível ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva com o objetivo de estabelecer ou restabelecer um padrão respiratório funcional no intuito de reduzir os gastos energéticos durante a ventilação, capacitando o indivíduo a realizar as mais diferentes atividades de vida diária sem promover grandes transtornos e repercussões negativas em seu organismo. A fisioterapia respiratória oferece aos pacientes auxílio preventivo e curativo em diversas doenças pulmonares não somente na remoção das secreções, mas também para a melhora do padrão muscular ventilatório do pacientes, ou seja melhora da mecânica respiratória. O especialista em fisioterapia respiratória tem sido cada vez mais solicitado e sua presença nas Unidades de Terapia Intensiva cada vez mais freqüente para indicar, escolher e aplicar condutas específicas da fisioterapia respiratória na resolução de casos complexos.

A neonatologia assim como a fisioterapia é uma especialidade de atuação recente que vem progredindo através do esforço de neonatologistas, pediatras, fisioterapeutas, enfermeiros, fonoaudiólogos dentre outros profissionais que tem como proposta um atendimento diferenciado para a criança de alto risco. Devido à imaturidade dos sistemas, os recém-nascidos prematuros apresentam altos riscos de desenvolver complicações respiratórias e neuro motoras. Por esse motivo, atualmente nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais do Brasil, os serviços fisioterapeuticos são essenciais e imprescindíveis para que esses neonatos passem por um processo de recuperação mais rápido e eficaz. A indicação precisa e o tratamento precoce aliado ao critério e bom senso trazem respostas altamente positivas. As técnicas utilizadas nas patologias pulmonares consistem em manobras manuais que facilitam a remoção da secreção do pulmão do bebê e que ajudam na respiração. Juntamente com a equipe interdisciplinar, o fisioterapeuta participa do gerenciamento da ventilação mecânica. O profissional de fisioterapia ajuda a família nas orientações dos cuidados necessários ao recém-nascido diminuindo assim as reinternações hospitalares.

Não é necessário ressaltar que a fisioterapia tem conseguido, por méritos próprios, além dos avanços técnicos e científicos, a aceitação de diversos profissionais conscientes das necessidades dos seus pacientes.

Por Juliana Mancuso
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