Saiba mais sobre o Neuroma de Morton

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Nesta matéria, estaremos discutindo, distúrbios musculoesqueléticos que acometem os pés. Trataremos aqui de diferenciar Metatarsalgia, Síndrome de Morton e Neuroma de Morton. Recentemente, o jogador Scheidt do Botafogo do Rio de Janeiro, sofreu intervenção cirúrgica, para retirada de neuroma, que já o incomodava a bastante tempo, e vinha sendo um impeditivo para seu melhor rendimento dentro do campo.

A título de informação e para que o leitor compreenda o processo de origem das patologias, observaremos a divisão anatômica, dos ossos do pé. Anatomicamente divide-se em: Tarso ( talus, calcâneo, navicular, cuneiformes e cubóide ), Metatarso ( meio do pé e terço final) e Falanges (dedos). Estes ossos justapostos formam as articulações: Talocrural, Subtalar, Médio-Társica, Tarso-Metatársica e Metatársicas.

Então vejamos, METATARSALGIA, a dor é sentida nas “cabeças” dos metatarsianos, mas precisamente nos quatro metatarsos laterais, no ante pé (parte da frente do pé). A dor e a formação de calo sob as cabeças metatársicas mediais decorrem da alteração da biomecânica da sustentação de peso. Dentre as causas da metatarsalgia destacamos: uma artropatia inflamatória que pode provocar sinovite (inflamatória) nas articulações metatarsofalangeanas e os processos mecânicos dentre os quais: sobrecarga e calçados inadequados.

Os sintomas característicos são: dor tipo mecânica que aparecerá tanto em pé como na marcha, inchaço na planta do pé, poderão aparecer calosidades na superfície plantar em todas as cabeças dos metatarsos. E por fim, existirá alteração significativa da marcha pela dor provocada pela carga no ante pé

( dedos), sendo assim, o paciente caminhará apoiando no retropé ( calcanhares).



NEUROMA DE MORTON OU NEURITE INTERDIGITAL, este é uma pequena massa que se forma ao redor do nervo plantar comum que passa em baixo do pé, no ponto em que este se divide em dois ramos que vão para os dedos. Localiza-se entre a terceira e quarta cabeça dos metatarsos. De causa desconhecida , acredita-se que a sobrecarga, o uso de calçados inadequados e biomecânica ineficiente, levam aos sintomas. São sintomas comuns que se apresentam: dor severa e intermitente que irradia para as pontas dos dedos, apresentando queimação no ante pé, e as vezes adormecimento dos dedos. A hiperextensão dos dedos durante a descarga de peso, como ocorre no agachamento, na subida das escadas ou na corrida podem aumentar os sintomas.

Já na SÍNDROME DE MORTON OU SÍNDROME DOLOROSA DO ESPAÇO INTERMETATÁRSICO é uma metatarsalgia da segunda cabeça metatarsiana, que em função de o primeiro osso metatarsiano ser curto demais, e o segundo mais longo, passa a sustentar o peso, provocando espessamento do osso e conseqüentemente dor. A clínica característica consiste em dor aguda que piora com a marcha ou quando se fica na ponta dos pés.

Importante salientar que estas patologias acometem mais o sexo feminino do que o masculino. .Entretanto, na prática clínica, devido hoje o ritmo intenso das atividades físicas muitas das vezes sem orientação, não se tem observado uma prevalência por este ou aquele sexo. Se ocorrer sobrecarga e há alteração mecânica, vemos que poderá aparecer um desses sintomas característicos das patologias descritas.


CONSIDERAÇÕES PARA O TRATAMENTO.


Tratamos de especificar cada lesão para mostrar a importância do diagnóstico clínico. Também poderá ser solicitada radiografia para exclusão de outras patologias como fratura por estresse dos metatarsos ou até mesmo o Ultra-Som diagnóstico e a Ressonância Nuclear Magnética.

Basicamente não se diferencia muito um tratamento do outro, mas a qualificação da lesão determinará uma recuperação sem dúvida mais rápida. Sendo assim, destacamos:

Uso de antiinflamatórios orais na fase aguda.

Alterações na biomecânica: Uso de almofadas metatársicas específicas facilmente encontradas no mercado, para distribuição do peso aliviando a sobrecarga na região afetada.

A escolha do calçado também é uma medida eficaz. Importante lembrar de avaliar sua pisada: neutra (pisada normal) , supinada ( pisada para fora) e pronada ( pisada para dentro). Sendo supinada você precisa de um tênis mais flexível e com mais amortecimento. Sendo pronada um tênis que lhe dê maior estabilidade e seja menos flexível.

Ainda como recurso para reduzir o processo inflamatório podemos utilizar a fonoforese, medida física utilizada com ultra-som onde se acrescenta ao gel de acoplamento, substância química para redução do quadro álgico e inflamatorio.

Se houver calosidades nas cabeças metatarsianas (pela metatarsalgia ) pode reduzir com água morna, removendo-os com raspagem em pedra-pome.

Outra medida importante é a manipulação e mobilização dos metatarsos e dos dedos, para aumentar mobilidade na área afetada.

Massagem transversa é um bom recurso, bem como a vibração.

Exercícios de fortalecimento podem ser utilizados: Flexão dos dedos do pé (abaixar os dedos), bem como extensão dos dedos (dedos para cima ), com e sem resistência, acompanhados de flexão plantar
( pés para baixo) e flexão dorsal ( pés para cima).

Exercícios proprioceptivos: sendo aqueles que provocam desequilíbrios, gerando estabilidade Cama elástica, andar em linha reta, giroplano, balancinho, etc.

O treinamento deve ser mantido, observando mudança na atividade, ou seja, prefira a bicicleta ergométrica nos estágios iniciais, natação ou hidroterapia, avançando para corrida na grama, sempre usando almofadas metatársicas.

Exercícios de musculação para grandes e pequenos grupos musculares.

Tão logo tenhamos a redução dos sintomas o retorno à atividade poderá ser rápida sem maiores conseqüências.

O reparo cirúrgico às vezes e eficiente se a Fisioterapia não obtiver o resultado esperado. Para isso seu médico irá avaliar desta necessidade. Mas em geral o paciente responde bem ao tratamento com fisioterapia.

Importante lembrar que, uma avaliação clínica é sempre importante e dará ao atleta uma segurança e melhor eficácia na condução de seu tratamento.
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