A fisioterapia na paralisia facial idiopática


A expressão facial é nosso principal meio de comunicação não verbal. É como nos apresentamos ao mundo e como os outros distinguem nossas emoções. Uma pessoa com paralisia da face fica desprovida de certas emoções e, à medida que começa a restabelecer sua mobilidade fisionômica, essas emoções começam a ressurgir.

A Paralisia Facial Periférica Idiopática, ou mais conhecida como Paralisia de Bell, apresenta sinais e sintomas dependentes do acometimento do VII par craniano. A compressão desta estrutura, por uma inflamação sem procedência aparente, pode trazer consigo, principalmente, a privação completa dos movimentos faciais ipsolateral à lesão.

Esta patologia apresenta uma instalação súbita e unilateral, não escolhe raça, sexo ou condição social, sendo que indivíduos entre 30 - 40 anos de idade são mais sensível à agressão.

Por tratar-se de uma estrutura formada por dois nervos, o facial e o intermédio de Wrisberg, o paciente apresentará também uma sensibilidade dolorosa a sons agudos (hiperacusia), perda parcial da sensibilidade gustatória (ageusia), além de alterações na secreção das glândulas salivares e lacrimais.

A sintomatologia oriunda da Paralisia Facial Periférica Idiopática leva o indivíduo não só a uma limitação física, com a ausência de sua expressão facial, mas principalmente a uma privação de sua expressão interior tornado-o psicossocialmente desamparado.

Metodologia operacional

A pesquisa realizada, caracteriza-se como sendo uma revisão bibliográfica, a qual teve como objetivos anatomizar o sétimo par craniano, sua relação com músculos faciais e outras estruturas

O conhecimento do seu funcionamento natural foi fundamental para compreender os futuros acometimentos causados pela lesão. Sendo assim, a fisiologia de uma contração natural, formada por um fibra muscular estriado e uma nervosa mielinizada, foi descrita desde a origem de um potencial de ação até a contração muscular propriamente dita.

Desta forma, a lesão foi exposta com seus prejuízos e tornou-se claro as técnica e recursos que poderiam estar se interrelacionando com o tratamento da patologia. A partir daí, foi elaborada uma proposta de tratamento, sustentada pelas idéias dos autores, com a finalidade de minimizar o tempo de lesão e as prováveis complicações decorrentes da patologia.

O desenvolvimento da pesquisa se deu na cidade de Campo Grande, MS. Destinou-se aquele profissional que deseja prosseguir pela prática fisioterapêutica de reintegrar o cidadão, devolvendo-lhe a apresentação simétrica da face sem a máscara da paralisia. Seu objeto é o paciente portador desta mesma afecção.

O presente trabalho visou responder o seguinte problema: Quais as propostas fisioterapêuticas que visam a reabilitação das implicações funcionais da Paralisia Facial Periférica Idiopática?

Os dados foram coletados mediante revisão bibliográfica e a análise foi do tipo comparativa, em relação ao pensamento dos autores consultados.

Atuação da Fisioterapia

Se levar em consideração a paralisia da face como um sintoma, um sinal de alarme de que algo não vai bem, deve-se ver além da face assimétrica. O doente passa por dificuldade de expressar-se naturalmente e não reconhece sua imagem no espelho e, à medida que começa a restabelecer sua mobilidade fisionômica, as emoções começam a ressurgir.

O sucesso do tratamento dependerá do diagnóstico correto da natureza da lesão e, de uma identificação precisa das estruturas afetadas.

No momento de instalação da patologia, uma inflamação sem procedência deve ser tratada, visto que este processo comprimirá o VII par craniano levando as alterações subseqüentes. O laser de arseniato de gálio com técnica pontual, aplicado por todo o trajeto do canal facial é a abordagem mais efetiva, atuando diretamente na síntese da prostaglandina do processo inflamatório.

Através de uma reabilitação programada, as melhoras da expressão facial são significativas, indiferente de etiologia e abordagens empregadas. O tratamento deve sempre conter a correlação dos fatores de assimetria facial envolvidos, assim como auxiliar na prevenção de seqüelas.

No tratamento da paralisia facial periférica idiopática, os principais objetivos são: eliminar o quadro inflamatório; normalizar biletarelmente o tônus da musculatura facial e; fortalecer os músculos agredidos.

As demais abordagens fisioterapêuticas são eleitas no processo de recuperação das implicações funcionais. A termoterapia pelo calor prepara a terapia, relaxando a musculatura da hemiface sã e promovendo analgesia em um possível quadro álgico na hemiface acometida. Em seguida, a massagem visa a preparação para a cinesioterapia, buscando principalmente o relaxamento da hemiface sã. Como forma de abordagem cinesioterapêutica, a facilitação neuromuscular proprioceptiva é a mais indicada, uma vez que fora criada para lesões de neurônios periféricos. Em formas mais avançadas de lesão, com ausência de melhora do quadro nos dois primeiros meses, a eletroterapia torna-se necessária. Esta modalidade terapêutica utiliza a corrente elétrica com finalidade de manter o trofismo muscular e, promover um treinamento proprioceptivo e cinestésico.

As orientações domiciliares serão coadjuvantes ao tratamento ambulatorial. O paciente deve estar ciente principalmente dos cuidados com a exposição corneana e, a realização de alguns exercícios simples em frente ao espelho, visto que estes diminuição o tempo de cura.

Conclusão

Segundo os autores pesquisados, dependendo do estágio da lesão, pode-se optar por dois tipos de tratamento. Na maioria dos casos, com resolução do quadro patológico em quatro a oito semanas, o atendimento não deve ser realizado com eletroterapia. A literatura aponta as seguintes técnicas e recursos eficazes no tratamento: termoterapia pelo calor, massoterapia, cinesioterapia e crioterapia.

A abordagem eletroterápica poderia ser prejudicial, levando a um quadro de alteração neuromuscular e consequentemente aparecimento de complicações. De forma oposta, após dois meses da instalação da patologia com melhora insignificante do quadro, a eletroterapia é importante para a recuperação do paciente, propondo a manutenção do trofismo muscular e realizando a propriocepção ausente.

É fundamental elucidar que a inflamação deve ser devidamente tratada, visto que a sua perseverança torna-se um fator preponderante para o aparecimento de complicações. A fisioterapia utiliza da modalidade de laserterapia de baixa intensidade, pois outras terapias anti-inflamatórias são contra-indicadas na região do crânio ou próximas ao globo ocular.

Autores: Luiz Gustavo Bergamo, Sohailla Cristina Hammoud El Kadri

Orientação: Prof. Nelson Kian, Prof. Serginaldo José dos Santos

Orientação Metodológica: Prof. Ms. Heitor Romero Marques

Universidade Católica Dom Bosco - Campo Grande - MS

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