Efeitos Fisiológicos da Imobilização em UTI

Em Pacientes que requerem cuidados médicos intensivos, a mobilização é possível e necessária.

Como conseqüência da imobilização, o paciente torna-se descondicionado, o que evidentemente reduz sua capacidade de executar exercício aeróbico, diminui sua tolerância aos esforços e pode comprometer o desmame de pacientes submetidos a períodos prolongados de ventilação mecânica. A imobilização mais a incapacidade de deslocar secreções adequadamente favorece complicações respiratórias como atelectasias, pneumonias, etc.

Fatores que favorecem a imobilização do paciente: permanência prolongada na Unidade de Terapia Intensiva; restrição ao leito; recuperação de anestesia; aplicação de sedativo, anestesia, bloqueios neuromusculares; uso de talas e faixas de restrição; deficiência neurológica, quadro álgico, uso de equipamento para monitoração.

Efeitos da Imobilização no Sistema Cardiovascular

* Diminuição do volume total de sangue.
* Redução da concentração de hemoglobinas.
* Aumento da Freqüência Cardíaca máxima.
* Diminuição do consumo máximo de O2.
* Diminuição da tolerância ao ortostatismo.

Efeitos da Imobilização no Sistema Respiratório

* A Capacidade Vital está Reduzida.
* Diminuição da capacidade residual funcional.
* Diminuição do volume expiatório forçado.
* Alterações na relação ventilação / perfusão (V/Q).
* Diminuição na pressão arterial de O2 (PaO2)
* Diminuição na diferença alvéolo-arterial de O2 em pacientes anestesiados.

Efeitos da Imobilização no Sistema Metabólico

* Aumento da excreção de cálcio.
* Aumento da excreção de nitrogênio.
* Aumento da excreção de fósforo.
* Aumento da excreção de magnésio.

Efeitos da Imobilização no Sistema músculoesquelético

> Diminuição da massa muscular.
> Diminuição da força muscular.
> Aumento da osteoporose (osteopenia).
> Mudanças no tecido conectivo periarticular e intra-articular.

O repouso prolongado predispõe à atrofia e a importante fraqueza muscular. Observa-se em pacientes imobilizados: contraturas articulares, diminuição do trofismo muscular e aparecimento de úlceras de pressão.

O fisioterapeuta no hospital pode evitar os efeitos deletérios da hipo ou inatividade do paciente acamado.

A fisioterapia está indicada para os pacientes internados num hospital com o objetivo de minimizar a retenção de secreção pulmonar , melhorar a oxigenação e reexpandir áreas pulmonares atelectásicas, além de tratar e prevenir os efeitos musculosesqueléticos como as contraturas, atrofias, ulceras de pressão e etc. sua eficácia pode ser observada pela redução na incidência de pneumonias e pela melhora da função pulmonar. Estudos comprovam a diminuição nas taxas de incidência de pneumonias nosocomiais com a implantação de um serviço de fisioterapia. Outros estudos também comprovam uma diminuição das contraturas e atrofias e das ulceras de pressão. E ainda prevenção de intubação e traqueotomia.

A Fisioterapia Respiratória consiste de recursos fisioterápicos que tem como finalidade a prevenção e/ou tratamento precoce das complicações respiratórias e motoras, objetivando recuperar ao máximo a saúde e a capacidade funcional dos pacientes tratados.

As indicações principais são as doenças pulmonares obstrutivas (bronquite e enfisema) e restritivas, asma, pneumonias hipersecretivas, pré e pós-operatórios de cirurgias abdominais, pulmonares e cardíacas, acidente vascular encefálico, pacientes em ventilação mecânica, neurocirurgias, senilidade, decúbito prolongado, cirurgias ortopédicas, vasculares e em pacientes internados na unidade coronariana.

As técnicas e procedimentos fisioterapeuticos especializados na prevenção e tratamento das doenças respiratórias e cirúrgicas, objetivam a manutenção das vias aéreas pérvias, o volume pulmonar adequado e a função da musculatura como um todo e do arco de movimento normal.

Os objetivos específicos da fisioterapia consistem em: melhorar a ventilação pulmonar, reduzir a resistência das vias aéreas, otimizar complacência pulmonar, diminuir trabalho respiratório e cuidar das alterações musculoesqueléticas.

Na atualidade as atribuições do Fisioterapeuta são: proceder avaliação fisiofuncional, reeducação respiratória e diafragmática, realizar técnicas de reexpansão pulmonar, técnicas de desobstrução brônquica, técnica de desinsuflação pulmonar, suporte ventilatório, monitoração respiratória e desmame, treinamento muscular respiratório, cinesioterapia motora e controle postural.
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